segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Como saber se uma igreja reconhece o senhorio de Cristo?



Atuar sob o senhorio de Cristo é funcionar sob as diretrizes que Ele, como Senhor, estabeleceu. E creio sinceramente que nos desviamos, e muito, da simplicidade que encontramos na Palavra de Deus. O que aconteceu com o cristianismo é o que acontece com muitas coisas com o passar do tempo: afastou-se do projeto original. As coisas se corrompem com o tempo e podem acabar se transformando exatamente no contrário daquilo que eram no princípio.
Alguns exemplos? Se quiser saber se o lugar onde você se congrega reconhece o senhorio de Cristo (ou mantém uma prática corrompida do que foi no original), sugiro que faça a si mesmo algumas perguntas e peça para o Senhor abrir seus olhos para enxergar claramente as respostas .
  • Com que autoridade bíblica "denominamos" assembléias de cristãos, chamando-as de "igrejas"? (Sei que você entende que os únicos nomes dados no NT eram de cidades ou localidades). As divisões são claramente combatidas no NT. (1 Co 1:10, 3:3, 11:18-19)
  • Com que autoridade bíblica "escolhemos" estes nomes (ex. batista, presbiteriano, pentecostal, etc)? Na Bíblia, os seguidores de Cristo eram chamados simplesmente de cristãos (pelos de fora) ou "irmãos" por si próprios e pelo Senhor. (Mt 18:20)
  • Com que autoridade bíblica colocamos nomes de homens nestes grupos (Martinho Lutero - Luterana, John Wesley - Wesleyana, Menno Simons - Menonita etc.)? (1 Co 1:12-13, 3:3-9)
  • Com que autoridade bíblica estabelecemos essas igrejas segundo diferenças nacionais? (ex. Igreja Grega Ortodoxa, Igreja Cristo Pentecostal do Brasil etc.) Não existem distinções nacionais na igreja de Deus na Bíblia. (Cl 3:11)
  • Com que autoridade decoramos os lugares de adoração como se fosse o tabernáculo ou o templo do Antigo Testamento, com altar, objetos de ouro e prata, além de elementos arquitetônicos pagãos como torres?
  • Com que autoridade bíblica chamamos edifícios de "igrejas" quando esta palavra (eclesia) significa simplesmente reunião ou ajuntamento de pessoas? (At 11:22, 15:14, 20:28, Rm 16:5, 1 Co 1:2, Ef 5:25)
  • Com que autoridade bíblica chamamos esses edifícios de "templos" quando sabemos que Deus só reconheceu o templo de Jerusalém, e hoje o templo somos nós, pessoas, individual e coletivamente? (2 Co 6:16-17)
  • Com que autoridade bíblica temos cultos de adoração previamente ensaiados, ate mesmo com programas impressos, se encontramos em 1 Co 14 total liberdade do Espírito para escolher a quem Ele quer para o que Ele determinar?
  • Que autoridade bíblica (lembre-se, estamos no NT.) temos para ter o louvor efetuado por um coral, e não por toda a congregação, e para a introdução de bandas, conjuntos, cantores profissionais fazendo da reunião mais um espetáculo para a platéia? (At 17:24, 25)
  • Que autoridade bíblica temos para designar vestes especiais para os que cantam, para os que pregam, etc.?
  • Que autoridade bíblia temos para fazer orações decoradas, impressas ou ditadas? (Mt 6:6-8, Tg 5:16, Sl 62:8)
  • Que autoridade bíblica temos para as irmãs participarem das orações com a cabeça descoberta? (1 Co 11:1-16)
  • Que autoridade bíblica temos para mulheres falarem nas reuniões da igreja? (1 Co 14:37)
  • Que autoridade bíblica temos para reuniões dirigidas por um só homem? (Fp 3:3, Jo 4:24, 16:13-15)
  • Que autoridade bíblica temos para homens ordenarem homens, e se temos, por quem foram os primeiros ordenados? (Ef 4:11)
  • Que autoridade bíblica temos para denominar pessoas como "Reverendo", "Pastor", "Presbítero" nos mesmos moldes do "Dr." que usamos hoje, ou seja, transformar dons ou ofícios em títulos honoríficos como "Reverendo" ou "Padre"? (Na Bíblia inglesa versão King James encontro: "Reverend is His name" Salmo 111:9 e em Mateus 23:8-10 o Senhor ensinou a não chamar alguém de "Pai" (ou "Padre") no sentido religioso, além de Deus).
  • Que autoridade bíblica temos para designar um pastor para uma assembléia local quando o dom de pastor é um dom dado universalmente à Igreja? (Ef 4:11)
  • Que autoridade bíblica temos para, como Igreja, observar dias "santos" ou especiais, como páscoa, natal, sexta-feira santa, dias de "santos", etc.? (Gl 4:10, Cl 2:16)
  • Que autoridade bíblica temos, na doutrina dada à Igreja (as epístolas), para a prática do dízimo? (Lv 27:32, 34, Nm 18:21-24)
  • Que autoridade bíblica temos para solicitar contribuições de visitantes e pessoas não salvas? (3 Jo 7)
  • Que autoridade bíblica temos para instituir diplomas e certificados de pastores, ou mesmo dar títulos como "D.D. - Doutor em Divindade" a irmãos que deveriam ser iguais aos outros? (Jó 32:21-22, Mt 23:7-12)
  • Que autoridade bíblica temos para considerar a Igreja como uma instituição que ensina. Costumamos ouvir "Nossa Igreja ensina isto ou aquilo"? (At 11:26, Rm 12:7, Ap 2:7, 11, 17, 29, 3:6, 13, 22, 1 Ts 5:27)
Talvez você ou as pessoas com as quais se reúne não se enquadrem em nenhuma destas características, mas acaso não é isto o que encontramos na Cristandade como um todo? E será que com tudo isso podemos nos gabar de estarmos fazendo as coisas com a autoridade da Palavra de Deus? Será que estamos reconhecendo o Senhorio de Cristo nestas coisas, buscando na Sua Palavra os detalhes para cada proceder?

Como saber se um "apostolo" e genuino?



Fico espantado de ver quantos cristãos hoje defendem posições, títulos ou idéias que nada mais são do que tradições que os próprios homens criaram. A idéia de um Papa é uma delas, outra é a de homens com poderes especiais para servirem de intermediários entre Deus e os homens, sejam eles católicos ou protestantes. O certo seria não perdermos tempo e energia tentando proteger e manter o "status quo" da cristandade que vemos ao nosso redor... a menos que tivéssemos algum interesse escuso nisso.

Muito do que vemos na cristandade ao nosso redor foi edificado sobre idéias humanas e não passam de tradições de homens. Aliás, a maioria dos erros na cristandade se apóiam nestes pontos: Tradição, Direção Humana e Sabedoria Humana. Quer saber o que penso sinceramente? É muita pretensão alguém adotar para si o título de apóstolo. Por que? Oras, porque na Bíblia encontro algumas condições ou características para alguém ter sido um apóstolo:

  • Viu o Senhor. 1 Co 9.1; 2 Co 12.22.

  • Foi escolhido e enviado pelo Senhor Lc 6.13; Jo 6.70; At 9.15; 22.213.

  • Testemunhou Sua ressurreição At 1.22; 1 Co 15.8,15

  • Lançaram e formaram o alicerce da Igreja, da qual Jesus é a Pedra angular 1 Co 3.10; Ef 2.20


  • Qualquer pessoa que não cumpra tais requisitos não é um apóstolo; é umimpostor. Ap 2.2; 2 Co 11.13-15; 2 Tm 3.13

    Enquanto não entendermos que os sistemas ou "igrejas" criadas pelo homem (e que, por conseguinte, exaltam o homem) estão em franca desobediência à Palavra de Deus, deixaremos de entender e desfrutar de muitas outras coisas que o Senhor nos quer ensinar.

    Não me refiro aqui à fé pessoal de cada um dentro desses sistemas ou"igrejas", sejam seus reverendos, pastores, missionários ou, como estes gostam de chamar os demais, "membros" (leigos). Muitos são cristãos piedosos que renasceram de Deus e para Deus, mas que podem estar enganados acreditando firmemente que estão ali agradando o Senhor. Somente Ele poderá julgar seus corações, eu não.

    Mas quanto a mim, quando encontro coisas tão contraditórias ao ensino simples das Escrituras, passo a ser responsável por julgar, não as pessoas, mas suas práticas, ensinos, doutrinas etc., e me apartar de toda iniqüidade que possa identificar e me reunir fora do sistema, "com os que, com um coração puro, invocam o Senhor" (2 Tm 2.22)

    Quem pode ser chamado de bispo?



    É importante discernirmos a evolução da apostasia que tem tomado conta do testemunho cristão. Em nenhum lugar do livro sagrado encontramos algumbispo (no singular) liderando ou exercendo domínio sobre uma congregação ou igreja.

    No livro de Atos 20:28 Paulo chama os bispos sem nem mesmo fazer referência a terem sido escolhidos pela igreja daquela localidade (de Éfeso). Ele diz que foram escolhidos pelo Espírito Santo (At 20:28). Paulo diz isso antes de entregá-los a Deus e à Palavra (vers. 32) quando viessem tempos de lobos (incrédulos) tentando destruir o rebanho e de crentes (sectários) tentando arrastar discípulos após si. Este é o germe da divisão: compartimentarão dos crentes em torno de um ou mais homens.

    É importante notar que os bispos (e em nenhum lugar na Bíblia encontramos"bispas") eram cargos de responsabilidade (sempre mais de um, sempre no plural) e pastores eram dons. Um não tinha que ser necessariamente revestido do outro. Os bispos (sempre no plural, como em Filipenses 1:1) estavam sujeitos a certas condições para poderem exercer seu oficio (não dom), como serem casados com uma só mulher, etc. Os bispos (sempre no plural) tinham sua atuação local. Mesmo tendo sido chamados a Mileto (At 20:17), eles erambispos ou anciãos de Éfeso.

    pastor é um dom (como evangelista e doutor) dado à igreja. Um pastor não está limitado a uma igreja local. Seu ministério é correr atrás e visitar as ovelhas para curar, consolar, etc e não exatamente ficar atrás de um púlpito como a versão moderna do termo usado nas religiões tenta nos fazer acreditar.

    Já o evangelista tem seu campo no mundo, entre os incrédulos, para buscar almas para Cristo, consciente que seu trabalho é entre os que ainda não crêem, proporcionando a "água" da Palavra nescessária ao renascer, ounascer de novo ou do alto, de uma alma. O doutor (ou "mestre") tem seu campo na igreja como um todo para ensinar. Os anciãos ou bispos nem precisavam pregar. Eram zeladores do rebanho local. Pelo menos é o que encontro na Palavra de Deus. O que não estiver lá é invenção humana.
    A atuação dos dons dados à Igreja como um todo fica muito clara em Atos 11:19s
    1. O Evangelista leva o Evangelho aos incrédulos"E havia entre eles alguns varões... os quais entrando em Antioquia falaram aos gregos anunciando o Senhor Jesus... e grande numero creu e se converteu ao Senhor" vers. 20,21
    2. O Pastor reúne as ovelhas e as anima: "Barnabé... quando chegou... exortou a todos a que permanecessem no Senhor com propósito de coração" vers. 23.
    3. O Doutor ou Mestre traz o ensino: "E partiu Barnabé... a buscar Saulo... e sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente" vers. 26.
    Aqui vemos um dom reconhecendo sua limitação e buscando outro que o complete. Juntos eles ensinam e exortam os novos convertidos.

    Além desses dons e ofícios, ainda existiam, apóstolos e profetas, utilizados para o alicerce da casa, do qual Cristo era a pedra angular. Na época os cristãos não tinham a Palavra de Deus como a temos hoje. A revelação era direta, como vemos Ágabo ou os Apóstolos fazendo. Como ninguém poderia naquela época convidar os irmãos a abrirem o Novo Testamento em tal livro, capítulo e versículo, porque isso ainda não existia, Deus usava esses dons --apóstolos e profetas -- para trazer a Palavra diretamente de Deus. No sentido em que os encontramos no Novo Testamento eles já não existem. (sobre profetas, leia mais aqui).
    À medida que a apostasia (desvio da Palavra de Deus) cresce, vamos vendo um número cada vez maior de "bispos" que se elegem a si mesmo como tais, fundam "igrejas" e organizações sobre as quais exercem poder absoluto. Isso acontece hoje no chamado meio evangélico assim como aconteceu no passado no catolicismo, que hoje segue o chamado "bispo de Roma", ou papa. No santo livro o bispo não aparece de modo algum na forma como é visto hoje na grande casa em que se transformou a cristandade, onde há vasos de honra e vasos de desonra.

    quinta-feira, 24 de novembro de 2011

    Deixados para traz


    Leitura: 2 Tessalonicenses 2


    O capítulo 4 de 1 Tessalonicenses fala do arrebatamento da igreja. O capítulo seguinte fala do dia do Senhor. O arrebatamento era um mistério desconhecido dos profetas do Antigo Testamento e só revelado a Paulo, como ele explica em 1 Coríntios 15. Já o dia do Senhor era bem conhecido dos judeus como um tempo profético de juízo e tribulação.

    A bendita esperança do crente em Jesus é o arrebatamento, porém o dia do Senhor é a perspectiva aterradora para os que forem deixados para trás. Ele é comparado a um ladrão que ataca de noite. O capítulo 2 de 2 Tessalonicenses dá detalhes do que acontecerá após o arrebatamento da igreja. Mas que igreja é essa que será arrebatada do mundo, e quem faz parte dela?

    Bem, na Bíblia igreja nunca é um edifício de tijolos, mas é uma casa espiritual construído com pedras humanas sobre o alicerce dos apóstolos e profetas do Novo Testamento, e tendo a Jesus como pedra de esquina. A igreja da Bíblia não é denominada "Igreja X" ou "Igreja Y", e nenhum de seus membros a chama de "minha igreja" ou "igreja do pastor fulano". É a igreja de Deus e só Jesus a chama de "minha igreja".

    Você não consegue tornar-se membro dela, porque é Jesus quem acrescenta a ela os que vão sendo salvos. Por ser esta igreja o corpo de Cristo, nem você, nem o pecado e nem o diabo é capaz de arrancar um membro desse corpo. A igreja é formada por todos - sim, TODOS - os que creem em Jesus, que tiveram seus pecados lavados pelo sangue derramado na cruz e receberam o Espírito Santo. Mesmo porque "quem não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" Rm 8:9.

    Depois do arrebatamento da igreja o mundo ficará à mercê do diabo e de seu anticristo. A apostasia, ou abandono da verdade, que já pode ser vista por aí, correrá solta, até o anticristo se apresentar como Deus. Antes do arrebatamento o Espírito Santo estava no mundo habitando na igreja e nos crentes individualmente, mas então não haverá mais impedimento para a deterioração completa do mundo.

    Por mais que as coisas pareçam ruins hoje, elas ainda têm Deus no controle. Quando Pilatos se gabou de ter autoridade para soltar ou crucificar Jesus, ficou sabendo que só tinha tal autoridade porque a recebeu de Deus. Além do controle que Deus exerce hoje sobre os governos humanos, o Espírito Santo nos crentes também forma uma barreira à total manifestação do mal.

    Quem crê em Jesus é sal e luz neste mundo, e o sal é usado para preservar a carne. É também luz, e basta saber que a iluminação pública inibe a prática criminosa para você entender essa influência. Os cristãos sempre foram os estraga-prazeres neste mundo, mas com o arrebatamento o problema acabará e quem ficar no mundo poderá viver do jeito que o diabo gosta. Literalmente.

    Orando ao Pai e ao Filho


    Leitura: João 16:23-26
    Vídeo: 

    Após Jesus morrer, ressuscitar, subir ao céu e ser glorificado, os discípulos não iriam mais perguntar as coisas a ele, como faziam aqui. Eles iriam orar diretamente ao Pai em nome de Jesus, na certeza de serem atendidos graças à estima que o Pai tem por Jesus. O Espírito Santo os capacitaria e ensinaria como orar.

    Antes disso nenhum judeu se dirigia a Deus como Pai. Nos evangelhos Jesus introduz a oração ao Pai, e nas epístolas você encontra o apóstolo Paulo dizendo "orei ao Senhor", isto é, a Jesus. Mas em nenhum lugar na Bíblia você encontra alguém orando ao Espírito Santo, apesar de ele ser Deus. Se os apóstolos e profetas, que escreveram o Novo Testamento inspirados pelo Espírito, não ensinaram que ele deva ser invocado, adorado ou louvado, é melhor você não fazê-lo. Nunca se sabe que espírito irá atender à sua invocação. 

    Nos bastidores do mundo físico existem espíritos malignos com milhares de anos de experiência em enganar os seres humanos. Nós não os vemos, mas eles nos veem e nos acompanham. Sabem quase tudo a nosso respeito, conseguem prever nossos próximos passos pela observação de nosso comportamento, e são hábeis na arte de iludir e enganar. Pense neles como estelionatários espirituais.

    Paulo advertiu que "o Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios" (1 Tm 4:1). João exortou: "Não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus" (1 Jo 4:1). Embora ele fale do espírito do homem que ensina, isso vale também para um espírito que porventura o esteja influenciando. 

    Como ter certeza se um espírito é de Deus? Não indo além do que está na Bíblia. Invocar o Espírito Santo é ir além do que está escrito. Se o próprio Espírito não nos autorizou a fazê-lo, devemos evitar.

    As aparências enganam. Quando passavam pela Macedônia, Paulo e os que estavam com ele foram seguidos por uma jovem que proclamava: "Estes homens são servos do Deus Altíssimo e lhes anunciam o caminho da salvação". Aquilo que parecia ser uma propaganda do evangelho revelou ser um espírito maligno. 

    Agora você entende por que algumas reuniões de cristãos mais parecem rituais pagãos, com pessoas rodopiando, caindo e se debatendo no chão, como se estivessem possuídas por algum espírito. Um cristão cheio do Espírito Santo não perde o domínio de si mesmo; ao contrário, Paulo afirma na carta aos Gálatas que o fruto do Espírito é "domínio próprio" (Gl 5:23). Confira na Bíblia.

    Na hora do adeus


    Leitura: João 16:27-32


    Geralmente as coisas importantes são mencionadas na hora da despedida, e não é diferente neste capítulo. Ao falar da época quando eles teriam o Espírito Santo habitando em si -- isto é, a nossa época -- Jesus diz: "Nesse dia, vocês pedirão em meu nome", e acrescenta: "Não digo que pedirei ao Pai em favor de vocês". Enquanto estava aqui, Jesus orava ao Pai pelos discípulos. Em breve eles próprios orariam por si mesmos ao Pai.

    Ele continua revelando uma verdade fundamental da fé cristã "Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai". Este versículo põe por terra qualquer crença em Jesus como um mero homem, apenas mais evoluído espiritualmente. Ele não foi criado como eu e você. Ele saiu do Pai. Isto significa que Jesus coexistia com o Pai na eternidade antes mesmo de assumir a forma humana ao nascer da virgem. 

    Ao escrever aos Colossenses Paulo deixa claro quem é este que entrou no mundo: "Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória" (1 Tm 3:16). Os alicerces do cristianismo se assentam sobre o fato de Jesus ser Deus e Homem: tão divino quanto o Pai e o Espírito Santo, e tão humano quanto eu e você, exceto o pecado. 

    Mas agora ele diz aos discípulos que irá deixar o mundo e voltar ao Pai, e em seguida revela que seria abandonado por eles na pior hora, mas que não ficaria só, pois o Pai estaria com ele. Este é outro mistério da Trindade. Na cruz Jesus seria abandonado por Deus ao ser feito pecado por nós. Deus não poderia ter comunhão com o pecado; ele é luz e a luz sairia de cena nas três horas de trevas quando o juízo divino caísse sobre Jesus. 

    Cumprindo a profecia do Salmo 22:1, Jesus daria o brado: "Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?". Mas, do mesmo modo como Abraão acompanhou seu filho Isaque até o altar, o Pai faria o mesmo com Jesus, o Filho. Só que neste caso não haveria um carneiro para substitui-lo: Jesus, o Cordeiro de Deus, seria a vítima. Ele seria abandonado por Deus, porém consolado pelo Pai: "Na adversidade estarei com ele", diz o Salmo 91:15.

    Como pode ser isso? Deus abandona Jesus, mas o Pai não? Parece uma contradição, mas não é. Trata-se apenas de nossa limitação humana para entender a intimidade das coisas de Deus. Aqui Jesus diz claramente aos discípulos: "Aproxima-se a hora, e já chegou, quando vocês serão espalhados cada um para a sua casa. Vocês me deixarão sozinho. Mas, eu não estou sozinho, pois meu Pai está comigo" (Jo 16:32). E assim seria, até mesmo na hora de seu brado, "Deus meu! Deus meu ! Por que me abandonaste?". Deus longe, o Pai perto.

    Amor ou juizo


    Leitura: João 16:33


     Jesus afirmou que seus discípulos o abandonariam na hora de sua morte, porém o Pai estaria consigo. Vimos também que ele seria abandonado por Deus. Duas verdades aparentemente contraditórias revelam que "Deus é amor" (1 Jo 4:8), mas que também "é fogo consumidor" (Hb 12:29). Amor ou juízo -- o que você quer?

    Nós não nascemos neste mundo como Jesus nasceu. Somos gerados pela vontade da carne e trazemos em nós o pecado de Adão, o primeiro homem da velha criação. Não nascemos com o direito de chamar a Deus de Pai. Mesmo assim, ele nunca nos abandona, esperando que venhamos a crer em Jesus, o último Adão, que é também o segundo homem e as primícias da nova criação.

    Jesus, por sua vez, saiu do Pai e entrou no mundo na forma humana por geração divina. Ele foi concebido pelo Espírito de Deus no ventre da virgem Maria. Diferente de nós, ele veio sem pecado, isto é, sem o princípio ativo que nos leva a pecar. Por ser Deus e sem pecado, Jesus era incapaz de pecar. Ele era o único que podia chamar a Deus de Pai.

    De um lado temos o homem, pecador e destinado ao juízo eterno quando se encontrar com um Deus santo. De outro, temos Jesus, Deus e Homem perfeito, o Filho eterno que saiu do Pai para cumprir uma missão: tomar o lugar do pecador e receber sobre si a culpa dos nossos pecados, e o terrível juízo de Deus. O Salmo 37:25 diz: "Nunca vi o justo desamparado". No entanto, na cruz Deus o abandonou para poder receber os pecadores cujos pecados foram julgados e condenados ali em Jesus. 

    Percebe a importância do que ele fez? Na cruz Jesus foi feito pecado e abandonado por Deus. Pense nesse amor, que assumiu a culpa de pecados que não cometeu, para receber o castigo que jamais mereceu! Mas ele foi até o fim, e Deus, satisfeito com seu sacrifício, o ressuscitou de entre os mortos. Agora ele vive para sempre no céu, em um corpo humano, o primeiro homem a entrar ali assim, as primícias da nova criação.

    Deus é um juiz santo, justo e terrível em julgar. Por outro lado, o Pai é amoroso, cheio de graça e vontade de salvar. Aqueles que ainda não têm o perdão dos pecados pela fé em Jesus se encontrarão com Deus na condição de juiz. Os que creem em Jesus receberam o poder de serem feitos filhos de Deus. Já não entrarão em juízo. E você, como está?

    Jesus termina o capítulo dizendo: "Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo". Ele não promete paz no mundo, mas sim nele. Ao contrário dos pregadores de mentirinha, que prometem saúde, prosperidade e paz neste mundo, aqui Jesus prevê aflições para os seus. Mas ele venceu o mundo, e isto é suficiente para aquele que crê. 

    segunda-feira, 21 de novembro de 2011

    Os perdidos ficarao decepcionados com Deus?

     Primeiro é preciso entender que Deus não quer que alguém se perca, mas a questão é que TODOS estão igualmente perdidos por natureza. A obra de Cristo fez provisão para que TODOS sejam salvos, mas apenas ALGUNS serão.



    Os eleitos foram eleitos porque Deus quis elegê-los. Quando você coloca desinfetante na privada quer acabar com todas as bactérias, porque elas são nocivas. Ninguém iria dizer que você estaria sendo mau com as bactérias exterminadas se decidisse salvar algumas, já que todas elas são nocivas. Talvez alguém até dissesse que a sua decisão não faz sentido, pois o correto seria exterminar todas igualmente: nem salvar todas, nem poupar algumas.

    Geralmente quem vê injustiça da parte de Deus por eleger uns em detrimento de outros ainda não percebeu o tamanho de seu pecado e condição: TODOS somos dignos de morte como bactérias nocivas. Tudo o que merecemos é o desinfetante do fogo eterno. Se Deus quis salvar alguns a pergunta não é "Por que Deus quis salvar estes e não aqueles?" mas "Por que Deus MESMO ASSIM quis salvar alguns?"

    Rom 9:20-24 "Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados [POR SI MESMOS E PELO PECADO] para a perdição; Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes [DEUS] preparou, Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?"

    Sera se os perdidos os perdidos não irão para o juízo com um sentimento de injustiça da parte de Deus por Ele ter escolhido alguns e eles terem ficado de fora?  Entenda que a disposição do coração do homem é SEMPRE contrária à Deus. Um incrédulo que hoje diga ser injustiça da parte de Deus eleger alguns é o mesmo que dirá "NÃO!" se você lhe oferecer a oportunidade de ir morar no céu bastando crer em Jesus.

    As pessoas irão para o juízo com a mesma disposição que tinham aqui: de ódio e aversão a Deus. Se ler a história do rico e Lázaro verá que o rico pede para Lázaro ir até ele, mas em nenhum momento ele quer ir para junto de Lázaro ou sair de onde está. Ele só quer se livrar do sofrimento, mas estar com Deus nem pensar. Para o ímpio, o céu seria um inferno.

    Luc 16:23-31 "No hades, [o rico] ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado. E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós. Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. Respondeu ele: Não! pai Abraão; mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se arrepender. Abraão, porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos". 

    Você já pregou o evangelho para alguém e ouviu da pessoa: "Seria ótimo fulano ouvir isso, ele sim está precisando!". Pois é exatamente o que o rico está fazendo aqui com relação aos seus irmãos. Ele está tão arrependido de seu estado quanto um criminoso está arrependido, não do crime que cometeu, mas de ter vacilado e sido preso. Ele não quer sair daquela vida, mas sempre acredita que uma alternativa seja boa, não para sim, mas para outro.

    O que o incrédulo deseja é o mesmo que o rico desejava no Hades: viver sem sofrimentos aqui ou no além, mas desde que isso possa ser feito sem sujeição total a Deus, sem tornar-se parte da família de Deus, sem chamar a Jesus de Senhor (dono absoluto) e crer que o sangue derramado na cruz lhe purifica de todo pecado.

    Obviamente o incrédulo não quer coisa alguma que lhe dê não só a responsabilidade de agora estar sob o senhorio de Cristo e de viver em obediência a Deus, mas também não quer ter o Espírito Santo habitando em si, o qual lhe dará uma aversão ao pecado e fará com que se sinta um trapo todas as vezes que pecar. Se você perguntar a algum, talvez ele até dirá que quer... mas irá querer adiar qualquer decisão para depois do Carnaval.

    Quando o Senhor descreve os condenados, o sentimento deles é de dor e ira: dor pelo sofrimento eterno e solitário (nas trevas eles não podem interagir com outros condenados) e ira porque ali poderão expressar todo o ódio que sempre tiveram contra Deus sem as amarras morais que a sociedade impõe. Muita gente que hoje gostaria de sair na rua gritando palavrões contra Deus só não o faz por causa dos códigos morais que ainda leva. Mas um dia estará livre para odiar a Deus como sempre odiou, muito embora seja então obrigado a reconhecer que Jesus Cristo é Senhor, o mesmo Senhor ao qual ele nunca quis prestar obediência e submissão.

    Mat_8:12 E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. 

    Flp 2:9-11 Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. 

    Porque Jesus e chamado de Filho do Homem?



    A expressão "Filho do homem" mostra a humanidade de Jesus, Sua identificação com Suas criaturas de maneira universal. Talvez seja por isso que esse título não seja achado nas epístolas, pois estas são endereçadas à Igreja e não à humanidade em geral.


    Para facilitar, vou colar aqui o que foi traduzido do Concise Bible Dictionary:

    O Senhor constantemente falou de Si mesmo como o "Filho do Homem", um título que O conectava como sendo a cabeça universal, e não meramente com Israel, especialmente no que diz respeito aos Seus sofrimentos, ressurreição e reinado. Enquanto caminhava neste mundo Ele podia dizer, "O Filho do Homem que está no céu" (Jo 3:13). Embora sendo Deus, Ele foi um perfeito homem: podia sentir cansaço e fome e precisava de sono. Ele orava como alguém dependente de Deus; foi abandonado por Deus e morreu. Todavia, Ele era o Justo -- de um tipo moralmente diferente de todos os outros homems: Ele era o Segundo homem, do céu (1 Co 15:47).


    De acordo com a carta aos Hebreus 2, Cristo se tornou o Filho do Homem a fim de:


    1. Para que "provasse a morte por todos" Hb 2:9;
    2. Para aniquilar "o que tinha o império da morte, isto é, o diabo" Hb 2:14;
    3. "para expiar os pecados do povo" Hb 2:17;
    4. Para "socorrer aos que são tentados" Hb 2:18.


    Ele é colocado como Filho do Homem sobre todas as obras das mãos de Deus, é o herdeiro de todas as coisas de acordo com os conselhos de Deus; Ele irá reinar até que todos os inimigos sejam colocados sob os Seus pés, e Ele ser aclamado como "Rei de reis e Senhor de senhores". O Senhor disse que "o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos". Enquanto isso não encontramos o título usado nas Epístolas e em Apocalipse, exceto em Hebreus 2:6, que é uma citação do Salmo 8, que fala de Seu domínio universal, e em Apocalipse 1:13 e 14:14, onde Ele está pronto para julgar. 

    sábado, 19 de novembro de 2011

    As manifestacoes espirituais nas igrejas sao reais?



    A minha dúvida não é no sentido de manifestações ou profecias que falam de eventos futuros que virão sobre o mundo, ou de revelações doutrinárias que muitos alegam ter como se falassem da parte de Deus. Minha pergunta é mais específica para os casos de manifestações, revelações ou profecias testemunhadas em algumas denominações conhecidas como pentecostais.

    Eu ja testemunhei situacoes em que  pessoas  sao capazes de falar detalhes secretos da vida de alguém (os quais obviamente deixam de ser secretos ao serem revelados publicamente), de previsões de perda de emprego, doença ou morte de determinadas pessoas, presentes ou não nas reuniões onde isso acontece.

    Primeiro é preciso entender que esse tipo de coisa não é exclusividade da esfera da profissão cristã. Manifestações assim sempre existiram em todas as crenças. Você as encontra entre monges tibetanos, índios americanos, nativos africanos, povos das ilhas do Pacífico etc. Não é preciso investigar muito para ver que todos esses estão sendo enganados por demônios, pois não são pessoas que professam a fé cristã e seus cultos são cheios de figuras horrendas representando tais seres espirituais.

    Mas o que dizer de manifestações assim que ocorrem com pessoas que professam ser cristãs e em ambientes cristãos? Primeiro é preciso observar se não estamos diante de casos clássicos de manipulação, como o do pastor denunciado em vídeos no Youtube, que "revelava" informações que ele colhia no Orkut dos membros de sua igreja (veja aqui), ou os truques psicológicos e de indução, que às vezes são demonstrados em programas de TV (veja aqui), ou ainda de pura coincidência pela repetição, deliberada ou não, de uma mesma informação.

    Para este último caso dou o exemplo de um dos milhares de golpes que os estelionatários aplicam. Um sujeito dizia ser capaz de adivinhar o resultado das corridas de cavalos em um páreo, com, digamos, 10 cavalos. Ele pegava uma lista de mil apostadores, dividia em grupos de cem e enviava mil cartas, dizendo para cem delas que ia dar o cavalo A, para outras cem o cavalo B, para outras cem o cavalo C etc. Obviamente um grupo de cem pessoas concluía que o sujeito sabia mesmo do resultado.

    Então ele pegava os endereços das cem que que receberam o palpite correto e dividia em grupos de dez, fazendo o mesmo: cavalo A para um grupo, cavalo B para outro etc. Agora ele tinha dez pessoas acreditando que ele acertou duas vezes. Ele fazia o mesmo enviando agora dez cartas individuais e uma pessoa acabava plenamente convicta da capacidade de adivinhação do sujeito, pois testemunhou três vezes que ele acertou. Nesse momento o estelionatário entrava em contato com a vítima propondo uma aposta milionária conjunta: ele entrava com o palpite para o Grande Prêmio e a vítima com o dinheiro, que acabava entregando na confiança.

    Todos os dias em milhares de "igrejas" em todo o mundo alguém avisa que uma pessoa ali irá morrer. Considerando que somos mortais, a probabilidade de isso ocorrer em algumas dessas "igrejas" é grande. Basta um acerto por pura coincidência e o resto do trabalho de divulgação fica por conta do boca-a-boca do povo crédulo e dependente de "ver para crer". Troque o "morrer" por "encontrar emprego", "ser demitido", "fechar um ótimo negócio", "ser curado de uma doença mortal", "sofrer um acidente"... e você tem uma gama enorme de possibilidades para depois serem exploradas pelos pregadores desses locais para atrair mais público com base nos famosos "testemunhos".

    Mas e os muitos casos de revelações que não se concretizam? Bem, para isso tenho outra história de estelionatário que demonstra que não somos tão exigentes em investigar a fundo aquilo que sai barato para nós, como é o caso de alguma "profetada" não cumprida. O sujeito tinha um cavalo que morreu. Todo mundo sabia que ele tinha um cavalo, mas ninguém sabia que tinha morrido. Então ele rifou o cavalo, cobrando, digamos, um real por bilhete. Logo seus duzentos amigos compraram todos os números e um foi premiado. Você quer saber se o ganhador não reclamou por não receber o cavalo? Reclamou e o rapaz simplesmente devolveu o dinheiro para o único que reclamou.

    Mas e os casos que realmente mostram ter uma origem espiritual? Obviamente Deus tem o poder de revelar certas coisas a certas pessoas quando ele tem um propósito para isso, do mesmo modo como ele também permite que pessoas sejam enganadas (e na Bíblia vemos que até enviou espíritos maus com esta missão), quando também quer ensinar algo. Por isso é preciso sempre perguntar não só se aquilo vem de Deus, mas se não é um engano enviado por meu coração ter se afastado dele.

    Apesar de em algumas "igrejas" uma pergunta assim ser rechaçada como "pecado contra o Espírito" ou "incredulidade" por aqueles que se consideram "mais espirituais", julgar os espíritos para ver se procedem de Deus é uma ordem dada pelo próprio Espírito Santo de Deus:

    1Jo_4:1 Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.

    É incrível o número de cristãos que parece ler a Bíblia às carreiras e não percebe que estamos mergulhados em um mundo espiritual que inclui anjos caídos e demônios, também chamados de espíritos malignos. Trata-se de um inumerável exército de estelionatários tentando enganar os seres humanos com mentiras. O próprio Senhor advertiu contra a existência dos ministros e falsos profetas a serviço de Satanás no meio do povo de Deus, fazendo-se passar por ministros de Deus:

    Mat 7:15-23 Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores... Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade. 

    Ele não está falando ali de monges tibetanos, índios americanos, nativos africanos ou povos idólatras de ilhas remotas. Ele está falando de pessoas que chamam a Jesus de Senhor. Basta ligar a TV a qualquer hora do dia ou da noite para encontrar pessoas assim. Enquanto alguns são meros cobiçosos de riquezas, há aqueles que efetivamente estão a serviço direto das trevas, incorporados por demônios e com poderes de adivinhar, não necessariamente o futuro, mas fatos sobre as pessoas. Mas como eles podem estar fazendo isso e ao mesmo tempo promovendo o evangelho? Podem, e a jovem que perseguia Paulo é um exemplo disso, pois ela também parecia estar promovendo o evangelho:

    Ats 16:16-18 E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores. Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo. E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu. 

    O cuidado de um cristão sincero deve ser redobrado quando entendemos que a Palavra de Deus avisa que essas manifestações demoníacas dentro da esfera da cristandade aumentariam muito nos últimos tempos. É o que o apóstolo Paulo adverte em suas epístolas:

    1Tm_4:1 Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; 

    2Tm_4:3-4 Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. 

    Diferentes versões trazem, além de "fábulas", as palavras "mitos" ou "lendas". Se você entrar numa livraria e pedir livros de fábulas, mitos e lendas, sairá de lá com uma sacola cheia de histórias de fadas, duendes, lobisomens, vampiros, zumbis, fantasmas etc. Ou seja, personagens de uma outra esfera, de um submundo povoado por criaturas que, nas histórias, podem tanto ser benignas como malignas. O diabo está fazendo um trabalho bem feito neste sentido, pois hoje qualquer adolescente adoraria namorar o vampirinho do filme crepusculo.

    O problema é que, no mundo real da espiritualidade... "o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz... [e] os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça" 2 Co 11:14-15. No versículo anterior a este Paulo se referia àqueles que dizem ser apóstolos, porém não passam de uma fraude.

    Se você der uma festa e não colocar seguranças na porta, deixando o acesso livre para quem quiser chegar, logo terá em sua casa não só seus convidados, mas toda espécie de pessoas, principalmente aqueles que irão querer tirar proveito da "boca livre". Ou seja, o submundo é rápido em farejar oportunidades assim.

    Se um grupo de pessoas começa a flertar com o mundo espiritual e passa a se encantar e a maravilhar-se com manifestações espirituais sem qualquer discernimento ou juízo, está escancarando as portas para que miríades de demônios venham satisfazê-las com revelações surpreendentes e profecias mirabolantes. O desvio da verdade sempre deixa a casa limpa e arrumada para as hostes demoníacas participarem da festa. Embora os demônios não sejam capazes de prever o futuro, eles podem adivinhar o futuro com base na experiência.

    Todos os dias vemos na TV o homem ou a mulher do tempo adivinhando o clima de amanhã com base na experiência dos meteorologistas. Também lemos os comentaristas financeiros fazendo previsões das ações que sobem ou descem. Se meros seres humanos, com uma bagagem de dez ou vinte anos na observação do clima ou do mercado financeiro, são capazes de acertar muitas de suas previsões, o que dizer de seres que estão por aí há milhares de anos adquirindo experiência na observação do comportamento humano, da política, das finanças, do clima, e até da saúde das pessoas? Você acha que poderia ser enganado por eles? Certamente.

    Além dos anjos que se rebelaram contra Deus seguindo Lúcifer, e que têm a capacidade de assumir a forma humana, existem também os demônios ou espíritos malignos. Provavelmente são os espíritos desencarnados daqueles que nasceram do cruzamento de anjos com humanos descrito em Gn 6 e 2 Pd 2:4, ou talvez de alguma criação anterior àquela descrita a partir do versículo 2 do capítulo 1 de Gênesis, quiçá contemporâneos dos dinossauros. Seja qual for sua origem, sua existência é real e, apesar de sua incapacidade de assumir a forma humana, eles são capazes de influenciar e possuir os corpos de homens e animais para cumprirem seus propósitos de engano. Veja uma lista deles:

    Espíritos surdos-mudos (Mc 9:17), espíritos maus (Lc 7:21, espíritos de adivinhação (1 Sm 28:7, At 16:16), espíritos mentirosos (2 Cr 18:21), espíritos perversos (Is 19:14), espíritos enganadores (1 Tm 4:1), espíritos imundos (Lc 4:33), espírito do anticristo (1 Jo 4:3), espíritos escravizadores (Rm 8:15), espíritos destruidores (1 Co 10:10), espíritos de erro (1 Jo 4:6), espíritos de enfermidade (Lc 13:11), espíritos de luxúria (Os 4:12).

    É importante notar que mesmo os espíritos imundos estão sujeitos a Deus e, assim como ocorre com Satanás, só podem agir dentro de certos limites, como foi o caso de Satanás com Jó. Esses espíritos reconhecem a autoridade de Jesus e se submetem a ele (Mc 1:27, Lc 4:36), tremendo diante dele (Tg 2:19). Deus pode usá-los para cumprir seus propósitos, como vemos em Sl 78:49 e Jz 9:23.

    Mas agora vem a parte que concerne os cristãos, que devem vigiar para que as portas de sua festa não estejam escancaradas, como no exemplo que dei. Quando um grupo de pessoas fica extasiada em busca de milagres e maravilhas, e não na busca do Senhor e sua Palavra, elas se tornam vulneráveis a toda espécie de erro e manipulação da parte desses espíritos, mesmo que muitas delas sejam realmente convertidas. Isso quando já não estão sendo manipuladas por "pastores" ávidos por dinheiro e prontos a promover todo tipo de entretenimento espiritual na forma de manifestações milagrosas.

    Embora o trigo, que são os verdadeiros crentes, não possam ser possuídos por demônios, o joio que convive em seu meio e às vezes até dirige congregações pode ser um instrumento do diabo. Apartar-se da verdade abre as portas para o erro, como aconteceu com Saul em 1 Sm 16:14:

    1Sm 16:13-15 ...desde aquele dia em diante o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi... E o Espírito do SENHOR se retirou de Saul, e atormentava-o um espírito mau da parte do SENHOR. Então os criados de Saul lhe disseram: Eis que agora o espírito mau da parte de Deus te atormenta; 

    Observe que no Antigo Testamento os crentes não tinham ainda o Espírito Santo habitando em si, mas apenas sobre si, influenciando-os e guiando-os. É neste sentido que o Espírito do Senhor se retirou de Saul, já que aqueles na atual dispensação que são habitados pelo Espírito Santo não podem perdê-lo.

    Mesmo assim, quando somos advertidos em Efs 4:27 "Não deis lugar ao diabo"isso é porque Deus sabe que se começarmos a flertar com o mundo espiritual, interessados em manifestações, adivinhações, profecias e sinais mirabolantes, logo o diabo vai perceber nossa porta aberta e enviará um bando de demônios penetras para nossa festa. E eles certamente serão capazes de promover uma festa de arromba, com muito entretenimento espiritual para nos manter presos ao engano.

    Concluindo, deixarei para você discernir se os casos que mencionou são realmente vindos de Deus ou do diabo. O que vem de Deus exalta a Cristo e leva nosso olhar para ele. O que vem do diabo exalta o homem e, como um vício, deixa sempre o desejo de consumir mais dessas manifestações. Nem preciso dizer que hoje há muitos cristãos que são viciados em manifestações espirituais, como se a sua fé não se contentasse em ter a Cristo diante de si, mas precisasse constantemente estar cercado de testemunhos emocionantes. São como viciados em algum tipo de droga espiritual que causam visões e êxtases, sem o que acham que não podem viver.

    Para esses Jesus apenas já não satisfaz.

    Sempre que estiver diante de manifestações espirituais, procure julgar se aquilo está sendo feito com algum proveito. Alguém que adivinhe particularidades da vida de uma pessoa não está trazendo proveito algum a ela, a não ser torná-la dependente de sua capacidade de adivinhação e colocando-se como alguém com super-poderes aos olhos delas. Isso não passa de exaltação da carne.

    O Senhor não fazia seus sinais e milagres como um mágico faz seus truques para arrancar aplausos e "Oh!" da platéia. Cada milagre, sinal ou palavra que ele falava tinha um objetivo claro e definido de bênção (ou às vezes de condenação) de seu interlocutor. Não eram tampouco coisas que tinham o objetivo de alisar o ego do outro, como algumas "profetadas" que costumo ouvir ou até ler em emails e mensagens deixadas nas redes sociais. Coisas do tipo, "Deus tem uma grande obra para você!", "Estou vendo que Deus fará de você um pregador famoso!" etc.

    No espiritismo isso é muito usado para atrair e segurar noviços. Tem espíritas que são loucos para dizer aos recém chegados: "Você tem mediunidade, precisa desenvolver!". Pronto, prato cheio para o ego de quem vai atrás dessa conversa e ótima isca para fisgar incautos com problemas de baixa auto-estima. 

    Devemos obedecer aos pastores?



     Lendo Hebreus 13.17. Me fiz uma pergunta: o que é um pastor? Alguém mais apressado poderia responder que se trata de um homem que estuda em uma faculdade de teologia, tira um diploma e é ordenado por uma determinada igreja ou denominação, recebendo assim uma congregação para pastorear, onde ele será o líder e os demais serão os membros. De certa maneira, a mesma resposta poderia descrever tanto um pastor protestante como um padre católico. Mas será que encontramos isso nas Escrituras?

    Pastor é um dom dado pelo próprio Senhor (Efésios 4.11). Nenhuma escola, homens, ou organização, pode fazer de alguém um pastor segundo a Bíblia. É um dom como é o evangelista e o mestre (ou doutor). Vemos a ordem dos dons claramente indicada em Atos 11 onde os evangelistas pregam o evangelho (vers.19‑20), pessoas crêem (vers. 21), recebem um irmão com o dom de pastor (vers. 22‑24) que os reúne como faz o pastor às ovelhas, cuidando delas e exortando‑as a permanecerem unidas ao Pastor que é Cristo. Vem, então, a necessidade de alimento mais sólido para aquelas almas e Paulo (além do próprio Barnabé) vai exercer o dom de mestre ou doutor (vers. 25‑26) ensinando‑os.^

    Portanto, o pastor que a Bíblia manda que obedecemos não é uma pessoa que ocupa um cargo ordenado por homens, mas um homem que tem um dom dado por Cristo. Se me faço membro de uma denominação, evidentemente terei que obedecer aquele homem que foi colocado pela denominação como autoridade. Mas a partir do momento que compreendo que todo o sistema está errado, e me aparto dele obedecendo 2 Timóteo 2.19, para me reunir somente ao nome do Senhor, irei reconhecer que há irmãos dotados pelo Senhor (que não levam sobre si títulos) mas que demonstram ter um cuidado especial pelo rebanho. Devo então obedecê‑los nos moldes de Hebreus 13.17, porque são irmãos que o próprio Senhor colocou para cuidarem do rebanho.

    A obediencia aos pastores e incondicional?



    Sinto pelas dificuldades que alguns irmaos  têm passado e principalmente pelas dúvidas que surgiram quando tiveram de abandonar o lugar onde se reuniam por causa daquele que se dizia pastor. Sua dúvida é em razão do versículo: Hebreus 13.17 - "Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil".

    Primeiro é importante entender o que é um pastor, pois o versículo aplica-se àqueles que são pastores segundo os princípios da Palavra de Deus. O que é um pastor? A resposta esta em: devemos obedecer os pastores? 

    Obviamente o que descreveram não é um pastor, mas um lobo em pele de cordeiro, daí terem se afastado dele e de sua congregação. É bom saber que o véu do descaramento humano foi levantado e puderam perceber o que há por trás de muitos que se dizem pastores, mas que pastoreiam a si mesmos. É engraçado que muitos cristãos enxergam isso mas têm medo de fazer algo (o fazer algo é apartar-se) por ainda acharem que esses lobos têm algum poder ou autoridade. Acho que é uma herança cultural que recebemos do catolicismo, onde o padre ou o bispo são considerados intocáveis.

    Mas se buscarmos na Palavra de Deus, veremos que o Senhor deixa claro que nada tem a ver com aqueles que, apesar de profetizarem em Seu nome, fazerem milagres em Seu nome e expulsaram demônios em Seu nome. O Senhor nunca conheceu tais pessoas.

    Mt 7:21-23 "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade".

    Perceba que o Senhor não está falando aqui de pagãos, espíritas ou qualquer coisa estranha à Bíblia. São pessoas que falam e agem como se fossem cristãos, todavia não são. O mesmo podemos encontrar em 2 Timóteo 3:1-9. É muito importante entender que o apóstolo ainda está falando do assunto do capítulo anterior, que é a Casa de Deus, onde há vasos de honra e de desonra:

    1 "SABE, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos" - Os últimos dias estão em contraste com os últimos tempos que ele menciona na primeira carta. Esta é a última carta de Paulo, quando ele foi abandonado por todos, assim como sua doutrina é abandonada hoje em grande parte da cristandade.

    2 "Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus" - Estas características são para homens dentro da Grande Casa em que foi transformada a Casa de Deus. Tudo o que pode ser encontrado no mais ímpio incrédulo pode ser encontrado naquele que se diz cristão. Com uma diferença perigosa, que é o que diz no versículo 5.

    5 "Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te." A aparência é de piedade, mas o poder ou a eficácia não é da piedade, mas do interesse próprio, da avareza, da presunção, da soberba, da blasfêmia, da desobediência natural, da ingratidão... de tudo aquilo que foi mencionado no versículo anterior. A ordem é clara: qualquer cristão sincero que detectar isso naqueles que se dizem seus líderes ou "anjos", deve se afastar desses. Não se trata de combater, de discutir, de brigar, mas de se afastar. É a mesma ordem dada no capítulo anterior quando o assunto foi o desvio da verdade:

    "Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade. Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra." 2 Tm 2

    Porém não se trata de um afastar-se ou apartar-se para si mesmo ou para iniciar mais uma denominação ou religião. É apartar-se do mal para seguir..."...a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor". O Senhor irá lhes dar discernimento para identificá-los depois de se apartarem. Geralmente nas coisas de Deus é assim que acontece, um passo de cada vez.

    6 "Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências" - Esta é outra característica dos falsos líderes com aparência de piedade. Eles cativam pessoas, não apenas carregadas de pecados, mas levadas de várias concupiscências. A concupiscência nem sempre é o desejo extremo por algo ilícito. O amor ou desejo exagerado por dinheiro, poder, romance, saúde e muitas outras coisas que podem até ser legítimas em algumas circunstâncias, se transforma em armadilha para aqueles que não buscam o Senhor pelo Senhor, mas que O buscam por aquilo que poderão ganhar com isso. Não é esta a mensagem que prevalece hoje em muitas das chamadas "igrejas" que atraem multidões? Você vai ficar rico, vai ficar saudável, vai prosperar, vai arranjar casamento, vai virar empresário... Quando percebemos que o Senhor não tinha nada disso, e seus discípulos também não, entendemos que as pessoas que vão na conversa desses pretensos pastores estão, na realidade, fazendo uma espécie de pacto, que o mesmo que fazem pessoas que caem no conto do bilhete premiado e tantos outros golpes de estelionatários. Estão em busca de vantagens fáceis e acabam seguindo quem as oferece.

    7 "Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade" - Isto é evidente, pois o conhecimento da Palavra de Deus só pode ser recebido dEle. Decorar versículos bíblicos ou conhecer aquilo que as escolas de teologia ensinam não é o conhecimento da Palavra de Deus que encontramos explicado em 1 Coríntios, o conhecimento que foi revelado aos apóstolos, inspirado em suas penas e discernido por aqueles que não só têm o Espírito, mas são espirituais.

    8 "E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles". - Janes e Jambres foram os magos que imitaram o poder de Deus para confundir e se oporem a Moisés e Aarão. Tudo o que faziam era idêntico ao que os homens de Deus faziam, com uma diferença: não conseguiram criar vida (piolhos) do pó (morte).

    Portanto, considerando tudo isso, vocês agiram corretamente se separando desses que se dizem "anjos de Deus" mas que na verdade são lobos com pele de cordeiro.

    A que vinda de Cristo se refere Mateus 24:27?



    Trata-se de sua manifestação publica quando todo olho O verá. Não é o encontro com a noiva, que acontece em caráter privativo como deve ser o encontro com uma noiva. Quando o Senhor subiu, entre nuvens, apenas Seus discípulos O viram. Os anjos disseram que eles O veriam descer do mesmo modo, e creio que Ele virá primeiro para um encontro secreto com os Seus nos ares. A ressurreição do Senhor foi oculta. Somente os panos foram encontrados. Assim creio que nossas roupas serão encontradas, nada mais. Ele apareceu ressurreto apenas aos Seus e creio que nossa ressurreição não será um espetáculo visível ao mundo.

    Nossa vinda com Ele em glória, esta sim. Mas para virmos em glória, é preciso antes termos um tempo com Ele. Há coisas que devem ser acertadas como em qualquer encontro. Ficamos muito tempo longe, temos muito para conversar. A questão de nossas obras, muitas delas más, precisam ser resolvidas e tudo isso não será feito na frente de incrédulos.

    E digo mais, o encontro do Senhor com o Seu povo terrenal, Israel, também terá um caráter secreto. Embora Ele venha manifestado publicamente, Ele terá um encontro secreto com Seu povo terreno. Isto pode ser visto em tipo em José e seus irmãos. Antes de se manifestar a eles, ele clama: "Fazei sair daqui a todo o varão; e ninguém ficou com ele, quando José se deu a conhecer a seus irmãos" (Gn 45.1).

    Não vou entrar em detalhes aqui para não alongar esta mensagem, mas Ele Se encontrará primeiro com Judá e Benjamim, que são hoje os reconhecidos judeus. As outras tribos terão um encontro posterior. Serão elas que perguntarão: "Que feridas são essas nas Tuas mãos?" E Ele responderá: "São as feridas com que fui ferido em casa de meus amigos" (Zc 13.6) Os judeus são os responsáveis diretos pela crucificação. Os outros não estavam lá naquele dia.