terça-feira, 10 de junho de 2014

A lei e de graca, mas a graca e cara! Lucas 16:15-17.



A Lei dada por Deus recompensava o homem por sua fidelidade. Se você obedecesse, seria recompensado, caso contrário viveria doente, na miséria, sem filhos e seu nome cairia no esquecimento. A Lei é pura e perfeita para o homem natural vivendo na terra. O problema é que somos imperfeitos, por isso a Lei acabou desvirtuada pelos judeus, que faziam de conta que a praticavam de olho na recompensa. Tornaram-se gananciosos de riquezas materiais e posições de destaque na sociedade.

Jesus fala de uma mudança: "A Lei e os profetas profetizaram até João. Desse tempo em diante estão sendo pregadas as boas novas do Reino de Deus, e todos tentam forçar sua entrada nele. É mais fácil o céu e a terra desaparecerem do que cair da Lei o menor traço." (Lc 16:16-17). A Lei não deixava de existir, mas seria em vão tentar justificar-se por ela. João Batista anunciara a chegada do Messias e seu Reino, e os judeus, culpados de violar a Lei, deviam se arrepender e serem batizados, assumindo uma nova posição no Reino. “Mas os fariseus e os peritos na Lei rejeitaram o propósito de Deus para eles, não sendo batizados por João.” (Lc 7:30).

Se o normal até ali era buscar a justificação pela Lei, não seria normal arrepender-se por não ter conseguido e aceitar “as boas novas do Reino”.“Forçar sua entrada” no Reino seria equivalente à expressão “forçar a barra”. Quem fizesse isso seria perseguido pelos que se justificavam a si mesmos. O problema não estava na Lei, que é boa e perfeita, mas no homem que é incapaz de cumpri-la por estar morto em delitos e pecados. Este precisaria depender inteiramente da graça de Deus, “pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo.” (Jo 1:17).

Em suma, a lei não deixou de existir; o que deixou de existir foi o homem descendente de Adão. Na cruz Jesus deu um fim nele, inaugurando um novo homem pela ressurreição. Aqueles que insistem em permanecer sob a Lei colocam a corda no próprio pescoço, pois a Lei não foi feita para salvar, e sim para condenar. Ela prometia prosperidade aos fiéis, mas condenação aos infiéis. Você se considera cem por cento fiel e cumpridor de todos os preceitos da Lei? A menos que seja hipócrita, a resposta será não. Então, sob a Lei você está condenado, não só por transgredi-la, mas por ser adúltero. Não entendeu?

Realmente entendemos o que Jesus diz? Lucas 16:18.



Jesus diz: “Quem se divorciar de sua mulher e se casar com outra mulher estará cometendo adultério, e o homem que se casar com uma mulher divorciada do seu marido estará cometendo adultério.” (Lc 16:18). Por que será que ele interrompe o assunto da Lei do versículo 17 para falar de adultério e divórcio? Ele não interrompe; o assunto aqui ainda é a Lei, e você só entenderá isso se ler o que Paulo escreve em sua Carta aos Romanos, que é o evangelho explicado.

“Acaso vocês não sabem que a lei tem autoridade sobre alguém apenas enquanto ele vive? Por exemplo, pela lei a mulher casada está ligada a seu marido enquanto ele estiver vivo; mas, se o marido morrer, ela estará livre da lei do casamento. Por isso, se ela se casar com outro homem enquanto seu marido ainda estiver vivo, será considerada adúltera. Mas se o marido morrer, ela estará livre daquela lei, e mesmo que venha a se casar com outro homem, não será adúltera. Assim, meus irmãos, vocês também morreram para a Lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerem a outro, àquele que ressuscitou dos mortos.” (Rm 7:1-4).

A questão é: Pode um morto guardar a Lei? Não! E por acaso não é assim que Deus vê o crente em relação à Lei? “Agora, mortos para aquilo que antes nos prendia, fomos libertados da lei, para que sirvamos em novidade de espírito, e não segundo a velha forma da lei escrita.” (Rm 7:6).  Agora veja como tudo está maravilhosamente conectado a este capítulo de Lucas: “Quem se divorciar de sua mulher e se casar com outra mulher estará cometendo adultério.” (Lc 16:18). O assunto aqui não é divórcio, mas adultério, caso o vínculo não tenha sido desfeito pela morte.

Por isso o apóstolo Paulo explica: “Vocês também morreram para a lei, por meio do corpo de Cristo para pertencerem a outro, àquele que ressuscitou dos mortos.” (Rm 7:4). Se agora pertencemos a Cristo, como continuar pertencendo à Lei para a qual morremos? Querer viver sob ambos é adultério. Além disso, “tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.” (Rm 5:1). Isto significa que aqueles que creem em Jesus são justos aos olhos de Deus, e Paulo escreve a Timóteo que a Lei “não é feita para os justos.” (1 Tm 1:9).