domingo, 30 de junho de 2013

Lucas 12:8-14?



Jesus garante aos discípulos que eles estariam plenamente capacitados pelo Espírito Santo para serem testemunhas fiéis de Deus no mundo. “Quando vocês forem levados às sinagogas e diante dos governantes e das autoridades, não se preocupem com a forma pela qual se defenderão, ou com o que dirão, pois naquela hora o Espírito Santo lhes ensinará o que devem dizer” (Lc 12:11-12)

Todavia, o mesmo Espírito que viria capacitar os discípulos aumentaria a culpa daqueles fariseus incrédulos, e neste ponto Jesus fala do pecado sem perdão. “Todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado, mas quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado” (Lc 12:10). Os fariseus eram culpados deste pecado porque tinham visto Jesus curar e atribuíram seu poder a Belzebu, e não ao Espírito de Deus. Já vimos isto no capítulo 11 deste Evangelho de Lucas, mas também é citado em Mateus 12.

Hoje é impossível a um crente verdadeiro blasfemar contra o Espírito, apesar de alguns ficarem se torturando com esta ideia. Os Evangelhos associam isto explicitamente ao que os escribas e fariseus fizeram. O simples fato de um crente sentir remorso prova que não cometeu o pecado sem perdão. Um incrédulo que fale mal de Jesus ou rejeite o testemunho do Espírito para convencê-lo de pecado também não está blasfemando contra o Espírito. Até o seu último suspiro o perdão estará disponível para ele, mas se morrer na incredulidade estará perdido, não por blasfemar, mas por ter recusado a dádiva de Deus para salvá-lo. Saulo não só falou mal de Jesus, como perseguiu e entregou à morte seus discípulos. Mesmo assim ele foi perdoado quando creu e transformado por Deus num instrumento de bênção para muitos. 

Hoje pregadores perversos usam do argumento da “blasfêmia contra o Espírito” como instrumento de terror para manter o controle sobre seus seguidores. Alguns ameaçam os que querem abandonar suas congregações, alegando que estariam assim virando as costas ao Espírito Santo e, portanto, blasfemando. Movidos pelo medo muitos continuam a obedecê-los cegamente e a sustentá-los com seus bens. Quão diferente é esse modo de agir do amor demonstrado pelo verdadeiro Pastor das ovelhas, que não ameaçou nem mesmo os seus carrascos.

“Quando insultado, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça” (1 Pe 2:23). “Ele foi oprimido e afligido, contudo não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca” (Is 53:7).

Prosperidade.



Jesus diz aos discípulos: “Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens” (Lc 12:15). Este aviso deveria ser suficiente para os que enchem os templos dos pregadores da Teologia da Prosperidade, deixando-os cada vez mais ricos. Esses pregadores gostam quando suas riquezas são denunciadas na mídia, pois tal propaganda faz bem para os seus negócios. Afinal, se você for ganancioso irá querer seguir o pregador mais próspero que encontrar, não é mesmo? Na sua cabeça ele é o mais abençoado por Deus, e quanto mais rico maior a probabilidade de ele revelar o segredo de sua prosperidade.

Talvez você pergunte: “Mas o Antigo Testamento não está cheio de promessas de prosperidade para os que forem fiéis?”. Está, mas a pergunta que você deveria fazer é esta: “Por que o Antigo Testamento está cheio de promessas prosperidade e o Novo Testamento diz para nos contentarmos com o que temos?”. Você não terá qualquer dificuldade com isto se entender a verdade dispensacional. Ao dizer que Deus fará “convergir em Cristo todas as coisas, celestiais ou terrenas, na dispensação da plenitude dos tempos” (Ef 1:10), Paulo revela que existem coisas celestiais e terrenas, e há uma dispensação que chama de “plenitude dos tempos”. Um olhar atento por toda a Bíblia ajudará a detectar outras dispensações.

A palavra “dispensação” no grego tem o sentido de “administração de uma casa” e se fizéssemos um paralelo com a história do Brasil poderíamos dividi-la em diferentes dispensações, que podem ter sido tanto as diferentes formas de governo, como os diferentes planos econômicos. Deus também teve diferentes modos de agir, ou dispensações, em diferentes eras da história da humanidade. Mas aqui vou tratar apenas de duas: a dispensação da Lei, dada a Israel, e a dispensação da Graça, na qual está inserida a dispensação especial dada a Paulo revelar e que ficara em segredo nos séculos anteriores, a Igreja.

É bom entender que ao dizer “Israel” não estou me referindo aos judeus ou à nação que existe hoje na Palestina, formada por representantes das tribos de Judá e Benjamim. Refiro-me ao Israel original segundo os propósitos de Deus, composto por doze tribos em um só povo. E quando falo “Igreja”, não me refiro a algum edifício ou organização religiosa, mas ao seu significado original, que é “os chamados para fora”. Isto é, os que são chamados para fora deste mundo durante o período de rejeição de Cristo; que são habitados pelo Espírito Santo e formam um só corpo, do qual Cristo é a cabeça no céu. Na Bíblia “igreja” pode referir-se tanto a esse conjunto como à representação dele, quando dois ou três estão reunidos ao nome de Jesus.

Lucas 12:15 Nos realmente entendemos a Biblia?




A Lei fora dada apenas a Israel; o evangelho é pregado a todos os povos, e isto já é um indício de que estamos falando de diferentes dispensações ou modos de Deus tratar com a humanidade. João Batista foi o último profeta da antiga dispensação, e Jesus abriu a dispensação da graça na qual a Igreja estaria inserida. “A Lei e os profetas profetizaram até João. Desse tempo em diante estão sendo pregadas as boas novas do Reino de Deus” (Lc 16:16). “A Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo” (Jo 1:17).

O contraste também fica evidente na conversa de Jesus com a mulher samaritana, ao deixar claro que haveria uma mudança no lugar e modo de adoração. Ele disse a ela: “Está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém... está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:21-24). 

Como Messias prometido, Jesus "veio para o que era seu [o povo judeu], mas os seus não o receberam. Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus" (Jo 1:11-13). Se na dispensação da Lei nenhum israelita ousaria chamar a Deus de Pai, agora Jesus inaugurava uma nova relação de parentesco. Mas para dar como realmente inaugurada a nova dispensação ele precisava antes morrer, ressuscitar, subir ao céu e enviar o Espírito santo.

Nada disso existiu antes. A Lei exigia que o homem fizesse algo para ser abençoado; a graça abençoa por favor imerecido. Apesar de seu fracasso, Deus em sua misericórdia não destruiu aquele povo, pois tinha em vista a vinda de Cristo. Foi assim que a lei serviu de "tutor", conforme Paulo explica aos Gálatas, que ainda queriam viver sob a Lei: "Antes que viesse esta fé, estávamos sob a custódia da lei, nela encerrados, até que a fé que haveria de vir fosse revelada. Assim, a lei foi o nosso tutor até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. Agora, porém, tendo chegado a fé, já não estamos mais sob o controle do tutor. Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus" (Gl 3:23-26).

O crente em Cristo tem em si um poder muito maior que a Lei. É por isso que sob a potente influência da graça a hipocrisia dos fariseus fica muito mais evidente do que sob a Lei e o pecador pode ser perdoado, não por existir nele algo de bom, mas porque o Espírito o convence de ser totalmente mau. “Onde aumentou o pecado, transbordou a graça, a fim de que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reine pela justiça para conceder vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 5:20-21).

sábado, 29 de junho de 2013

Antes da teologia, leia a Biblia!!! Lucas 12:8-14



O assunto agora é a fidelidade no testemunho, ou a falta dela. Jesus diz: “Quem me confessar diante dos homens, também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus. Mas aquele que me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus” (Lc 12:8). O poder para confessá-lo não estaria nos discípulos, mas viria do Espírito Santo. Eles confessariam ousadamente o nome de Jesus, e exceto João, todos os apóstolos seriam executados.

O poder para a vida e o testemunho seria Espírito Santo dado a todo o que crê em Jesus, conforme Paulo explica aos Efésios: “Quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados com o Espírito Santo da promessa, que é a garantia da nossa herança até a redenção daqueles que pertencem a Deus, para o louvor da sua glória” (Ef 1:13-14).

O mesmo Espírito daria a eles poder para fugir do pecado e resistir ao mal. Porém sua luta não seria contra pessoas, mas contra seres espirituais, “contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Ef 6:12). Não caberia a eles julgar e reformar o mundo. Jesus faria isso em sua vinda, mas neste momento nem mesmo ele se proporia a julgar as demandas entre os homens. “Alguém da multidão lhe disse: ‘Mestre, dize a meu irmão que divida a herança comigo’. Respondeu Jesus: ‘Homem, quem me designou juiz ou árbitro entre vocês?’” (Lc 12:13-14).

Jesus sairia deste mundo sem mover uma palha para melhorá-lo, social ou politicamente. Ele tão somente exerceria misericórdia, alimentando e curando os necessitados, e não esperando que o poder público o fizesse. Ele não interferiria nos sistemas humanos, não promoveria passeatas, greves ou boicotes, e nem deixaria de pagar impostos. O próprio Filho de Deus passaria por aqui e, exceto pelo testemunho de sua vida exemplar e do sacrifício de si mesmo, o mundo continuaria igual, ou pior por ser culpado de rejeitá-lo.

Em seu lugar ficariam os discípulos, ensinados e movidos pelo Espírito Santo que viria habitar na Igreja e em cada crente individualmente. Ao enviar o Espírito o Senhor estaria agindo em misericórdia para com o homem pecador, e o tempo da paciência de Deus já dura mais de dois mil anos. Mas “o Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Pelo contrário, ele é paciente... não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pe 3:9). Neste período da graça a justiça sofre e são “bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça” (Mt 5:10). Quando Cristo vier a justiça reinará.
E se voce nao entendeu nada, pare de dar atencao a cartilha do seu "ministerio" e fique mais atento a palavra de Deus!