quinta-feira, 31 de maio de 2012

Eliseu: um profeta de verdade!


Leitura: Lucas 4:27-30; 2 Reis 5
Tente imaginar a cena: a carruagem do poderoso comandante do exército do rei da Síria, com seus servos e uma escolta de soldados parados em frente à casa do profeta Eliseu. Agora pense na frustração de Naamã ao perceber que não é Eliseu quem sai da casa, mas apenas um mensageiro com a receita para sua doença!

O garoto de recados transmite a mensagem do profeta: "Vá e lave-se sete vezes no rio Jordão; sua pele será restaurada e você ficará purificado" (2 Rs 5:10). Naamã fica indignado. Ele estava certo de que o próprio profeta viria ao seu encontro e invocaria o nome de Deus, imporia a mão sobre o lugar de suas feridas e o curaria da lepra. Além disso, que benefício havia em banhar-se no Jordão quando em Damasco havia os rios Abana e Farfar, bem maiores e importantes!

Hoje muitos cristãos são como Naamã. Acreditam que Deus só pode agir se existir algum tipo de pirotecnia, como música alta, pregadores berrando ao microfone e rios de dinheiro fluindo. Não se contentam com a Palavra de Deus e ficam impressionados quando um pregador se diz capaz de fazer descer fogo dos céus, de tão poderoso que se considera.

Pregadores que se gabam de tal proeza não percebem que esta será uma das habilidades do anticristo, o qual realizará "grandes sinais, chegando a fazer descer fogo do céu à terra, à vista dos homens" (Ap 13:13). E se esquecem de que o Senhor Jesus repreendeu seus discípulos pela mesma exibição de prepotência, ao lhes dizer: "Vocês não sabem de que espécie de espírito são, pois o Filho do homem não veio para destruir a vida dos homens, mas para salvá-los" (Lc 9:55).

Mas esses mesmos pregadores sabem que seus seguidores não se contentam com a simplicidade do evangelho; ficam frustrados se não virem dramatização, testemunhos forjados e demonstração de poder medida em decibéis. Então eles procuram apresentar aquilo que seus seguidores querem enxergar neles: um bufão arrogante, prepotente e mestre em exibicionismo.

Naamã queria encontrar alguém assim, daí sua frustração. Mas seus servos são mais sábios que ele e lhe dizem: "Se o profeta lhe tivesse pedido alguma coisa difícil, o senhor não faria? Quanto mais, quando ele apenas lhe diz para que se lave e seja purificado!" (2 Rs 5:13). Naamã se rende ao conselho dos servos, mergulha sete vezes no Jordão e sai curado de sua lepra.

Sua reação é de gratidão: ele quer dar ao profeta Eliseu um presente, mas este lhe dá a resposta que deveria estar na ponta da língua de qualquer verdadeiro servo de Deus: "Juro pelo nome do Senhor, a quem sirvo, que nada aceitarei". Aí está uma boa forma de você identificar se aquele pregador da TV é ou não um homem de Deus. Se ele pedir ou aceitar dinheiro em troca da cura, bênção ou salvação, então não é.

O leproso general Naama.


Leitura: Lucas 4:27-30; 2 Reis 5
Depois de mencionar aos judeus o caso da viúva de Sarepta, sustentada por Deus em vida e ressurreição, Jesus fala de outro estrangeiro, Naamã. Mas este não é pobre e faminto como a viúva. Naamã é comandante do exército do rei da Síria, nação inimiga de Israel, que em uma de suas invasões havia escravizado uma menina israelita. A menina agora trabalha para a esposa de Naamã.

A viúva de Sarepta não tinha nada, e precisou de Deus para suprir suas necessidades e resgatar seu filho da morte. Naamã tem tudo, porém é leproso. Na Bíblia a lepra aparece como figura do pecado: a doença que nos torna insensíveis ao mal, nos corrompe e nos faz impuros aos olhos de Deus. O grande Naamã depende agora da menina escrava para encontrar a cura para o seu mal. A jovem avisa: "Se o meu senhor procurasse o profeta que está em Samaria, ele o curaria da lepra" (2 Rs 5:3).

Havia muitas jovens israelitas escravizadas pelo inimigo, mas quantas conheciam a Deus, amavam seu semelhante e estavam dispostas a salvar seus inimigos? Ninguém a censuraria se ela pensasse consigo: "Deus castigou Naamã por ter me roubado e me escravizado! Bem feito para ele!". Mas esta menina não é assim. Ela realmente se importa e indica a solução para o mal que aflige seu senhor.

O rei dá a Naamã licença para viajar em busca da cura, e ele parte para Samaria levando uma carta do rei da Síria ao rei de Israel. Este, ao ler a carta, se desespera. "Por acaso sou Deus, capaz de conceder vida ou morte? Por que este homem me envia alguém para que eu o cure da lepra? Vejam como ele procura um motivo para se desentender comigo!" (2 Rs 5:7).

No raciocínio do rei da Síria, se havia alguém em Israel capaz de curar seu oficial, esse alguém devia ser o homem mais poderoso, o rei de Israel. Hoje as pessoas procuram a cura de suas doenças e a prosperidade material em homens que conseguiram resolver seus próprios problemas de saúde e finanças. É este o raciocínio por trás do crescente movimento evangélico da prosperidade: "Quanto mais rico e próspero o pregador, mais rico ele me fará". Por isso esses pregadores não têm qualquer escrúpulo em ostentar riqueza. Na cabeça de seus seguidores isso é garantia de sucesso. Esses são os que rejeitariam o filho do carpinteiro.

Mas não é no rei de Israel que Naamã irá encontrar a cura e nem é dele que a menina falou. Ela se referiu ao profeta Elizeu, que fica sabendo do caso e envia uma mensagem ao rei pedindo que envie Naamã para conversar com ele. No proximo texto veremos  Naamã e toda a sua escolta parando à porta da humilde casa do profeta Eliseu em busca da cura de sua lepra.

domingo, 27 de maio de 2012

O que significa batalha espiritual?



As religiões costumam inventar títulos para atividades, como se fosse um menu que possam servir de diferentes maneiras para diferentes ocasiões, ou então para criar novas disciplinas a serem ensinadas nas escolas de teologia. Talvez seja o caso do termo "Batalha Espiritual"  que e muito usado hoje em dia.



Quem realmente ora a Deus não costuma ficar contando isso, mesmo porque o próprio Senhor disse que não devemos orar para sermos vistos pelos homens. Lembro-me de um testemunho de uma  "pastora" que costumava orar em sua sala de frente para a rua com as cortinas abertas, estrategicamente ajoelhada de modo que todos os pedestres pudessem ver como ela era fiel e perseverante (!). É o caso também dos que colocam suas próprias fotos fazendo pose de que estão prostrados em oração no Facebook ou no Orkut. Nossa carne religiosa adora essas coisas, por isso faremos bem em evitá-las.

Mat 6:5-8 E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão [isto é, já foram vistos pelos homens, que era o objetivo, portanto Deus não precisa nem se dar ao trabalho de responder]. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes. 

Não existe explicitamente o termo "batalha espiritual" na Bíblia, ou pelo menos na versão que busquei, mas isso não quer dizer que o crente não esteja em uma constante guerra no mundo espiritual, a qual é travada em oração. Esta passagem é um exemplo:

Col_4:12 Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo, combatendo sempre por vós em orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda a vontade de Deus.

Estamos empenhados em uma batalha espiritual - se quiser usar o termo - em todos os aspectos da vida cristã, seja em nossas orações, quando invadimos com elas as regiões celestiais para lutarmos contra seres espirituais, seja na labuta diária para testemunharmos de Cristo.

Efs 6:12-18 Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça; E calçados os pés na preparação do evangelho da paz; Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos, 

Flp_1:27 Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho

Creio que você aproveitaria muito lendo sobre oração e também sobre a armadura de Deus. Mas fuja de qualquer movimento ou prática que tenha cheiro de carnalidade e farisaísmo, no sentido de orar para se gabar disso ou ser vista pelos homens. E também não caia na armadilha de ficar enxergando um demônio em cada pessoa, como fazem alguns que mais se ocupam com o diabo do que com Cristo.

Existem por aí até cursos de "batalha espiritual" com ênfase em estudar e conhecer Satanás, seus anjos e demônios, mas não creio que nos tornamos mais espirituais se gastarmos todo o nosso tempo ocupados com as trevas. Aquele que se ocupa com Cristo certamente escolheu "a melhor parte", como disse o Senhor a Marta. A ocupação com o Senhor deve ser nossa prioridade. Afinal, essa será eternamente nossa ocupação, não é mesmo?

Um dos melhores textos sobre oração que conheço é "A oração e o mundo invisível", por Paul Wilson, o qual você encontra neste link:
http://manjarcelestial.blogspot.com.br/2012/05/oracao-e-o-mundo-invisivel-paul-wilson.html

Leia também "Nossa luta", de H. Smith neste link:
http://manjarcelestial.blogspot.com.br/2011/05/nossa-luta-jhsmith.html

Como convencer catolicos do pecado da idolatria?



Como convencer os católicos de que a idolatria é pecado, se eles não se consideram idólatras e acham que suas imagens são apenas objetos de culto ou veneração, e não ídolos. Sei bem o que dizem, porque eu também já fui um.



O que eu não enxergava era como alguém poderia construir uma basílica para abrigar uma mera imagem, subir escadas de joelhos em sua honra e esperar que ela tivesse superpoderes, quando nem contra a poeira ela podia proteger a si mesma. Era preciso um espanador periódico para livrá-la de seu problema.


Slm 135:15-17  Os ídolos dos gentios são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; têm olhos, e não vêem, Têm ouvidos, mas não ouvem, nem há respiro algum nas suas bocas. 


Antes de ir ao ponto quero deixar claro que idolatria não se restringe à adoração de imagens, mas sim a ocupação com qualquer coisa que acharmos poder nos deixar felizes e realizados. As igrejas neo-pentecostais que você vê na TV são antros de idolatria tão graves quanto a idolatria e superstição encontrada nos cultos pagãos. Muitas pessoas estão ali em busca de coisas como saúde e prosperidade que acham ser a solução para todos os seus problemas. Saúde e prosperidade são seus ídolos. Nesses lugares você encontra à venda uma seleção de objetos de idolatria que fariam Aparecida do Norte parecer coisa de amadores.

Voltando ao catolicismo romano, entrar em um debate sobre o significado da idolatria com um católico é perda de tempo porque a coisa vai ficar no âmbito filosófico, linguístico etc. Tentar combater cada um de seus erros seria contraproducente, pois são muitos. Se você quiser que um cão largue o osso, não tente tirar dele. Mostre um filé.

Eu costumo perguntar as pessoas no meu trabalho:

"Você conhece a história de Santo Antonio, não é mesmo? De quem Santo Antonio era devoto?"

"De Jesus".

"E Santa Rita?"

"De Jesus".

"São Pedro?"

"Jesus também".

"São Benedito?"

"Devoto de Jesus".

"Então siga o exemplo dos santos" !

Ats 10:25-26 "E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés o adorou. Mas Pedro o levantou, dizen-do: Levanta-te, que eu também sou homem".

Para as adoradoras de Maria a abordagem e o  de obediência ao mandamento de Maria: "Façam tudo o que ELE (Jesus) mandar". E se ela podia ir direto àquele que disse "Vinde a mim", por que iria à mãe que era tão necessitada como qualquer um de nós ao ponto de precisar ser amparada e cuidada pelo discípulo João após a morte de seu filho?
Quando estamos doente, vamos ao medico, ou a casa da mae dele?
Joã 19:27 "Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa".

E aos espiritas de plantao  deixo um pensamento pessoa! a ideia da reencarnacao numca me seduziu! Quem seria tao louco de querer voltar a esse mundo.

Heb_9:27-28 "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação".

Para os que vivem se queixando da má sorte e adoram a prosperidade material, como muitos que enchem os templos neo-pentecostais, eu digo  que se a vida aqui fosse boa, próspera e confortável ninguém iria querer mudar-se para o céu.

1Tm_6:8 "Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes".

Quem me conhece desde a infancia sabe que fui criado pelos meus avos, e minha avo era devota de santo antonio e meu avo era espirita, no fundo de casa tinha uma casinha onde ele tinha um altar pagao com imagens de todo tipo, desde preto velho ate os espiritos indigenas, maria entao tinha de todas as cidades do mundo ( lourdes,rosario,aparecida,de fatima etc).
Voce deve estar se perguntando se eles se converteram antes de falecerem?  Essa pergunta eu nao posso responder porque no dia da morte de cada um deles eu nao estava la, mas sei que o Senhor Jesus estava!!! E claro que eles reconheciam que Jesus e o Senhor de tudo, mas por ignorancia e desinformacao nao tiveram a oportunidade de construir uma comunhao legitima com o Senhor Jesus.
A minha tia Neurian me disse que quando o meu avo estava numa cama de hospital lutando pela vida e com multiplas falencias nos orgaos, ela disse a ele (se entrega a Deus  meu pai o senhor ja sofreu muito, e ele suspirou e foi embora) , eu quero crer que pro Senhor Jesus, um milesimo de segundo e suficiente para uma pessoa se converter e ele perdoa-la!
Existem muitos católicos salvos mesmo dentro do catolicismo, porém estão presos ao medo e superstição que envolve aquela religião. Se estão salvos é por crerem em Cristo e não por serem católicos. Eu mesmo, quando me converti a Cristo, comecei a ler a biblia catolica, pois nunca tinha ouvido falar de uma alternativa. Sou do tempo que diziam que a única igreja verdadeira era a católica, e as outras adoravam o diabo.

Mas qual não foi a minha surpresa quando comecei a ler a verdadeira  Bíblia e compará-la com o Catecismo Católico. Logo vi que as coisas não batiam e a manipulação era tão sem-vergonha que até os dez mandamentos foram reduzidos a nove com a exclusão do que condena a idolatria, para serem transformados em dez novamente com a divisão do último ("Não cobiçarás") em dois, "Não cobiçarás a mulher do próximo" e "Não cobiçarás as coisas alheias".

Portanto, se deseja mesmo que uma amiga ou amigo se converta a Cristo, fale de Cristo a ela. Se precisar esclarecer uma ou outra dúvida sobre alguma doutrina errada do catolicismo, faça isso rapidamente e volte para a cruz, a obra de Cristo morrendo para pagar por nossos pecados. É pela fé em Cristo, e não pela negação do catolicismo, que a pessoa é salva. É por crer na verdade, e não por duvidar do erro, que se chega ao céu. É por confiar unicamente no sangue derramado na cruz, e não por deixar imagens e outras coisas que se obtém o perdão.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Os 3 botoes do pecado.


Leitura: Lucas 4:3-13
Que mal havia em Jesus transformar pedras em pães e assim aplacar uma fome de quarenta dias? Receber o poder e glória de todos os reinos do mundo sem precisar passar pela cruz também simplificaria as coisas para ele. E uma demonstração do poder de Deus enviando seus anjos para ampará-lo na queda, caso ele se jogasse do pináculo do templo, seria uma publicidade e tanto para a sua causa! Será que os fins não justificariam os meios?

O raciocínio humano diria que sim, mas qualquer pessoa que realmente conheça a Deus e sua Palavra imediatamente rejeitaria tal ideia. Jesus jamais iria fazer algo em obediência ao diabo, ainda que fosse para aplacar a fome. Também não iria evitar a cruz, se isso dependesse de adorar Satanás. No momento certo todos os reinos do mundo seriam de Jesus. E ele não precisava da publicidade sugerida pelo diabo, principalmente se isto envolvia tentar a Deus.

Existem ainda três outros aspectos na tentação de Jesus no deserto. São como três botões que, quando acionados, tentam obter uma reação do corpo, da alma e do espírito. Ao apelar para a fome, Satanás tenta despertar em Jesus um desejo ardente para a satisfação corpo, algo impossível no Filho de Deus. Ao expor numa vitrine o poder e glória de todos os reinos do mundo, o diabo quer despertar em Jesus uma inexistente cobiça dos olhos. E ao sugerir que ele salte do templo para ser amparado por anjos e obter publicidade e prestígio, o diabo apela para a soberba da vida, algo que jamais seria encontrado em Jesus, Deus e Homem.

Porém nós, que não somos o Filho de Deus, mas seres humanos comuns, temos estes três botões em nós prontos para responderem quando acionados. Eles vieram no pacote da natureza pecaminosa que herdamos de Adão. Na tentação no Jardim do Éden "a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento" (Gn 3:6). O apóstolo João, em sua primeira epístola, chama a isso de "concupiscência -- ou cobiça -- da carne, concupiscência dos olhos e soberba da vida" (1 Jo 2:16).

Por causa do pecado nosso corpo, alma e espírito ficaram vulneráveis às tentações que prometem satisfação física, glória mundana, e reconhecimento público. Ser tentado não é pecar -- Jesus foi tentado e sabe se compadecer dos que são tentados. Porém cair em tentação, isto sim é pecado, e nós estamos sujeitos às quedas. Felizmente Deus é fiel e não permite que os que pertencem a ele sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando são tentados, Deus lhes dá um meio de escapar dela (1 Co 10:13). Isto você obtém também de três maneiras: dependência de Deus, devoção a Deus e confiança em Deus.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Jesus ja viu o seu bau de pecados?


Leitura: Lucas 4:22


As palavras de Jesus caem como uma bomba nos ouvidos dos que estão na sinagoga. Todos esperam pelo Messias prometido pelos profetas, mas uma coisa é esperar, outra é ter o próprio bem ali na frente. Eles sabem que o Messias vem para colocar a casa em ordem, mas será que eles querem que a casa fique em ordem? Eles questionam ele ser quem diz ser: "Não é este o filho de José?".

Isso me faz lembrar a história de um homem que sonhou que Jesus veio visitá-lo. Ao abrir a porta, lá estava o Senhor querendo entrar. O homem pediu alguns minutos para dar uma ajeitada na casa e correu tirar da sala tudo o que podia ofender o Senhor. Jogou tudo na cozinha, e só depois abriu a porta e recepcionou Jesus, mas este lhe disse que gostaria de conhecer a cozinha.

Mais uma vez o homem pediu um tempo e foi jogar tudo o que era ofensivo a Deus no quarto. O Senhor entrou na cozinha, fez um olhar de aprovação e disse que gostaria de conhecer o quarto. Outra vez o homem correu livrar-se daquelas coisas, colocando-as em um grande baú. Sim, você já deve ter adivinhado que Jesus entrou no quarto e quis ver baú. Qual não foi a surpresa daquele homem ao abrir o baú para Jesus examinar e descobrir que estava vazio!

Os judeus não percebiam "que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos homens" (2 Co 5:19). Em seu primeiro advento, Jesus vinha para salvar, não para condenar. Somente no segundo advento é que ele virá para "o dia da vingança do nosso Deus" (Is 61:2), quando já não haverá escape para quem se recusou a recebê-lo.

Hoje Deus convida você a crer em Jesus, pois ainda estamos na dispensação da graça de Deus. Será que você é desses que correm de um lado para o outro tentando esconder de Deus os seus pecados no baú de religião, boas obras e penitências? Nos evangelhos as pessoas que receberam de Jesus o perdão foram aquelas cujos pecados eram tão notórios que era impossível escondê-los. Pessoas como a mulher adúltera, a prostituta samaritana, o coletor de impostos...

Naquela mesma sinagoga os judeus certamente liam o profeta Isaías, que escreveu: "'Venham, vamos refletir juntos', diz o Senhor. 'Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como a lã se tornarão" (Is 1:18). E também o profeta Jeremias, por meio do qual Deus afirmou: "Eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados" (Jr 31:34). 

E você? Já abriu seu baú de pecados na presença de Deus? Sabe o que acontecerá quando fizer isso? Ficará vazio.

Pobres, cativos e cegos.


Leitura: Lucas 4:14-21


Vemos agora Jesus na sinagoga em Nazaré. As sinagogas não eram templos, pois só havia um templo autorizado por Deus, o de Jerusalém. Sinagogas eram lugares onde os judeus se encontravam para ler as Escrituras e fazer orações. Tinham também o caráter de escolas para o aprendizado das Escrituras.

Jesus recebe o rolo do livro de Isaías para ler, e o abre no que hoje conhecemos como o capítulo 61: "'O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor'. Então ele fechou o livro, devolveu-o ao assistente e assentou-se. Na sinagoga todos tinham os olhos fitos nele; e ele começou a dizer-lhes: 'Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir'" (Lc 4:18-21).

Tão importante quanto o que Jesus leu de Isaías é o que ele não leu, pois após a frase "proclamar o ano da graça do Senhor" vem "...e o dia da vingança do nosso Deus" (Is 6:2). O mesmo Jesus que um dia virá como Juiz, para derramar sua ira sobre os que se opõem a ele, veio antes como Salvador. Ele anuncia o período da graça e não da ira de Deus. Mas existem condições para ser beneficiado. As boas novas são pregadas aos pobres, a liberdade proclamada aos cativos, e a cura anunciada aos cegos. Para ser salvo você deve se reconhecer pobre, preso e cego.

A salvação é oferecida por graça somente, portanto se você acredita ter algo para pagar por ela é porque se acha rico. O preço pago pela redenção do pecador foi o sangue do próprio Filho de Deus. O que você acha que possui que poderia se equiparar ao valor do sangue de Cristo? Ricos confiam no que têm; pobres dependem do que não têm e precisam receber. É assim que se recebe a salvação.

Além disso, Jesus veio oferecer libertação aos cativos. Em Hebreus capítulo 2 diz que Jesus se fez homem "para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o diabo, e libertasse aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte" (Hb 2:14-15). Se você não se considerar preso e escravo da morte e do diabo não dará valor à libertação que Jesus oferece. Passarinho que nasce em gaiola não se considera preso, do mesmo modo como o pior cego é aquele que não quer ver.

E é a cura para essa cegueira espiritual que Jesus anuncia, porém de que adianta isso se você acha que pode ver? O apóstolo Pedro diz que os salvos por Cristo "são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pd 2:9). É preciso reconhecer-se em trevas para desejar a luz de Cristo. Se você se considera pobre, cativo e cego, peça agora mesmo para Jesus lhe salvar.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Por que devemos comprar a verdade?


 Provérbios 23:23 que diz para comprarmos a verdade e não a vendermos. Quando pagamos por algo conhecemos o seu valor e não iremos querer perder. Quando os primeiros missionários protestantes chegaram ao Brasil, sua principal atividade era distribuir Bíblias, Novos Testamentos, Evangelhos e outras porções das Escrituras. Eles eram conhecidos como "colportores".



A palavra "colportor" vem do francês e significa aquele que "transporta no pescoço", isto é, em uma bolsa a tiracolo. A princípio era usada para qualquer vendedor ambulante que fosse de porta em porta oferecer seus produtos, mas o termo acabou identificando mais os distribuidores de literatura religiosa. Assim, os missionários que vinham ao Brasil eram também colportores, distribuidores de Bíblias.

Colportor da Sociedade Bíblica Britânica a cavalo em Caracas, Venezuela.

A Bíblia ainda não era impressa no Brasil, o que só aconteceria durante a Segunda Guerra Mundial e, ainda por cima, com papel de cigarro emprestado de uma indústria do tabaco, pois com a guerra o papel fino não era facilmente encontrado. É preciso lembrar também que a impressão de textos, livros, jornais e revistas era proibida no Brasil até 1808, quando ocorreu a chegada da família real.

A proibição da imprensa no Brasil era por pressão da igreja católica, que tentava impedir que os habitantes das colônias portuguesas tivessem acesso a informações e ideias que pudessem colocar em risco seu domínio sobre o povo. Por isso livros e jornais precisavam ser impressos em outros países e contrabandeados para o Brasil, correndo o risco de serem confiscados e seus distribuidores presos.

Para suprir a falta de Bíblias, a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, fundada em 1804, e a Sociedade Bíblia Americana, fundada em 1816, passaram a enviar seus colportores. "A sociedade inglesa começou a enviar Bíblias para o Brasil de modo regular poucos anos antes da independência. Essas Bíblias, impressas na Inglaterra, geralmente eram na versão do padre Antônio Pereira de Figueiredo, visando facilitar a sua aceitação no ambiente católico. Inicialmente foram trazidas por capitães de navios, comerciantes e diplomatas. Mais tarde as sociedades bíblicas passaram a ter os seus próprios agentes no Brasil".
Porém havia um problema em distribuir gratuitamente Bíblias no Brasil. Naquela época o catolicismo proibia a leitura da Bíblia pelos leigos, por isso quando o padre sabia que alguém tinha ganhado uma Bíblia ia lá pedir para a pessoa a fim de queimá-la. Isso quando o colportor não era preso, espancado pelos fanáticos a mando do pároco, ou até mesmo morto.

Então os missionários descobriram que se a Bíblia tivesse um preço, as pessoas não as entregariam tão facilmente para os padres. Iriam escondê-las em casa e passariam a ler as Escrituras escondidos do pároco, porque entenderiam que era algo que tinha valor, que tinha custado algo para terem acesso a elas.

O problema era que a maioria das pessoas eram pobres e viviam na base do escambo, ou seja, fazendo trocas para obter os gêneros de primeira necessidade. Então os colportores eram instruídos a sempre oferecer a Bíblia pedindo algo em troca, geralmente coisas que custavam bem menos que a Bíblia mas que assim mesmo mostravam ao leitor que foi preciso pagar algo pelo livro. Geralmente eles pegavam em troca um pedaço de rapadura, algumas bananas ou laranjas, alguma verdura etc.

Prv 23:23 Compra a verdade, e não a vendas; e também a sabedoria, a instrução e o entendimento.

É claro que dinheiro nenhum pode pagar pela verdade, cujo valor é infinito e ela só pode nos ser dada graciosamente por Deus. Mas devemos ter esse sentimento de que seu preço é alto e não querermos abrir mão dela por nada deste mundo. Vender a verdade significa desprezá-la e passar a achar que outras coisas desta vida têm mais valor.

Não é só a verdade que devemos "comprar" aqui, mas também "a sabedoria, a instrução e o entendimento". Portanto, se você quiser viver segundo a verdade, com sabedoria, ser instruído por Deus e entender quando Deus fala a você por meio da Palavra, acate esta exortação: "Compra a verdade, e não a vendas".

domingo, 20 de maio de 2012

Como pode o Espirito Santo habitar no ser humano?


  Existe a duvida de como o Espírito Santo pode habitar no crente considerando que este ainda está em um corpo de carne e sujeito a pecar. No Antigo Testamento o Espírito Santo estava com os santos de Deus, mas nunca habitou permanentemente em um deles. Por esta razão Davi podia dizer: "Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo" Sl 51:11. O Espírito que agia em Davi não habitava nele de forma permanente, daí a possibilidade de perdê-lo.


Isso mudou a partir de Atos 2. O Senhor Jesus já havia avisado seus discípulos de que o Espírito Santo, que estava com eles, habitaria neles, e que isso seria para sempre, ou seja, não haveria mais a possibilidade de perder o Espírito Santo, que é o selo ou garantia da salvação de todo aquele que crê em Jesus.

Joã 14:16-17 E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco PARA SEMPRE; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco [naquele momento em que Jesus falava estas palavras], e ESTARÁ EM VÓS [a partir do dia de Pentecostes em Atos 2].

Efs 1:12-14 Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo; Em quem também vós estais, depois que [1] ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, [2] tendo nele também crido, [3] fostes selados com o Espírito Santo da promessa. O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória.

O Espírito Santo veio habitar na terra no dia de Pentecostes, quando passou a habitar nos crentes individualmente e na igreja coletivamente. Mas para isso Cristo precisava morrer e ressuscitar, para que o problema do pecado fosse resolvido. O Espírito habita naqueles que já foram purificados de seu pecado graças à lavagem da água (Palavra de Deus) e do sangue da expiação. O Espírito vem habitar no homem, mas não sem que este seja antes purificado de seu pecado e salvo pela fé em Jesus.

Ats 2:1-4 E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar; E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.

Para tratar de sua dúvida, ou seja, de como o Espírito pode habitar em seres imperfeitos como nós, ainda que salvos por Cristo e purificados por seu precioso sangue, é bom entender a diferença da habitação do Espírito em Cristo e no crente. Em sua entrada no mundo como um ser humano, Jesus foi gerado pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria. Ele foi o único ser humano (embora fosse Deus) a ser gerado dessa forma.

Luc 1:34-35 E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.

Ao iniciar seu ministério Jesus se deixa batizar por João Batista, que pregava um batismo de arrependimento, muito embora o próprio Senhor não tivesse de que se arrepender, por ser sem pecado e incapaz de pecar (por ser Deus, além de Homem). Mas assim o Senhor quis fazer para que se cumprisse toda a justiça. Ele quis se colocar no mesmo lugar em que as suas criaturas se colocavam naquele batismo, como mais tarde iria se colocar no lugar do juízo de Deus que era destinado às suas criaturas, para salvá-las desse juízo.

Mat 3:14-17 Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu. E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.

Ao sair da água o Espírito Santo desceu sobre Jesus na forma de uma pomba, que é o símbolo da paz. Perceba então que, como Homem, Jesus também recebeu o Espírito Santo como os crentes receberiam a partir do dia de Pentecostes, o qual o capacitava para o seu ministério. É importante notar que, apesar de ser Deus e uma Pessoa da santíssima Trindade, Jesus esteve o tempo todo na terra em sujeição ao Pai e sob a direção do Espírito. Não havia nele qualquer ação que fosse tomada a partir de sua própria vontade, apesar dessa vontade ser perfeita como era a vontade do Pai.

Joã_6:38 Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.

É notória a ação do Espírito Santo em cada passo do Senhor Jesus no início do evangelho de Lucas:

Luc_2:27; 3:22; 4:1, 14, 18 "E pelo Espírito foi ao templo... E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como pomba... E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto... Então, pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a Galiléia... O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu...

Resumindo, Jesus, como Homem, recebeu o Espírito Santo no início do seu ministério na terra, e este desceu sobre si em forma corpórea de uma pomba, em paz. Nenhum crente recebe o Espírito Santo da forma como Jesus recebeu. Ao vir habitar no mundo, na igreja coletivamente e no crente individualmente, o Espírito Santo desceu de forma inaugural sobre aqueles cento e poucos crentes em forma de línguas como de fogo, símbolo de juízo e purificação.

Percebe a diferença? A pomba é um símbolo da paz e o fogo é um simbolo do juízo. Jesus, sem pecado e sem a natureza pecaminosa de Adão, recebeu o Espírito de forma pacífica e viveu aqui assim: sem qualquer conflito entre o seu ser e o Espírito que estava em si. O crente, pecador redimido, recebeu o Espírito Santo em um caráter de juízo, de um fogo purificador, e o Espírito habitará o crente em um constante conflito porque este ainda vive em um corpo de carne sujeito a pecar, algo muito diferente do que ocorria com o Senhor, que foi gerado sem a natureza pecaminosa.

1Co_3:16 Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?

Gál 4:29 Mas, como então aquele que era gerado segundo a carne perseguia o que o era segundo o Espírito, assim é também agora.

Gál 5:17 Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis.

Apesar de termos o Espírito hoje em nós, ainda estamos em um corpo de carne sujeito a pecar, e quando isso acontece entristecemos o Espírito que habita em nós (ele não sai de nós, mas é entristecido).

Efs 4:30 E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.

Voce realmente entende o significado de 1 co 13?


Ainda nao sei porque tanta duvida, mas Paulo não estava dizendo que falava as línguas dos anjos. É uma figura de linguagem para dar ênfase ao fato de que de nada adiantaria falar todas as línguas imagináveis se não tivesse amor.

O mesmo quando ele fala de dom de profecia, mistérios e toda a ciência, fé que transportasse montes ou de distribuir toda a sua fortuna para os pobres e entregar seu corpo para ser queimado.

Aqueles que interpretam a passagem como se Paulo efetivamente falasse as línguas dos anjos teriam também de admitir que Paulo conhecia todos os mistérios e toda a ciência, costumava transportar montanhas só pela fé e realmente tivesse uma fortuna, a qual repartiu com os pobres, pretendendo ainda um dia entregar seu corpo para ser queimado.

A mensagem é clara: tudo isso não tem valor algum sem amor.

O versículo 10 diz que "quando vier o [que é] perfeito, então o que o é em parte será aniquilado". Em um certo sentido, a Pessoa daquele que é perfeito já veio, Cristo, e hoje temos também a perfeita revelação de Sua vontade na Palavra de Deus. Acontece que a história ainda não terminou, e Ele ainda voltará para resolver algumas pendências. No que cabe a nós, temos este tesouro em um vaso de barro, ainda estamos em um corpo de imperfeições que nos impede de compreender e comunicar perfeitamente as coisas do céu. Lembre-se de que Paulo não podia sequer mencionar o que ouviu no céu. Como "o que é perfeito" posso entender que é não apenas Aquele que é perfeito, embora nEle já encontremos a perfeição absoluta e esse Ser perfeito irá voltar para nos buscar, mas também todas as condições trazidas à perfeição.

No que diz respeito ao Cristão creio que isso já estará valendo a partir do momento em que estivermos com Cristo em nosso corpo transformado e livre das limitações que nos impedem de conhecer perfeitamente, ou até mesmo mencionar ou suportar, as coisas celestiais.

Ao falar que as profecias serão aniquiladas, as línguas cessarão e a ciência desaparecerá ele está se referindo a esse dia quando estaremos na presença de Cristo e não não precisaremos de profecias, línguas e ciência, pois teremos a Ele ali bem diante de nós. Não haverá mais necessidade de saber o que irá acontecer, porque o tempo já não existirá. Nada de passado ou futuro, mas apenas um eterno presente. As línguas hoje servem para nos comunicarmos, mas lá todos se entenderão e serão entendidos. A ciência ou conhecimento também não fará sentido quando estivermos diante dAquele que preenche os céus. Não haverá nada mais para ser aprendido ou conhecido.

É por isso que ele diz que tudo o que é em parte será aniquiliado, porque são coisas incompletas e imperfeitas. Embora a revelação de Deus esteja completa e perfeita, hoje profetizamos (falamos da parte de Deus) em parte, conhecemos em parte, nos comunicamos em parte ou de forma imperfeita, pois continuamos em um vaso de barro cercados por um mundo de imperfeições. No céu haverá necessidade de nenhuma dessas coisas.

Do mesmo modo, da fé, esperança e amor só restará o amor, já que não precisaremos mais de fé, que é a certeza das coisas que se esperam, e nem de esperança porque tudo já terá se concretizado e estará patente aos nossos olhos. O amor sim, este permanecerá para sempre, porque terá sido apenas por um ato de amor extremo de Deus que pecadores perdidos poderão desfrutar dessa posição. O amor de Deus será sempre permanente e indestrutível.

Cantares 8:7 "As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo"

1 Co 14 incentiva as linguas para a edificacao propria?


 Quando lemos os primeiros versículos de 1 Coríntios 14 como se o apóstolo estivesse falando dos benefícios para a pessoa que fala em línguas, pois assim estaria falando com Deus e edificando a si mesmo. Se ler o capítulo inteiro verá que ele está criticando o falar em línguas, e não incentivando sua prática.


O assunto do capítulo é o corpo de Cristo e sua edificação, não a edificação própria. O tom que o apóstolo está dando a todo o discurso é para mostrar quão egoísta é fazer algo só para si sem pensar nos outros. Até mesmo ao referir-se à oração no versículo 14 ele deixa claro que é pior orar algo inteligível porque a própria pessoa que ora acaba não entendendo o que diz.

Portanto, quando ele diz que "o que fala em língua edifica-se a si mesmo" não é no sentido de incentivar a prática ser algo bom. Paulo está mostrando que o crente, ao fazer isso não estava compartilhando com os outros ou auxiliando na edificação de seus irmãos.

Veja que é sempre uma coisa em contraste com a outra, o egoísmo de fazer algo só para si, e a liberalidade de fazer algo que possa edificar a igreja. Entenda aqui que "profetizar" é no sentido de proferir ou falar da Palavra de Deus, não exatamente de trazer alguma revelação nova ou dizer o que vai acontecer no futuro:

...o que fala em língua NÃO FALA AOS HOMENS, mas a Deus; POIS NINGUÉM ENTENDE... Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação.

O que fala em língua EDIFICA-SE A SI MESMO, mas o que profetiza edifica a igreja.

Ora, quero que todos vós faleis em línguas, MAS MUITO MAIS QUE PROFETIZEIS, POIS QUEM PROFETIZA É MAIOR DO QUE AQUELE QUE FALA EM LÍNGUAS

...se eu for ter convosco falando em línguas, DE QUE VOS APROVEITAREI (ou de que proveito serei para vocês), se vos não falar ou por meio de revelação, ou de ciência, ou de profecia, ou de doutrina?

Ora, até as coisas inanimadas, que emitem som, seja flauta, seja cítara, se não formarem sons distintos, COMO SE CONHECERÁ O QUE SE TOCA na flauta ou na cítara?

Porque, se a trombeta der sonido incerto, QUEM SE PREPARARÁ PARA A BATALHA?

...se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, COMO SE ENTENDERÁ O QUE DIZ? porque estareis como que falando ao ar.

Se, pois, eu não souber o sentido da voz, SEREI ESTRANGEIRO PARA O QUE FALA, e o que fala será estrangeiro para mim.

Assim também vós, já que estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles PARA A EDIFICAÇÃO DA IGREJA.

Porque se eu orar em língua, o meu espírito ora, sim, mas O MEU ENTENDIMENTO FICA INFRUTÍFERO.

...se tu bendisseres com o espírito, COMO DIRÁ O AMÉM sobre a tua ação de graças aquele que ocupa o lugar de indouto, VISTO QUE NÃO SABE O QUE DIZES?

...Porque realmente tu dás bem as graças, MAS O OUTRO NÃO É EDIFICADO.

Todavia na igreja eu antes quero falar cinco palavras com o meu entendimento, PARA QUE POSSA INSTRUIR OS OUTROS, do que dez mil palavras em língua.

Irmãos, NÃO SEJAIS MENINOS NO ENTENDIMENTO.

Se, pois, toda a igreja se reunir num mesmo lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou incrédulos, NÃO DIRÃO PORVENTURA QUE ESTAIS LOUCOS?

Mas, se todos profetizarem, e algum incrédulo ou indouto entrar, por todos é convencido, por todos é julgado; os segredos do seu coração se tornam manifestos; e assim, prostrando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, DECLARANDO QUE DEUS ESTÁ VERDADEIRAMENTE NO MEIO DE VÓS.

Por que nao consigo falar a lingua dos anjos?


 Por que você não consegue falar a língua dos anjos? Simplesmente porque você é sincera e não sabe fingir, além de não se deixar levar por ataques de histeria coletiva.

A história da "língua dos anjos" é uma das histórias mais mal contadas da cristandade. Depois que Deus causou a confusão de línguas em Babel, para que o homem parasse de se gloriar de sua própria capacidade, o pentecostalismo acabou emprestando a glossolalia, um fenômeno também tratado pela psiquiatria. E acabaram se gloriando justamente daquilo que Deus fez para que não se gloriarem: falar em muitas línguas.

Como consequência, em alguns grupos cristãos aqueles que "não conseguem" falar "línguas estranhas" ou a "língua dos anjos" são vistos como cristãos de segunda categoria, pessoas que não têm o Espírito Santo. Oras, "se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dEle"! Rm 8:9

Para entender a questão de línguas, é preciso voltarmos ao Éden. Lá havia uma língua só, e com ela encontramos Adão e Eva se comunicando entre si, e falando com Deus e com Satanás na forma de serpente. Deus e Satanás também se comunicavam com Adão e Eva de um modo que eles se entendiam, portanto não havia ali necessidade de intérpretes.

Depois de Babel as pessoas precisariam aprender diferentes línguas se quisessem se comunicar entre si. Mesmo assim o homem continuou se comunicando com Deus sem precisar de intérpretes. E Deus e os anjos continuaram falando aos homens em diversas ocasiões sem tradução simultânea. Ou seja, as diferentes línguas são um problema para quem vive no mundo material, não no espiritual. São um problema de comunicação entre homens, não entre o homem e Deus ou anjos.

No dia de Pentecostes Deus inverteu o que fez em Babel para mostrar que agora queria novamente que Seu povo pudesse se entender. Os discípulos, cheios do Espírito Santo, falaram em diferentes línguas, e judeus de várias nações os ouviram falar cada um em sua própria língua. Apesar de ter sido algo miraculoso, obviamente não há ali qualquer menção de um idioma angelical, pois fica claro tratar-se de idiomas humanos e há até uma lista das regiões onde esses idiomas eram falados. At 2

De onde então o pentecostalismo tirou essa ideia, de que alguém poderia falar a língua dos anjos? De 1 Co 13:1 "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine". O problema é que Paulo não está dizendo ser capaz de falar a língua dos anjos. Ele está usando uma figura de linguagem e fica fácil entender isso se lermos os "ainda que" usados por ele no texto:

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos..."
"Ainda que tivesse o dom de profecia..."
"Ainda que conhecesse todos os mistérios e toda a ciência..."
"Ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse montes..."
"Ainda que distribuísse toda a minha fortuna para o sustento dos pobres..."
"Ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado..."

O foco de Paulo não está nas coisas que ele supostamente seria capaz de fazer, mas no fato de que de nada adiantaria fazer tudo isso se não tivesse amor. Ao focar na "língua dos anjos" o pentecostalismo perde o foco totalmente, como a criança que ganha um brinquedo de aniversário e prefere brincar com a caixa.

Se adotarmos o mesmo princípio usado pelo pentecostalismo para a interpretação do texto, seremos obrigados a admitir que Paulo era um super-herói digno dos gibis: Além de falar a língua dos anjos, ele era capaz de falar todas as línguas dos homens (6.912 idiomas já foram identificados até hoje), tinha o dom da profecia, conhecia todos os mistérios e toda a ciência, tinha fé capaz de transportar montes, era bilionário e filantropo e pretendia ser cremado, talvez ainda vivo.

Absurdo, não é mesmo? Eu também acho. Mas alguém poderá correr apontar outra passagem: 1 Co 14:2 "Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios". Bem, aqui não diz nada de língua dos anjos, mas de um idioma estrangeiro e desconhecido dos presentes.

Parafraseando o versículo, o sentido seria: "Porque o que fala chinês entre brasileiros, não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios". É óbvio que eu não entenderia um irmão da China orando em chinês ao meu lado, e teria de admitir que aquilo tudo é um mistério para mim e ele não está conversando comigo, mas com Deus.

A passagem continua com Paulo explicando que "o que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja". O que Paulo quer dizer? Que falar em um idioma estrangeiro e desconhecido aos outros é algo maravilhoso? Não! Ele está dizendo exatamente o contrário. É algo que chega a ser egoísta quando é feito na congregação, pois não edifica a ninguém senão ao que fala. Ele segue mostrando que profetizar, isto é, falar das coisas de Deus e da Sua Palavra em uma língua inteligível, é algo muito melhor e superior ao balbuciar extático numa língua estrangeira.

"A não ser que também interprete para que a igreja receba edificação", continua Paulo, mostrando a inutilidade de se falar em uma língua desconhecida entre irmãos sem um intérprete. Se você já participou de uma palestra em uma língua estrangeira que você não entende, vai reconhecer que foi pura perda de tempo. É por isso que Paulo continua falando da falta de proveito de se falar numa língua estrangeira que ninguém entende, chamando a isso até de um colóquio entre bárbaros! (1 Co 14:11). Você não iria querer ser um deles, não é mesmo? "Se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro para mim" 1 Co 14:11. Bárbaro aí tem o sentido de estrangeiro, não de selvagem.

Paulo termina com um golpe de misericórdia na questão, para deixar muito claro a bobagem daqueles que se gloriam em falar numa língua que ninguém entende: "Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos [sim, Paulo era poliglota porque estudou muitas línguas]. Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida. Irmãos, não sejais meninos no entendimento" 1Co 14:18-20 Esta última expressão de Paulo em linguagem de hoje ficaria assim: "Ô, gente! Deixem de agir como crianças!"

Mas veja que em nenhum momento o assunto ali é alguma língua angelical, mas idiomas humanos. É preciso distorcer muito o texto para acreditar em outra coisa. Neste momento alguém irá querer correr para 2 Co 12:4: "Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar". Bem, se este versículo estiver falando de alguma língua angelical, então fica muito claro que o homem está proibido de falar palavras nessa tal língua: "ao homem não é lícito falar".

Será que deixei passar alguma passagem de uma suposta língua angelical? Talvez esta: Rom 8:26 "E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos". Bem, entendo que aqui não fala de uma língua, mas de intenções do Espírito em nós. E esses gemidos não são nossos, mas do Espírito.

Diante de tudo isso, eu perguntaria: Que vantagem alguém teria por falar uma língua de anjos? Primeiro, em nenhum lugar somos encorajados a nos comunicarmos com anjos, mas diretamente ao Pai e ao Filho. Perceba que nem mesmo encontramos alguém na Bíblia falando ao Espírito Santo em oração, mas apenas a Deus, o Pai, e a Jesus, o Filho.

Portanto, se já tenho acesso a Deus Pai e a Deus Filho para minhas petições, porque iria querer falar com anjos em um idioma que nem eu entenderia? Que utilidade isso teria para o anjo, encontrar um ser humano falando coisas que nem sabe o que significam? Se alguém pretende se comunicar dizendo coisas que não sabe o que significam, isso não seria comunicação coisa nenhuma. Qual a utilidade de falar uma língua que nem eu e nem ninguém entende, senão de querer me exibir? E se falasse a pretexto de falar com Deus ou com anjos, por que eu precisaria de tal idioma se nunca encontramos Deus ou os anjos falando com humanos em outra língua que não seja a da pessoa envolvida na conversa?

Mesmo que se alegasse a possibilidade de se falar uma língua dos anjos nessas manifestações de histeria coletiva que vemos em algumas igrejas pentecostais, ainda assim essas pessoas não estariam cumprindo a ordem clara que é dada na Palavra de Deus:

1Co 14:27-35 "E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por DOIS, ou QUANDO MUITO TRÊS, e UM DEPOIS DO OUTRO, e HAJA INTÉRPRETE. Mas, SE NÃO HOUVER INTÉRPRETE, ESTEJA CALADO NA IGREJA, e fale consigo mesmo, e com Deus. ... Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos. AS VOSSAS MULHERES ESTEJAM CALADAS NAS IGREJAS; PORQUE NÃO LHES É PERMITIDO FALAR; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; PORQUE É VERGONHOSO QUE AS MULHERES FALEM NA IGREJA".

Agora ninguém poderá dar a desculpa de que não viu estas instruções claras na Palavra de Deus. Mesmo assim, aposto um doce como na igreja onde você congrega todas estas regras são desrespeitadas quando começam a falar em línguas estranhas.

sábado, 19 de maio de 2012

Porque devem ocorrer heresias?


  Voce sabe o significado da palavra heresia? Que em algumas traduções aparece como "divisões" em 1 Coríntios 11:19, e o por quê de ser necessário que elas ocorram, como se isso fosse algo bom. A passagem toda diz: "Porque antes de tudo ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há entre vós dissensões; e em parte o creio. E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós" (1 Co 11:18-19).



Outras traduções trazem o texto assim:

"Porque, antes de tudo, ouço que quando vos ajuntais na igreja há entre vós dissensões; e em parte o creio. E até importa que haja entre vós facções, para que os aprovados se tornem manifestos entre vós".

"Antes de tudo, ouço dizer que, quando estão reunidos em assembléia, há divisões entre vocês. E, em parte, eu acredito nisso. É preciso mesmo que haja divisões entre vocês, a fim de que se veja quem dentre vocês resiste a essa prova".

A palavra "heresia" também pode ser traduzida como "divisão", "facção", "dissensão", "cisma", "partido" etc. É que acostumamos usar "heresia" para má doutrina, mas uma heresia também pode ser causada por sã doutrina. Quando alguém começa a enfatizar demais uma verdade e causa com isso uma divisão, essa pessoa é herege, ainda que não tenha falado nada de errado.

O sentido da passagem é que deveriam existir divisões para assim revelar os sinceros. Mas a expressão "é preciso mesmo que hajam divisões" ou "importa que haja entre vós facções" não está autorizando a existência de divisões. É como se, no teste de qualidade de um lote de produtos de uma fábrica, alguém dizer que "devem existir alguns com defeito". Obviamente ninguém na fábrica iria jamais pensar em fabricar os defeituosos, mas o teste faz com que eles apareçam e revela a qualidade dos que estão sem defeito.

Perceba também que o contexto da passagem é de divisões ou heresias que estavam ocorrendo entre os irmãos de Corinto, isto é, no meio deles. Ou seja, eles continuavam juntos e reunidos no mesmo lugar, mas divididos por suas preferências e opiniões pessoais. O assunto já vinha sendo tratado desde o capítulo 1:

1Co 1:10-13; 3:3-4 "Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer. Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?... Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais?"

A existência de diferenças entre os irmãos, embora permita revelar os sinceros e os que têm segundas intenções, nunca é algo de que devemos nos gloriar. É uma vergonha e sinal de carnalidade, como Paulo diz. É também sinal de orgulho religioso, pois veja que alguns até diziam ser de Cristo, como se os outros não fossem. É importante notar que Paulo não estava aqui falando explicitamente das seitas, outra palavra que também nem sempre é usada corretamente.

Hoje é comum ouvirmos a palavra "seita" relacionada a alguma religião falsa que professe doutrinas malignas. Então muitos cristãos incluem na lista de seitas religiões como "Testemunhas de Jeová", "Mórmons", "Ciência Cristã" etc. Mas a palavra "seita" é o resultado que geralmente ocorre quando uma heresia ou divisão ou facção não é internamente resolvida em uma assembleia. Então ocorre a facção, fisicamente falando, quando alguns saem para formar um diferente grupo. Ainda que as crenças e doutrinas continuem as mesmas, aquilo é uma seita.

Portanto, todas as denominações cristãs, independente do grau de verdade que professem ter, são seitas, e alguém ligado a elas incorre no erro do sectarismo. Em Atos você encontra também os saduceus e fariseus sendo chamados de seitas (At 5:17; 15:5; 26:5) e o próprio cristianismo era identificado pelos judeus como "seita dos Nazarenos" ou divisão do judaísmo (At 9:2; 24:5, 13).

Deus não aprova as divisões, mas pode até permiti-las para que aquilo que é correto venha à tona, ao mesmo tempo que o erro fique evidente, ainda que isso termine na divisão real, física e geográfica do testemunho de Deus na terra, como ocorreu na história de Israel. O reino foi dividido em dois durante o reinado de Roboão, permanecendo Judá e Benjamim em Jerusalém (identificados como "Judá"), o centro de adoração que Deus estabelecera, e Jeroboão reinando sobre as demais tribos (identificados como "Israel") e edificando dois santuários falsos para o povo adorar. Quando Roboão quis resolver o problema na base da força, foi repreendido por Deus e avisado de que Deus tinha permitido aquela divisão:

1Rs 12:24 Assim diz o SENHOR: Não subireis nem pelejareis contra vossos irmãos, os filhos de Israel; volte cada um para a sua casa, porque eu é que fiz esta obra.

Na divisão de Israel, apesar de todos os erros de Roboão, Deus ainda tinha um lugar de adoração que era Jerusalém e aqueles que seguiram Jeroboão eram responsáveis por desprezar não só a unidade que Deus requeria do povo, mas o lugar onde o Senhor havia colocado o seu nome. Mesmo assim Deus não abandonou o seu povo, pois vemos que levantou alguns de seus mais notórios profetas para ministrarem às dez tribos, como é o caso de Elias e Eliseu.

Mais tarde, quando o rei de Judá, Ezequias, reabriu o Templo de Jerusalém e restabeleceu o culto a Deus, ele enviou convites a todas as tribos, inclusive as que tinham seguido Jeroboão, para que fossem adorar onde Deus havia colocado o seu nome e celebrar ali a páscoa.


2Cr 30:10 "E os correios foram passando de cidade em cidade, pela terra de Efraim e Manassés até Zebulom; porém riram-se e zombaram deles. Todavia alguns de Aser, e de Manassés, e de Zebulom, se humilharam, e vieram a Jerusalém. E a mão de Deus esteve com Judá, dando-lhes um só coração, para fazerem o mandado do rei e dos príncipes, conforme a palavra do SENHOR. E ajuntou-se em Jerusalém muito povo, para celebrar a festa dos pães ázimos, no segundo mês; uma congregação mui grande".

Essa passagem é de grande instrução, pois alguns anos mais tarde todas as dez tribos divididas seriam deportadas e levadas para o cativeiro em outras terras e nunca mais se ouviria falar delas. Hoje são chamadas de "tribos perdidas", enquanto os que chamamos de judeus hoje são apenas as tribos de Judá e Benjamim que ficaram no lugar estabelecido por Deus, além de indivíduos de outras tribos, como na passagem acima, que iam a Jerusalém para adorar e estavam lá quando ocorreu a invasão dos assírios, escapando assim do cativeiro. Ana, a idosa que aparece no evangelho de Lucas recepcionando o menino Jesus no Templo, era da tribo de Aser, portanto descendente de um desses que iam a Jerusalém adorar.


Hoje, apesar de todas as divisões que ocorreram no testemunho cristão e de tantos estarem adorando no lugar onde o Senhor NÃO colocou o seu nome, o Espírito Santo de Deus continua alimentando as ovelhas do Senhor por intermédio dos dons. Em Israel, os que estavam nas dez tribos recebiam o ministério dos profetas, mas não podiam contar com o Senhor no meio deles, como podiam os que permaneceram em Jerusalém adorando onde o Senhor prometeu que estaria. Hoje os cristãos podem desfrutar do ministério da Palavra por meio do Espírito em qualquer lugar, mas não desfrutam da presença do Senhor a menos que estejam onde ele colocou o seu nome e a sua autoridade é assim reconhecida.

Às vezes uma divisão ocorre por causa de uma verdade, por isso é preciso investigar não apenas as circunstâncias em que ela ocorreu, mas quais os frutos que trouxe. Cedo ou tarde a divisão trará seus frutos de erros doutrinários e outras divisões.

Outra característica da divisão ou heresia que pode nos ajudar a identificá-la é a evidência de algum homem à frente dela e com o claro propósito de arrebanhar discípulos para si. Paulo alertou que isto aconteceria na cristandade logo após a partida dos apóstolos.

Ats 20:29-30 "Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; E que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas [ou "pervertidas", "distorcidas"], para atraírem os discípulos após si".

Eles são de duas categorias: lobos cruéis, ou seja, os que vêm de fora do rebanho e nunca foram salvos, e aqueles que saem de entre os próprios cristãos. Os primeiros são os que exploram o mais que podem o rebanho, e nesta categoria podemos incluir os que não se importam que seus seguidores morram de fome, desde que deem tudo o que têm. Os da segunda categoria geralmente fazem isso mais pelo orgulho de serem seguidos. Aí podemos incluir os que, apesar se serem cristãos reais, adoram fazer parte de um clero e serem seguidos e bajulados pelas ovelhas.

Líderes costumam causar divisões por causa de seu orgulho centralizador, como acontecia na assembleia mencionada pelo apóstolo João:

3Jo 1:9-10 "Tenho escrito à igreja; mas Diótrefes, que procura ter entre eles o primado, não nos recebe. Por isso, se eu for, trarei à memória as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e, não contente com isto, não recebe os irmãos, e impede os que querem recebê-los, e os lança fora da igreja".

As divisões são sempre a prova de que alguns fracassaram em entender qual seja a vontade do Senhor. Precisamos aprender e aceitar quando somos contrariados. Jesus nao agradou a todos nem tampouco iremos agradar. Deus assim permite sabendo que o homem tende a se orgulhar e pensar que e o dono de toda a verdade, a prova disso e que quando alguem divide sua congregacao os que ficam sao induzidos pelas liderancas a amaldicoar os que foram, gerando medo e aterrorizando as pessoas com o intuito de assegurar e manter sua boa vida atravez do dizimo e da oferta desses irmaos, Jesus classifica esses homens como nicolaitas (conquistadores do povo) e os que se assustan com essa macumba gospel e chamado de massa de manobra, no popular seria chamado de laranja, porque os pastores para nao se esporem, usan essas pessoas para amaldicoar e assustar os ignorantes e menos intendidos da verdade de Deus, querendo nos convencer com sua farofa teologica que e possivel servir a dois senhores.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Estou sob maldicao por nao ter pregado o evangelho?



Você anda angustiado porque sente que devia ter pregado o evangelho a um amigo que enveredou para o crime, porém não o fez. Para piorar as coisas alguém citou a você a passagem de Ezequiel em que Deus requer o sangue do profeta caso ele não avise o ímpio de sua impiedade:


Eze 3:18 Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; e tu não o avisares, nem falares para avisar o ímpio acerca do seu mau caminho, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua iniqüidade, mas o seu sangue, da tua mão o requererei.



Primeiro, saiba que o perdão de Deus lhe foi garantido no dia em que você creu em Jesus, pois TODOS os seus pecados foram pagos por ele lá na cruz. Você jamais encontrará no Novo Testamento um salvo pedindo perdão a Deus. Pedimos perdão quando nos convertemos e depois disso confessamos nossos pecados para desfrutarmos do perdão que já nos foi garantido pela obra de Cristo. O perdão já temos; os pecados precisamos confesssar.

Ats_10:43 A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome.

1Jo 1:7-9 Se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.... Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça



O versículo de Ezequiel é muito usado pelas denominações. O objetivo é pressionar seus membros a "ganharem almas" pelo medo, o que tem uma segunda intenção embutida: aumentar a arrecadação da "igreja". Não seja ingênuo ao ponto de acreditar que existe boa fé na maioria das religiões que há por aí.

Quando em Mateus 10 Jesus enviou os discípulos exclusivamente "às ovelhas perdidas da casa de Israel", avisando para que não fossem aos samaritanos, mas se limitassem aos judeus, ele os estava enviando ao povo mais religioso do planeta. E era justamente a religião que iria se opor a Cristo e a tudo o que viesse de Deus, como aconteceu durante séculos de história da Igreja, com as piores perseguições aos cristãos sinceros tendo sido promovidas pelo clero cristão contra aqueles que queriam obedecer a Deus, e não a homens.

Isso não mudou, e a advertência de Jesus aos discípulos serve para nós hoje: quando no meio religioso, devemos nos colocar na posição de ovelhas ao meio de lobos e sermos prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas. Inofensivos porque não é o papel do cristão agir violentamente mesmo contra outros cristãos que o perseguem. Mas prudentes como as serpentes, para não nos deixarmos enganar pelos lobos.

Mat 10:16-17  Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas. Acautelai-vos, porém, dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas [as congregações dos judeus];

Lembre-se de que já em Atos 20 o apóstolo Paulo advertiu aos anciãos da igreja em Éfeso que os lobos entrariam no rebanho para destruir as ovelhas, assim como homens que dentre eles mesmos só teriam interesse em atrair discípulos após si. Esse tempo que o apóstolo previu é hoje.

Mas voltando à passagem de Ezequiel , vou transcrevê-la aqui ampliada para você perceber o contexto.

Eze 3:14 Então o espírito me levantou, e me levou; e eu me fui amargurado, na indignação do meu Espírito; porém a mão do SENHOR era forte sobre mim. 
Eze 3:15 E fui a Tel-Abibe, aos do cativeiro, que moravam junto ao rio Quebar, e eu morava onde eles moravam; e fiquei ali sete dias, pasmado no meio deles. 
Eze 3:16 E sucedeu que, ao fim de sete dias, veio a palavra do SENHOR a mim, dizendo: 
Eze 3:17 Filho do homem: Eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da minha boca ouvirás a palavra e avisa-los-ás da minha parte. 
Eze 3:18 Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; e tu não o avisares, nem falares para avisar o ímpio acerca do seu mau caminho, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua iniqüidade, mas o seu sangue, da tua mão o requererei. 
Eze 3:19 Mas, se avisares ao ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do seu mau caminho, ele morrerá na sua iniqüidade, mas tu livraste a tua alma. 
Eze 3:20 Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua justiça, e cometer a iniqüidade, e eu puser diante dele um tropeço, ele morrerá: porque tu não o avisaste, no seu pecado morrerá; e suas justiças, que tiver praticado, não serão lembradas, mas o seu sangue, da tua mão o requererei. 
Eze 3:21 Mas, avisando tu o justo, para que não peque, e ele não pecar, certamente viverá; porque foi avisado; e tu livraste a tua alma. 
Eze 3:22 E a mão do SENHOR estava sobre mim ali, e ele me disse: Levanta-te, e sai ao vale, e ali falarei contigo. 

Se observar o contexto da passagem verá que tudo ali tem a ver com o profeta Ezequiel. É com ele que Deus está falando e é a ele que está enviando para uma missão específica. Porém, sob a direção do Espírito de Deus, Ezequiel não sai simplesmente por aí falando para todo mundo, porém fica sete dias mudo (vers. 15). A palavra "pasmado" tem, no original, o sentido de "mudo de espanto". Ele não falou durante sete dias! Por que não? Porque ele estava sob a influência do Espírito de Deus e tinha visto coisas tremendas e era hora de permanecer calado.

Então ele recebe uma missão específica, tão específica quanto foi a missão que o Senhor deu aos discípulos quando os enviou apenas às "ovelhas perdidas de Israel", advertindo para que não pregassem aos samaritanos. Algum discípulo que decidisse de vontade própria ir pregar aos samaritanos, achando que seria um desperdício eles não ouvirem a mensagem ou sentindo-se sob o risco da maldição que aqui é lançada sobre Ezequiel se não pregasse, estaria claramente desobedecendo o Senhor.

Então o Senhor diz especificamente a Ezequiel que ele foi designado para ser atalaia (nome dado ao vigia da torre que gritava quando vinha o inimigo)sobre a casa de Israel. Portanto a ordem é dada especificamente a uma pessoa (Ezequiel) para uma função específica (Atalaia) e para um povo específico (Israel). Se você não se chama Ezequiel e não recebeu de Deus a missão específica de pregar a Israel, então fica claro que a ordem não foi dada a você. 

Era tão séria a missão que Ezequiel recebeu que sobre ele pesava a responsabilidade de não falhar, ou teria de dar conta do sangue dos que morressem em sua iniquidade. E que iniquidade era essa? Ter Israel se afastado do Deus verdadeiro para ir após seus próprios ídolos; ter Israel endurecido seu coração e não querer nem escutar a voz de Deus. Se ler o início do capítulo verá que, à semelhança da missão específica que receberam os discípulos de Jesus, Ezequiel não deveria ir pregar aos gentios, mas exclusivamente a Israel:

Eze 3:4 E disse-me ainda: Filho do homem, vai, entra na casa de Israel, e dize-lhe as minhas palavras. 
Eze 3:5 Porque tu não és enviado a um povo de estranha fala [gentios], nem de língua difícil, mas à casa de Israel
Eze 3:6 Nem a muitos povos de estranha fala, e de língua difícil, cujas palavras não possas entender; se eu aos tais te enviara, certamente te dariam ouvidos. 
Eze 3:7 Mas a casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não me querem dar ouvidos a mim; pois toda a casa de Israel é de fronte obstinada e dura de coração. 

Quer uma ordem mais clara do que essa? Apenas esta passagem já seria suficiente para você ver que a ordem não foi dirigida a você. Acaso vc e da casa de Israel? Provavelmente não, e aqui Deus deixa bem claro: "Tu não és enviado a um povo de estranha fala, nem de língua difícil, mas à casa de Israel;nem a muitos povos de estranha fala e de língua difícil, cujas palavras não possas entender; se eu aos tais te enviara, certamente te dariam ouvidos"(vers. 5-6).

Embora tenhamos a responsabilidade e o privilégio de anunciar as boas novas às pessoas, isso não é para ser feito em um espírito de que você perderá a salvação se não o fizer, como se sobre você recaísse uma maldição. Falar do evangelho é uma consequência do gozo que temos em nosso coração, da certeza da salvação que recebemos unicamente por graça, e do amor que nos constrange a querer que outros também sejam salvos. Grande parte dos cristãos hoje nem sequer tem a certeza dessa salvação e acabam pregando mais para garanti-la do que por amor dos perdidos.

Sim, você pode ficar espantado com o que estou dizendo, mas perceba que quando os religiosos de plantão jogam o fardo dessa passagem de Ezequiel sobre seus seguidores, o fazem como se eles estivessem sobre a obrigação de fazerem esse tipo de obra para garantirem a salvação (ou ficarem livres de maldição). A mensagem implícita é algo do tipo: se você não ganhar almas para Cristo, não será salvo ou perderá sua salvação.

Aí o infeliz cristão sai carregando esse fardo e vai para uma praça pregar como quem quer agredir os transeuntes. Grita, dá socos no ar, praticamente xinga o pecador e nem se lembra de falar do amor de Deus que está pronto para salvá-lo. O pregador improvisado aprendeu que é seguindo uma lista de obrigações que sua denominação lhe deu que será (talvez) salvo.

Como geralmente nem ele sabe se está seguindo todas elas (a menos que seja muito pretensioso e soberbo), nem ele tem certeza da salvação. Se assim for, como alguém pode falar do que não tem certeza? O que ele irá responder se um interlocutor mais esclarecido lhe perguntar: "Você tem certeza dessa salvação que está me anunciando? Tem certeza de que ela é eterna, ou acredita que poderá perdê-la a qualquer momento? Essa salvação é pela fé em Jesus e em sua obra na cruz, ou é tornando-me membro de sua denominação e seguindo uma lista de preceitos e doutrinas?".

Pergunte a dez pessoas que professam ser crentes em Jesus se elas poderiam perder a salvação e verá que muitas dirão que sim. Ouviram o"outro evangelho" (Gl 1:6) do qual Paulo fala aos Gálatas, que ensina que só poderão ser salvas se perseverarem, fazendo direitinho as obrigações (obras) que sua denominação lhe dá para cumprir. Começaram pelo Espírito (quando creram) e terminaram pela carne, na tentativa de se garantirem por meio de suas próprias obras (Gl 3:3).

É evidente que recai sobre cada cristão a responsabilidade de pregar o evangelho aos perdidos e ensinar os salvos conforme o dom que recebeu de Deus, porém não com má vontade, mas de boa mente. Paulo usa a figura do sangue, numa alusão à ordem dada a Ezequiel, não como uma lei, mas como um princípio no sentido de não ser culpado por ter negligenciado a missão que Deus lhe confiou.

Ats 20:25-27  E agora, na verdade, sei que todos vós, por quem passei pregando o reino de Deus, não vereis mais o meu rosto. Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos. Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus.

Mas será que Paulo teria perdido a salvação se tivesse falhado nessa missão de avisar os Efésios dos perigos que viriam após sua partida? É claro que não! Ele perderia o galardão, mas jamais a salvação, que lhe estava assegurada, não pelas coisas que ele fazia, mas pela obra que Jesus fez.

1Co 9:16-17  Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho! E por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio [galardão]; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada.

Portanto, fique tranquilo. Nenhuma maldição recai sobre você e nem seria possível você ter cumprido a missão que foi confiada a Ezequiel de ser um atalaia sobre Israel. Você pode sim usar a passagem de Ezequiel como um princípio ou encorajamento para evangelizar, mas não como uma lei ou ordem direta para você.

Normalmente é assim que devemos ver o Antigo Testamento: como princípios que podem nos ajudar em nosso andar cristão, mas sabendo que já não estamos sob a Lei, que traz consigo maldição, e que devemos "manejar bem a Palavra da verdade" (2 Tm 2:15), isto é, colocando cada coisa no seu devido lugar, para não incorrermos no erro muito comum da cristandade que é tirar versículos do contexto. Por cometerem esse erro é que você ainda encontra por aí tantas coisas que só faziam sentido na antiga dispensação da Lei, como templos, altares, sacerdotes, músicos, levitas, dízimos, vestimentas cerimoniais, doutrinas de prosperidade material etc.

Se começar a tomar ao pé da letra as missões que Deus deu aos seus profetas no Antigo Testamento, então é melhor arrumar a mala para partir para Nínive (nem imagino onde fica), como Deus ordenou a Jonas, e comece a procurar uma meretriz para se casar com ela, como Deus ordenou ao profeta Oséias.

Jon 1:1-2 E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo:Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até à minha presença.

Osé 1:2-3 O princípio da palavra do SENHOR por meio de Oséias. Disse, pois, o SENHOR a Oséias: Vai, toma uma mulher de prostituições, e filhos de prostituição; porque a terra certamente se prostitui, desviando-se do SENHOR. Foi, pois, e tomou a Gômer, filha de Diblaim, e ela concebeu, e lhe deu um filho. 

sábado, 12 de maio de 2012

As sete dispensacoes e as aliancas de Deus



 
                           
E importante que venhamos intender as dispensacoes de Deus, para entendermos as escrituras de uma maneira pratica e simples!

 

AS SETE DISPENSAÇÕES



1. DISPENSAÇÃO DA INOCÊNCIA

ALIANÇA EDÊNICA

 
Em Gn l .28, começa a "Primeira Dispensação". Uma Dispensação é um período de tempo em que o homem é provado com respeito à sua obediência e alguma revelação específica da vontade divina.
O homem foi colocado em um ambiente perfeito, sujeito a uma lei simples e advertido das conseqüências da desobediência. A mulher caiu pelo orgulho; o homem deliberadamente, Ef l. 10; I Tm 2.14. Deus restaurou as suas criaturas pecaminosas, mas a Dispensação da inocência terminou com o julgamento e a expulsão do casal, Gn 3.24. Nesta Dispensação o homem tinha uma perfeita comunhão com Deus, pois notamos que o Senhor andava no jardim na viração do dia, Gn 3.8.0 homem foi dotado de inteligência perfeita e capacidade para poder administrar o mundo. Foi-lhe dado o direito de dar os nomes aos animais, orientado por uma intuição dos propósitos divinos a seu respeito.
O homem possuía por intuição, e não por um processo didático, uma perfeição física, mental e moral. A mulher foi feita não da cabeça do homem, para não governá-lo; nem de seus pés, para não ser pisoteada por ele; mas de seu lado, para ser amparada; e de perto do coração, para ser amada.
Em Gn l .28, temos também a primeira das oito grandes Alianças da Bíblia - A Edênica, que determina a vida e a salvação do homem.
 
Esta aliança tem seis elementos, onde o homem e a mulher haviam de:
1. Encher a Terra de uma nova ordem - a humana;
2. Subjugar a Terra, para o proveito humano;
3. Ter domínio sobre a criação animal;
4. Zelar do jardim;
5. Comer ervas e frutas;
6. Abster-se de comer da árvore da ciência do bem e do mal.
A penalidade pela desobediência desta última ordenação era a morte.
O Elemento Estranho
Satanás, cujo único desejo era introduzir confusão no ambiente de paz. O ardil usado foi a "Dúvida" que conseguiu introduzir na mente da mulher, por meio de insinuação muito disfarçada.
Em Gn 2.16,17: Deus disse: "... mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela mo comerás". O homem, com seu livre-arbítrio, estava sendo testado.
 
Verifique os passos que o homem deu para sua queda:
l°)ver;
2°) cobiçar;
3°) tomar;
4°) esconder;
5°) transmitir;
6°) morrer.
 
As Conseqüências da Queda do Homem
1°) Conhecimento do mal;
2°) A perda da comunhão com Deus;
3°) Separou-se de Cristo;
4°) O espírito do homem ficou em estado de morte;
5°) A perversão da natureza moral;
6°) Tornou-se escravo do pecado e de Satanás, e
7°) Perdeu muito de sua inteligência (além de outros resultados
funestos).
As três conseqüências más sobre a mulher, uma maldição tríplice:
1°) A concepção multiplicada;
2°) O aumento de dores durante a maternidade, e 3°) Sujeição ao domínio do homem.
Vedado o Caminho da Árvore da Vida, Gn 3.24.
Foi por misericórdia que Deus expulsou Adão e Eva do Jardim e proibiu a sua aproximação da árvore da vida, pois se tivessem comido dessa árvore amargariam uma existência eterna, no triste estado em que se encontravam. Era preferível estarem sujeitos a morte física, pois a mesma serve para conduzir o homem a Cristo.
Em Gn 3.15, encontramos a Primeira Promessa do Redentor.
 

2. DISPENSAÇÃO DA CONSCIÊNCIA, Gn 3. l

Aliança Adâmica 
 
Enquanto a Primeira Dispensação não teve uma duração muito certa, a Segunda Dispensação, de "Adão ao Dilúvio", teve uma duração de 1656 anos, ^ quando deu-se a Tentação e a queda do homem até Gn 2.
Temos visto muitas coisas boas; porém em Gn 3, a cena muda e o mal aparece. O tentador, com o aspecto de uma serpente, tenta a mulher e ela comete o pecado da desobediência, acompanhando-a Adão. Se a serpente era simplesmente influenciada pelo maligno ou se era uma positiva materialização dele, não sabemos;
não resta dúvida porém que Satanás foi a causa original da tentação, Ap 12.9; 20.2. Ao menos, é evidente que a serpente foi possuída por Satanás e chegou a ser identificada com ele e o mesmo falou por ela, Gn 3.1,4: "...Diz que a Serpente falou". \
Por que Deus fez o homem com a capacidade de pecar? Podia haver criatura moral sem capacidade de escolher? A Liberdade é um dom de Deus ao homem: liberdade de pensar, liberdade de escolher, liberdade de consciência e sendo assim, ainda usa essa liberdade para rejeitar e desobedecer a seu Deus. j
Deus não sabia que o homem haveria de pecar? Sim. E Ele previu as terríveis conseqüências disso, e também previu seu resultado final. Sofremos e tomamos a sofrer, e indagamos sem atinarmos porque Deus fez o mundo assim, um dia, porém, depois tudo tiver chegado à plena realização, nosso sofrimento acabará } e todos enigmas se deslizarão, 
 
E assim, desobedecendo, pecaram e trocaram sua inocência por uma consciência acusadora; sua ignorância por um conhecimento do bem que tinham desprezado e do mal que não podiam remediar. Tinham agora seus olhos abertos para descobrir o que teria sido mais feliz ignorar; e, impelidos por um sentimento de vergonha, trabalharam (inutilmente) para cobrir a sua nudez.
Notamos que Adão e Eva podiam estar tranqüilos com os aventais de folhas que fizeram, enquanto lhes parecia que Deus estava longe. Mas, em vindo o Senhor, logo se esconderam, sentindo-se, aos olhos divinos, descobertos e envergonhados.
Temos no pecado de Eva, os seguintes resultados:
 
a) A Concupiscência do Comer: "...boa para comer";
b) A Concupiscência dos Olhos: "...agradável aos olhos", e
c) A Soberba da Vida: "...desejável para entendimento ".
Notamos que a primeira conseqüência do pecado foi a vergonha que eles tiveram, ao encontrar-se com Deus, ao ponto de "fazerem aventais", Gn 3.7. O Todo Poderoso então fez túnicas de pele de animal, para vesti-los, Gn 3.21.
 
Aliança Adâmica
A Aliança Adâmica determina a vida do homem decaído, e marca condições que prevalecerão até a época do reino eterno.
"A própria criatura será liberada do cativeiro da correção para a Uberdade da glória dos filhos de Deus '\ Rm 8.21.
 
Os Elementos da Aliança Adâmica, são os seguintes:
 
1°)A Serpente, instrumento de Satanás, amaldiçoada;
2°) A primeira promessa de um redentor, Gn 3.15;
3°) A condição da Mulher mudada em três sentidos, Gn 3.16: concepção multiplicada; maternidade ligada com sofrimento; sujeição ao homem, Gn 1.26,27.
4°) A Terra Amaldiçoada por causa do homem, Gn 3.17;
5°) O inevitável cansaço da vida, Gn 3.17;
6°) O leve trabalho do Éden, Gn 2.15; mudado para o serviço laborioso, Gn 3.18,19,e
7°) A morte física, Gn 3.19; Rm 5.12,2; para a Morte Espiritual.
"Deus dá uma demonstração que sua atitude para com o Homem é sempre com o intuito de fazê-lo compreender sua pequenez e dependência, mas jamais deixa de prover".
 
Aqui, duas Ofertas Diferentes:
 
1a) Abel oferece sangue. Ele mostrou penitência e desejo de aproximar-se de Deus. O sacrifício foi feito pela Fé nos atributos que ele via em Deus, I Jo 3.12. Devemos observar que havia uma grande diferença na conduta de Caim e Abel, que era um homem de fé e obediente ao Senhor, Gn 4.4; Hb 11.4 e Caim, ofereceu dos frutos do campo que cultivava, demonstrando um espírito de alta confiança, onde temos uma "Oferta Sem Fé", movida pela rebelião e pelo desprezo ao Redentor. Deus recebe a oferta de Abel e Caim revolta-se e mata seu irmão:
"É bom notar que a "primeira contenda" entre irmãos resultou em ódio, separação e morte ".
2a) Caim. Foi o primeiro a construir cidades e o primeiro a glorificar o nome do homem, Gn 4.17. Edificou uma cidade e pôs o nome de seu filho, Enoque.
 
Sua Linhagem Ímpia:
Lameque, Gn 4.19. Foi o "primeiro polígamo", isto é, possuiu mais de uma mulher, Gn 4.23,24. Brigou com um rapaz, saiu ferido e o matou.
Jabal, um dos filhos de Lameque. Distingue-se como o "primeiro homem a ocupar-se da pecuária e a adotar uma vida nômade", habitando em tendas. Talvez em desafio ao mandamento.
Jubal, outro filho de Lameque. Foi o "Inventor de Instrumentos Musicais". A música é do Senhor e haverá maravilhosa harmonia no Céu.
Tubal-Caim era "fabricante de Artefatos de Ferro e Cobre". Possivelmente, foi o primeiro homem a forjar armas bélicas^ Por causa desses materiais, Gn 6.13, é "pois a terra está cheia de violência dos homens". Isso indica a orgia de crimes, homicídios e obras iníquas.
Esses homens: Jabal, Jubal e Tubal-Caim eram ímpios, Gn 4.26.
Depreendemos de Gn 4.25, que o assassinato de Abel teve lugar pouco antes do nascimento de Sete, isto é, uns 130 anos depois da criação do homem. Por isso não devemos pensar que Abel e Caim fossem os únicos filhos de Adão e Eva. Em Gênesis 3.20, lemos: Eva, mãe de todos os viventes; e Gn 5.4, registra que Adão e Eva tiveram filhos e filhas. A tradição diz que foram 33 filhos e 27 filhas. Esses naturalmente tiveram descendências. Por isso quando Abel morreu, provavelmente havia muito mais gente no mundo do que se pensa. Deus coloca um sinal em Caim, Gn 4.15. Na V.B. lê-se: "Jeová deu um Sinal a Caim'9. Não devemos entender que ele fosse marcado, mas que Deus, de alguma maneira, assinalou a pretensão divina.
 
Uma pergunta freqüente é esta: "Com quem casou Caim? ". A resposta, por uma suposição, é esta: com uma irmã dele.
Você talvez vai ignorar este casamento, mas não deve esquecer que a proibição de casamento com parente próximo, veio só 2.500 anos depois, Lv 18.6. Sabemos que "tais uniões", ilícitas para os Israelitas, eram praticadas por outros povos, Lv 18.24. Não podemos continuar nesta história, pois é muito longa.
 
Ao chegarmos a Terceira Dispensação é necessário que conheçamos:
 
A Genealogia de Adão a Noé e suas idades relacionadas: Adão, 930 anos; Sete, 912 anos; Enos, 905 anos; Cainã, 910 anos; Maalelel, 895 anos; Jerede, 962 anos;
Enoque, 365 anos; Metusalém, 969 anos; Lameque, 777 anos; Noé, 950 anos.
Temos aí uma influência do pecado na raça humana. O homem perdendo vida, saúde e alegria; e hoje o salmista afirma: "que os nossos dias são de 70 anos e se alguns chegarão aos 80 anos pela sua robustez". SI 90.9,10.
No começo da Dispensarão, colocamos sua duração de 1656 anos. Vamos dividi-la: Adão viveu 930 anos e Noé, 950 anos; entre a morte de Adão e o nascimento de Noé, temos 126 anos. Do Dilúvio a Abraão, 427 anos e Noé viveu 600 anos antes do castigo divino e 350 anos após.
No final da Dispensação da Consciência, os homens estavam em um estado de iniqüidade desenfreada, soltando as rédeas às práticas carnais, isto com exemplos vividos pela geração passada, resultando em costumes e corrupção do povo antediluviano. O seu cálice de iniqüidade encheu-se; porém o Justo Noé, passou a avisar seus compatriotas do que poderia acontecer. Foram 720 anos de pregação. Então o Senhor disse: "Arrependo-me de ter feito o homem na terra e isso pesou no coração". Disse o Senhor: "Farei desaparecer da face da terra o homem que criei", Gn 6.6,7. Um período longo de 1656 anos onde a raça humana havia aumentado muito e o Senhor destruiu com o Dilúvio, o qual durou l ano e 10 dias. Noé entra na arca no dia 17 do segundo mês, quando tinha 600 Anos, e continuou até o dia 27 do segundo mês, no ano seguinte, Gn 7.11; SI 1.22.
O que significa a Arca ? Era uma simples e clara figura de Cristo, e um meio de salvação pelo qual uma geração passou pelas águas da morte, e saiu salva do juízo divino. Os refugiados na arca escaparam da sorte dos ímpios. Assim Cristo. nos salva, por sua morte e ressurreição, se somos achados mortos nele. Para quem está nele não há condenação, Rm 8.1.
Noé não esperou o pronunciamento de um juízo. O que ele queria é que sua família fosse salva por meio da arca, não importando com quem não cria em sua pregação. Seu dever foi cumprido.
O incidente do Dilúvio é, sem dúvida, o exemplo clássico de Juízo Divino e, por isso, deve ser aceito como o tipo e ensino do Espírito Santo sobre o assunto. Lemos que juízo é uma obra estranha de Deus, Is 28.21. Significa que é diferente de falar que Deus é amor, paz, alegria, prazer e misericordioso.
 
O juízo tem cinco aspectos diferentes:
 
1°) É para a Glória de Deus;
2°) É para Instruir as Nações, Is 26.9;
3°) É para Purificar, Gn 15.16;
4°) É, conseqüentemente, uma Libertação do Mal, e
5°) É Profético, Lei 7.26,27.
 
O desfecho da Dispensação da Consciência não significa que Deus deixou de usar a consciência como um meio de falar ao homem. A consciência é conhecida como "a voz. de Deus dentro da alma ". Noé e sua família haviam presenciado tanto o bem como o mal e eram responsáveis, junto com a sua posteridade, pela obediência à voz da consciência e a escolher o bem. O Dilúvio marcou o término de um período de Intervenção Divina, na história do homem e um novo começo com Noé e seus filhos.
O aluno deve localizar esta Dispensação da Consciência no mapa das Dispensações.
 
Questionário das Dispensações: Inocência e Consciência
1) Qual a função de uma aliança durante uma Dispensação?
2) Em que sentido o homem morreu, quando pecou?
3) Por que foi rejeitada a oferta de Caim?
4) Qual foi a promessa que a Aliança Adâmica trouxe para a humanidade?
5) Quem construiu a primeira cidade?
6) De quem o homem se tornou escravo?
7) Qual foi o primeiro resultado da queda do homem?
8) Quem foi o primeiro polígamo?
9) Mencionar dois nomes da linhagem ímpia.
10) Qual a duração da Dispensação da consciência?
11) Como se define uma Dispensação?
 

3. DISPENSAÇÃO DO GOVERNO HUMANO, Gn 8 15 11.19.

ALIANÇA NOÉTICA
 
Esta Dispensação durou 427 anos, desde o tempo do Dilúvio até a Dispersão do homem sobre a superfície da Terra, Gn 10.35; 11. l O-19.
O homem fracassou inteiramente e o julgamento do Dilúvio marca o fim da Segunda Dispensação e o começo da Terceira. A declaração da aliança com Noé sujeita a humanidade a uma prova: "o homem é essencialmente responsável pelo governo do mundo, de acordo com a vontade de Deus". Essa responsabilidade pesou sobre os judeus e gentios, até que o fracasso de Israel sobre a Aliança da Palestina, Dt 28-30.1-10, resultou no julgamento dos cativos quando começaram "os tempos dos gentios", Lc 21.24. O governo do mundo passou definitivamente para os gentios, Dn 2.3 6-45; At 15.14-17, e Israel, como os Gentios, tem governado para si e não para Deus.
Neste trecho de Noé e seus descendentes, contém alguns pontos que pedem a nossa atenção: a bênção e a promessa de Deus', o pacto que fez com Noé e com toda a alma vivente. O arco-íris, Gn 9.12,17. Alguns pensam que antes do Dilúvio, nunca houve chuva, Gn 2.6. Ezequiel teve uma visão, Ez l .28: "Como o aspecto do arco que aparece no dia da chuva, assim era o aspecto do resplendor em redor. Este era o aspecto da semelhança da glória do Senhor; e, vendo isto, caí sobre o meu rosto, e ouvi a voz de quem falava".
Em Gn 9.21, lemos sobre a embriaguez, de Noé que nos faz ver que até um homem ricamente abençoado por Deus pode ser vencido por pecados carnais.
De passagem, notamos o procedimento correio de Sem e Jafé, que em tempos remotos tiveram um sentimento moral tão desenvolvido como o dos mais ilustrados de hoje.
Notamos também, como a maldição caiu sobre Canaã, o filho mais moço de Cão, e não sobre seu pai, e desde então os Cananitas foram adversários do povo de Deus, até serem totalmente extintos da Terra, Is 17.18.
Se a Bíblia não tivesse registrado: a embriaguez de Noé; o adultério de Davi e a mentira de Pedro, estaríamos imaginando que os homens piedosos do passado eram diferentes de nós mesmos, pois temos tido nossos lapsos na senda da retidão. Verificamos que tal falha não nos autoriza cairmos no mesmo delito, porque deles já temos a história e o aviso: "Olha, Não Caia)>.
Quatro Raças originaram-se dos quatro filhos de Cão. Essas por sua vez subdividiram depois, povoaram as terras da África, da Arábia Oriental, da Costa Oriental do Mar Mediterrâneo e do grande Vale dos rios Tigre e Eufrates.
 
Descendentes de Noé:
 
a) Jafé: zona Norte das nações e as proximidades dos mares Negro e Cáspio: as raças caucásicas da Europa e Ásia.
b) Cão: zona Sul das nações, a Arábia Meridional e Central, o Egito, a costa oriental do Mediterrâneo e a costa oriental da África. (Canaã, filho de Cão).
c)Sem: zona central das nações. Os semitas incluíam os judeus, assírios e sírios, na parte Norte do vale do Eufrates. A Aliança com Noé, Gn 9.1-17:
1) Confirmação de que o homem seria relacionado à terra, conforme a Aliança Adâmica,Gn8.21;
2) Confirmação da ordem da natureza, Gn 8.22;
3) Estabelecimento do governo humano, Gn 9. l -6;
4) Garantia de que a Terra não sofreria outro Dilúvio, Gn 8.21; 9.11;
5) Declaração profética de que procederia de Cão uma posteridade inferior e serviçal, Gn9.24.25;
6) Declaração profética de que haveria uma relação especial entre Jeová e Sem, Gn9.26.27, e
7) Declaração profética de que de JAFÉ procederiam as "raças dilatadas ", Gn 9.27. Os governos, as ciências e as artes têm provido, geralmente, de descendentes de Jafé; assim a História tem confirmado o exato cumprimento dessas declarações.
 
A Torre de Babel, Gn 11
Neste capítulo do Gênesis encontramos o começo da confederação e do engrandecimento humano. E Deus desaprovou essa confederação: impediu o projeto de se fazer uma alta torre que tocasse no "céu". É interessante confrontar com este começo o desenvolvimento de confederações humanas de hoje e a multiplicação de nomes partidários.
A Descendência de Sem.
Vemos que a posteridade abençoada por Deus nem sempre seguiu pela linha do primogênito. Arpachade era o terceiro filho de Sem, Gn 10.22, e não o primeiro.
Em Gn 5, vemos que as idades dos patriarcas vão quase sempre diminuindo. Porventura seria licito entender que os anos eram, no princípio, mais curtos do que atualmente7 Somente assim poderemos compreender o caso de um homem esperar uns 100 anos antes de nascer-lhe um filho.
A Chamada de Abraão, Gn 12.
A chamada de Abraão e as promessas que Deus lhe fez.
 
Podemos estudar neste capítulo:
a) A escolha divina. Deus escolheu Abraão e isto importa conhecimento, aprovação, confiança, preparação para o fim destinado;
b) O plano de (mediante o escolhido de Deus) abençoar muitos povos;
c) A proteção divina - "amaldiçoarei os que te amaldiçoarem ";
d) A chamada divina - uma chamada positiva, individual, imperativa;
e) A Revelação Divina - "apareceu o Senhor a Abraão ";
f) A Promessa Divina - "à tua descendência darei esta terra".
A chamada é descrita em At 7.2,3, a resposta, em Hb 11.8.
Abraão desce ao Egito, Gn 12.10.
Isto nos parece um desvio da senda da fé, pois aí Abraão perde a sua confiança na proteção de Deus e pretende valer-se de um subterfúgio para evitar o ciúme do rei da terra. Contudo, Deus o protegeu sem que ele esperasse.
 
Sete coisas neste desvio de Abraão, notemos:
 
1) Agiu sem consultar a Deus, Gn 12.10;
2) Escolheu seu destino, confiando na própria inteligência, Gn 12.10;
3) Valeu-se da duplicidade, para conseguir seu propósito, Gn 12.13;
4) Perdeu de vista a perspectiva e o plano de sua vida, Gn 12.2,12;
5) Sua astúcia parecia alcançar bom êxito, Gn 12.14,15;
6) Achou-se mais tarde enlaçado na trama que ele mesmo fizera, Gn 12.18,
7) Foi censurado por um rei pagão, e mandado para sua própria terra, Gn 12.18-20.
 

4. A QUARTA DISPENSAÇÃO, Gn 12.1-Êx 18 27.

ALIANÇA ABRAÃMICA
 
Começa aqui a História da Redenção. Dela surge uma idéia vaga pelo tempo, Gn 3.15. Agora, 1963 anos após a criação e a queda do homem, ou seja 427 anos após o Dilúvio, num mundo que desenfreadamente aderiu-se a idolatria e a maldade. Foi aí que houve por objetivo a recuperação e a redenção do gênero humano.
A duração desta Dispensação foi de 430 anos, considerada a Dispensação da Promessa, que terminou quando Israel tão facilmente aceitou a Lei, Êx 19.8. A Graça tinha oferecido um Libertador (Moisés), um sacrifício para o culpado, e, por divino poder, libertado Israel da escravidão, Êx 19.17, mas no final trocaram a Graça pela Lei.
Separação Para Deus
Agora Abraão volta do Egito e vira o rosto para a Terra Prometida. Sua vida de peregrinação é caracterizada por Três Coisas: a Tenda; o Altar e o Poço. Nada lemos sobre altar no Egito.
As riquezas que Abraão e Ló acumularam no Egito, foram a causa de contenda e separação', porém Abraão tinha uma confiança em seu Deus. Por isso, deixou que Ló escolhesse primeiro para onde iria. A confiança na proteção Divina faz. com que o homem fique desprovido de qualquer dúvida.
 
Em Gn 14, é mencionado pela primeira vez. o termo Reis. Dois reis encontram- se com Abraão em sua volta vitoriosa: o de Sodoma e Melquisedeque (Tudo que sabemos que está neste capítulo, no SI 110 e Hb 5,6 e 7). Ele é também o primeiro Sacerdote mencionado na Bíblia: um Sacerdote Real e por isso uma figura do Senhor Jesus Cristo. Também aqui pela primeira vez, lemos sobre "O Deus Altíssimo ".
Depois da divina bênção, pronunciada por Melquisedeque, vem a tentação material por parte do rei de Sodoma.
Há um ditado, que diz: "Cada homem tem seu preço", porém um homem como Abraão não pode ser comprado por um rei mundano, como este de Sodoma.
E na volta de Abraão da matança dos reis que a misteriosa figura de Melquisedeque aparece. Ele vem ter com Abraão, traz-lhe p ao, vinho e o abençoa;
Abraão dá-lhe o dízimo de tudo.
Tanto se fala deste incidente no NT, que devemos estudá-lo.
 
Vamos notar os seguintes pontos, como seguem:
 
1) Por ser ele o Primeiro Sacerdote mencionado na Bíblia, tem sido escolhido pelo Espírito Santo como tipo de Cristo, um Sacerdote maior que Aarão;
2) Ele era Rei e também Sacerdote. Rei de Salém (da paz) e seu nome significa "Rei da Justiçai Cl 6.12,13; Hb 7.2;
3) Assim, no SI 110.4 está escrito de Cristo: "Tu és Sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque ";
4) Não há alguma menção de seu pai ou de sua mãe, do seu nascimento ou morte; por isso é tomado em Hb 7.3, como um tipo de Cristo: O Sacerdote Eterno.
Para estudar o assunto mais detalhadamente, é preciso ler com cuidado Hb 5.7.
Promessa de uma Posteridade
Em Gn 15.6 , pela primeira vez, a Fé é mencionada, e lemos "E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça"; cf. Rm 4.3; Tg 2.23.
Abraão nasceu quando seu pai Terá tinha 26 anos, Gn 11.25. Abraão tinha 75 anos quando foi convidado por Deus a deixar sua parentela e partir para uma terra desconhecida (Canaã). Contava com 80 anos quando encontrou-se com Melquisedeque e foi abençoado por ele. Tinha 86 anos quando nasceu Ismael, fruto de uma fragilidade em sua vida. Persuadido pela esposa, lança mão de outro meio, sugerido pela sua desconfiança quanto a conseguir as promessas de Deus. Toma a serva egípcia de sua mulher e por ela tem seu filho Ismael. Depois desse incidente sua fé foi provada mais 13 anos.
Em Gn 17, seu nome foi mudado.
Um quadro interessante foi as três vezes que Deus apareceu a Abraão:
1a) u Apareceu o Senhor a Abraão, e lhe disse: Darei à tua descendência esta terra. Ali edificou Abrão um altar ao Senhor, que lhe aparecera '\ Gn 12.7;
2a) "Quando atingiu Abraão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-poderoso: anda na minha presença e sê perfeito", Gn 17.1,
3a) "Apareceu o Senhor a Abraão nos carvalhais de Manre, quando ele estava assentado à entrada da tenda, no maior calor do dia", Gn 18.1.
Abraão tinha 90 anos quando Sodoma foi destruída. Contava com 100 anos quando nasceu Isaque e tinha 137 anos quando Sara morreu. Em seguida, casou-se com Quetura, com quem teve seis filhos; morre com 175 anos de idade.
Em Gn 18, deparamos com o aparecimento de três visitantes celestiais que falaram com Abraão com aparência de seres humanos: "três varões e dos três um era o Senhor", Gn 18.1-3; Mc 16.5; Jo 5.13. Um acontecimento interessante é quando dois anjos seguem para Sodoma, e Abraão começa a fazer sua célebre intercessão ao terceiro. Esta é a primeira grande oração intercessória registrada na Bíblia.
 
Verificamos como a oração de um justo pode mudar os rumos das coisas:
1) A base da oração é dupla: Primeiro, o reconhecimento de Deus e da liberdade que tinha para falar com Ele. Segundo, o concerto de Deus, Gn 17.19. Abraão tinha sido chamado por Deus a fim de interessar-se por Ele e seus propósitos, referentes ao mundo, e por isso sente liberdade em falar-lhe.
2) Características da oração de Abraão:
Discriminação, Gn 18.24,25, entre os justos e os ímpios, e o interesse pêlos dois grupos;
Confiança na justiça de Deus, Gn 18.23,25; na Graça de Deus, Gn 18.24, e no Poder de Deus, Gn 18.25;
Precisão, Gn 18.28-32. Lembremo-nos que petições em termos gerais não terão respostas precisas;
Importunidade. Seis vezes Abraão pede que Sodoma seja poupada e cada vez reforça seu pedido;
Humildade, Gn 19.27. Ele jamais se esquece de que fala com Deus;
3)0 êxito da oração de Abraão. Não obteve tudo o que desejava, mas alcançou tudo o que Sodoma tomou possível, (leia Jr 5. l.)
Salvação de Ló e a Destruição de Sodoma
Notamos que os varões, em Gn 18.2, são anjos. Em Gn 19.1, Ló parece ser tão hospitaleiro quanto Abraão.
Veja algumas considerações sobre o nosso amigo Ló:
 
a) Parece ser o tipo do "meio-crente"'. convencido mas não convertido:
b) Uma pessoa costuma ser contenciosa;
c) Resultado: uma inutilidade ou uma catástrofe. SODOMA: figura o mundo e sua sensualidade;
EGITO: simboliza o mundo e sua comunidade (Êx 16.3);
 
BABILÔNIA: simboliza o mundo e sua grandeza (Js 7.21).
A história de Ló ensina que embora o cristão mundano possa conseguir para si a salvação, pode contudo perder a família, filhos e filhas, pois, criados no meio da devassidão, podem ser corrompidos. A mulher que olha saudosa para a vaidade do mundo, em pouco tempo não poderá mais trilhar a senda da salvação. "A não observância da Palavra de Deus pode ser funesta para a nossa vida espiritual".
Isaque nasce - Ismael é despedido
Afinal, nasce Isaque, depois de muitos anos de fé alternada com incredulidade da parte de seus pais, Abraão e Sara. Em Gl 4, o apóstolo encontra um sentido simbólico em cada um dos dois filhos. Na alegoria que Paulo percebe na história de ambos, Hagar representa o monte Sinai e tudo que a lei pode produzir, enquanto que Isaque é o fruto da fé, e mostra o que Deus faz para o crente.
Vemos que Ismael, o filho "nascido segundo a carne ", Gl 4.29, persegue o filho da promessa, e é despedido, porque não pode herdar com este. Os que são das obras da Lei, Gl 3.10, não herdarão as promessas dadas a Abraão, mas sim aqueles que têm fé em Cristo, Gl 3.12-14. Uma religião carnal é sempre inimiga da religião espiritual.
O altar sobre o monte
Este incidente é talvez o mais misterioso e sublime na história de Abraão. Somente após longos anos de preparo espiritual poderia Deus submetê-lo a tal provação de sua fé, com a certeza de que havia de sair triunfante. Era sem dúvida um experiência penosa à vista do mundo cruel. Mas o resultado final havia de ser um notável engrandecimento da vida espiritual de Abraão, e o conhecimento, mediante a sua própria experiência, de verdades bem importantes.
 
Notemos, os seguintes pontos:
 
1°) Certeza da Palavra Divina. Para agirmos em algum sentido contrário ao sentimento natural, ao procedimento comum, aquilo que nossas convicções e as dos vizinhos aprovam, precisamos ter uma palavra de Deus mui positiva, que não admita dúvidas;
2°) Falta de Explicação. O mandado divino não trouxe consigo um porquê";
contudo, havia um raio de luz nas palavras "a quem amas", revelando que Deus não estava esquecido da forte afeição natural de Abraão para com Isaque;
3°) A Completa Confiança de Abraão. Isto nos faz pensar nas palavras de Jó:
"Ainda que me mate, nele esperarei",Jó 13.15. A explicação dada em Hb 11.18, é que Abraão "considerou que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar (a Isaque)";
4°) O Conhecimento de Deus. Fruto de longos anos de experiência da divina proteção e bondade, progrediu até que, afinal, Abraão podia obedecer a Deus cegamente;
5°) A Submissão de Isaque a Vontade do Pai. Um belo tipo da obediência de Cristo até a morte;
6°) A Palavra Profética De Abraão. Disse Abraão: "Deus proverá para si o cordeiro ". Também havia um sentido profético no nome que Abraão deu ao lugar:  Jeová-Jireh: "ü Senhor proverá". Em Jo 8.56, permite pensar que ele tinha alguma vaga previsão do "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo";
7°) A Lição da Substituição. O carneiro "travado pelas suas pontas num mato ", y j veio a ser o substituto do moço; e quantos seres humanos desde o tempo de p;
Isaque têm dado graças a Deus por Ele ter "fornecido um substituto " \
8°) A maneira maravilhosa como Deus operou em Abraão, uma semelhança a si ^ mesmo. Num dia futuro Deus havia de ceder seu Filho, em sacrifício pelo pecado, Mas então não haveria outro cordeiro para tomar o lugar dele: "Nem mesmo a seu próprio filho poupou, antes o entregou por todos nós", Rm 8.32.
A obediência de Abraão era agradável aos olhos de Deus; por isso o mandamento foi dado. A morte de Isaque não teria sido agradável a Deus, visto que o ato da matança foi impedido". ^No Monte do Senhor se Proverá".
 
Os três significados dos nomes desta História
Abraão lembrou-se de que já era tempo de o filho contrair matrimônio. Ele marcou duas condições: a noiva havia de ser da mesma parentela, e Isaque não havia de sair da Terra Prometida em procura de esposa. Felizmente, Abraão tinha um empregado fiel e competente para tratar desse negócio.
Abraão receava que Isaque se casasse com uma moça de Canaã, ou voltasse para a terra de onde tinha sido chamado. Ainda hoje, às vezes, os pais sabem melhor do que os próprios moços que tipo de casamento será bom para seus filhos. Entre os chineses são os pais que escolhem as noivas para seus filhos, e parece que todos acham essa maneira mais proveitosa.
 
Notemos, em relação ao empregado Eliézer, Gn 15.2, os seguintes pontos:
 
1. Era um homem de idade e pessoa de confiança. É bem possível que Abraão não tivesse outro a quem pudesse confiar uma tarefa tão delicada;
2. Era um homem prevenido. Levou consigo tudo o que era necessário para o bom êxito de sua missão;
3. Era um homem cauteloso. Pediu um sinal, uma coisa que nem sempre é preciso, e que o Deus misericordioso às vezes fornece;
4. Era um homem piedoso. Orou a Deus pelo serviço que havia de fazer;
5. Era um homem eloqüente. Quando precisava falar do seu Senhor;
6. Era um homem pontual. E não quis perder tempo, Gn 25.54.
Eliézer é o servo Modelo'.
1. Não vai sem ser mandado, Gn 24.2-9;
2. Vai para onde o mandam, Gn 24.4,10;
3. Não se preocupa com outra coisa;
4. Ora e dá graças, Gn 24.12,14,26,27;
5. É sábio para persuadir, Gn 24.17,18,21;
6. Fala, não de si, mas das riquezas do amo, e da herança do filho, Gn 22.34-36;
At l.8;7. Apresenta o caso sem equívoco e requer uma decisão positiva, Gn 24.49.
Eliézer enfeita a noiva com as jóias da casa paterna, mesmo antes dela iniciar a viagem. O Espírito Santo procura enfeitar a Igreja com as lindas regalias da casa do Pai, antes dela ser arrebatada, Gn 24.53.
Isaque saiu a orar (meditar sobre o falecimento de sua mãe no campo), Gn 24.63;
talvez por falta de sossego necessário na tenda, ali mesmo levanta os olhos e vê chegando Eliézer vindo de regresso.
Na oração solitária podemos ver coisas maravilhosas.
 
Vamos agora considerar Rebeca:
 
1. Era formosa, Gn 24.16;
2. Trabalhadeira, Gn 24.19;
3. Hospitaleira, corajosa, decidida, Gn 24.58,
4. Modesta.Gn24.65.
Significado dos Nomes:
1. Isaque (hb - riso) representa Cristo.
2. Rebeca (hb - corda com laço) representa a Igreja.
3. Eliézer (hb - meu Deus é auxílio) representa o Espírito Santo.
Caro Aluno, aqui citarei alguns personagens da História e que fazem parte desta Dispensação: Esaú e Jacó; Jacó e seu Tio Labão e José do Egito. 
 
QUESTIONÁRIO: TERCEIRA E QUARTA DISPENSAÇÃO
1) Por quanto tempo durou a Dispensação do governo humano?
2) Com quantos anos morreu Abraão?
3) O que significa Sodoma?
4) Qual o significado do nome Isaque?
5) Com quantos anos Abraão estava quando nasceu Isaque?
6) O que simboliza o Egito?
7) Quantos filhos Abraão teve com Quetura?
8) Com quantos anos morreu Sara?
9) Qual o significado representativo de Rebeca?
10) Quanto tempo durou a Dispensação Patriarcal?
11) Qual foi a duração da Dispensação do Governo Humano?
 

5. A QUINTA DISPENSAÇÃO

ALIANÇA MOSAICA
 
A Dispensação da Lei teve uma duração de 1.430 anos: do "Êxodo do Egito" até a "Crucificação de Cristo".
Para estudarmos este livro, onde começa a Quinta Dispensação, vamos verificar de!, importantes revelações de Deus, a saber:
 
1) O "Eu Sou ", na sarça ardente - Um Deus que mantém aliança;
2) As pragas - Um Deus de punição;
3) A Páscoa - Um Deus de redenção;
4) A travessia do Mar Vermelho - Um Deus de poder;
5) A jornada até o Sinai - Um Deus de provisão;
6) A Lei - Um Deus de santidade;
7) Tabernáculo, sacerdote, ofertas - Um Deus de comunhão;
8) A punição devida do bezerro de ouro - Um Deus de disciplina;
9) A Renovação da Aliança - Um Deus de graça;
10) A vinda da glória - Um Deus de glória.
"Porque a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e verdade vieram por Jesus Cristo '\ Jo l. 17.
É bom lembrar que esta Dispensação pode ser chamada de Dispensarão dos Israelitas.
Devemos lembrar que o cenário histórico data de 1440 a.C. aproximadamente. Sabemos que a data do Êxodo foi por volta de 1445 a.C. Além desta outra data, também é defendida pêlos estudiosos do AT, a de 1290 a.C. O tema do livro:
"Redenção e organização de Israel como povo da Aliança".
Em Gn 19.3 começa a Quinta Dispensação, quando a Lei foi colocada em ênfase dos princípios de Deus.
Israel chega ao monte Sinai depois de 3 meses de uma longa viagem.
 
Neste momento. Deus chama-o a um Concerto mais sério, e passa-lhe uma no vá lição:
 
1. Mediante ao mandamento aprendeu a Santidade de Deus;
2. Mediante ao seu próprio erro, aprendeu a sua fraqueza pecaminosa;
3. Mediante a provisão do sacerdócio e do sacrifício, aprendeu a Bondade de Deus.
Em Gl 3.6-25, aprendemos a relação da Lei para com a Aliança Abraãmica:
1. A Lei não pode anular esta aliança;
2. Foi "acrescentada " para convencer do pecado;
3. Servia de pedagoga até a vinda de Cristo;
4. Era uma disciplina preparatória "até que viesse a semente ". A trajetória de Israel no deserto e em Canaã é uma longa história de violação da Lei. A prova terminou no julgamento dos cativeiros, mas a Dispensação propriamente dita só terminou na Cruz. Podemos considerar:
 
1) O estado do homem no começo da jornada, Êx 19.1-3;
2) Sua responsabilidade, Êx 19.5,6; Rm 10.5;
3) Seu fracasso, II Rs 17.7-17; At2.22.23,
4) O julgamento, II Rs 17.1-6,20; 25.1-11; Lc 21.20-24.
Notemos neste capítulo o cuidado que Deus tem de desenvolver em Israel uma compreensão de sua santidade. No Egito tinham se acostumado com as imundas divindades do paganismo, e agora precisam aprender que Jeová é um Deus santíssimo e temível.
 
A Lei foi dada de três maneiras:
1°) Verbalmente, Êx 20.1-17. Isto era lei pura, sem nenhuma provisão de sacerdócio ou sacrifício, e foi acompanhada das "Ordenanças", Ex 21.1-23.13, relativas às relações de hebreus com hebreus; a isto foram acrescentadas, Ex 23.14- 49, direções diferentes às três festas anuais, Êx 23.30-33, e inscrições sobre a conquista de Canaã. Estas palavras Moisés comunicou ao povo, Êx 24.3-8. Imediatamente, na pessoa dos seus anciões, foram admitidos na presença de Deus, ÊX24.9-11.
2°) Moisés foi então chamado ao monte para receber as tábuas de pedra, Êx 24.12-18. A história então se divide. Moisés no monte recebe instruções referentes ao Tabernáculo, ao sacerdócio e aos sacrifícios, Êx 25-31. No entanto, o povo, Êx 32, chefiado por Aarão, transgride o primeiro mandamento. Moisés, voltando, quebra as tábuas escritas pelo dedo de Deus, Êx 31.18; 32.16-19.
3°) As segundas tábuas são feitas e a Lei escrita novamente (por Moisés?) na presença de Jeová, Êx 34.1,28,29.
 
Os Dez Mandamentos
 
A Aliança Mosaica foi dada a Israel com três divisões, cada uma ligada às outras, e, conjuntamente, formando a Aliança Mosaica.
Os Dez Mandamentos, expressão da vontade de Deus para seu povo, Ex 20.1- 26; Os Juízos, governo da vida social de Israel, Êx21.1 - 24.11; e as Ordenanças, governando a vida religiosa de Israel, Êx 24.12 - 31.18. Estes três elementos formam a "LEI" como essa palavra se emprega no NT, Mt 5.17,18. Os Mandamentos e Ordenanças formam um só sistema religioso.
Os mandamentos foram um "Ministério de Condenação) e de "Morte)), II Co 3.7-9.
Os Dez Mandamentos são:
1) Não terás outros deuses diante de mim;
2) Não farás para ti imagem de escultura;
3) Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão;
4) Lembra-te do dia de sábado para o santificar;
5) Honra a teu pai e a tua mãe;
6) Não matarás;
7) Não adulterarás;
8) Não furtarás;
9) Não dirás falso testemunho;
10) Não cobiçarás.
 
TABERNÁCULO
 
Passaremos à história do Tabernáculo, considerado a grande Tipologia do Plano da Salvação, uma ordenança de Deus a Moisés para proteção e orientação do povo de Deus.
 
Vejamos alguns significados:
1. Tenda provisória onde Deus falava ao seu povo, Êx 33.3-10;
2. Construção portátil em forma de tenda, Êx 25.8,9;
3. Recebeu o nome de habitação, Êx 25.9;
4. Onde estava depositada a tábua da lei;
5. O tabernáculo do testemunho;
6. Denominado casa do Senhor, Êx 34.26;
7. Sua planta foi dada pelo Senhor a Moisés, Êx 25.22.
 
Verifique Sua Planta:
PERDÃO
Pelo sacrifício do sangue
PURIFICAÇÃO
Pela limpeza
PODER DE DEUS
Pela participação, percepção e oração
PRESENÇA DE DEUS
Pelo Sangue aspergido e Obediência
 
Nota:
1. O Tabernáculo simboliza: Israel aproximando-se de Deus;
2. Tipificou a obra redentora de Cristo para trazer os pecadores a Deus.
 

6. A SEXTA DISPENSAÇÃO

A Nova Aliança, A AliANÇA DA GRAÇA
 
Chamada Dispensação Eclesiástica.
A palavra-chave é: Graça. Sua duração começa com a crucificação de Cristo até a sua segunda vinda, tempo determinado pelo Senhor: "Aquele dia e hora ninguém sabe, unicamente meu pai que está nos céus". Hoje, já contamos com quase 2000 anos em que o véu do Templo foi rasgado e esta Dispensação findará com o toque da trombeta, quando acontecerá a segunda etapa da vinda de Cristo convocando os fiéis ao Arrebatamento.
Na Dispensação da Graça, Deus fez uma aliança com o homem, uma aliança superior às outras, ou seja, o próprio Filho enviado por Deus à humanidade:
1°. Mt 19.28
2°. Hb 2.7 3°. Lc 2.27 4°. Mt 13.55-57 5°. Lc 4.2-8 6°. Is 53.1-6 7°. G13.13
A Nova Aliança
Tal qual Moisés foi mediador da aliança mosaica, assim Cristo é o Mediador da Nova Aliança, Hb 8.6; 9.15; 12.24. Com o aparecimento de Cristo, a Antiga Aliança terminou, como Paulo afirma em Rm 10.4; Gl 3.19. Novamente apareceu Ele celebrando a Ceia com os discípulos, conforme registra Lc 22.20 e I Co 11.25. "Ele disse: Este é o cálice da nova aliança no meu sangue", Mc 14.24.
A Graça não dispensa ordenação pois há l .050 mandamentos no NT; mas, ao contrário da Lei, ela dá poder ao homem para cumpri-los. A palavra Graça aparece 166 vezes na Bíblia e tem um valor inestimável.
Verifique 10 citações da palavra Graça, com referências: Ef 2.8,9; At. 4.33;
18.27; Tt3.7;Rm5.20; 15.15; I Co 15.10; Gl 1.15; Cl 3.16; IITm2.1.
Verificamos três aspectos da revelação de Deus nessa Dispensação:
1. Os Evangelhos, um tratado da revelação de Jesus Cristo, um Deus introduzido no meio dos homens: "Emanuel, Deus Conosco".
2. Revelação através do Espírito Santo: o Guia; o Orientador; o Consolador; o Intercessor; o Fortificador; o Ornamentador da Igreja. "Todos que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus".
3. Revelação pela Palavra Escrita - A Bíblia Sagrada. Nela está a revelação perfeita da vontade de Deus.
Esta mesma Graça atua na formação da Igreja desde a fundação do mundo e já existia na mente de Deus:
1. Eleita por Deus desde a fundação do Mundo, Ef 1.4,5;
2. No AT, os Profetas falaram dela;
3. Personagens que simbolizaram a vida e a ação da Igreja (Enoque, Rebeca, Azenate, etc.);
4. Organização espiritual da Igreja, Mt 16.16;
5. Data de inauguração: Dia de Pentecostes, At 2;
A Igreja, uma representação do Corpo de Cristo aqui na Terra. Suas funções, seu trabalho e suas obrigações'.
1. Em relação a ela mesma "Comunhão", At 2.42;
2. Em relação ao mundo "Evangelização", Mc 16.15;
3. Em relação a Deus "Adoração".
Toda e qualquer tarefa da Igreja depende exclusivamente da Graça. Ela é quem nos encoraja no sentido de cumprirmos nossa tarefa como Igreja que também é um Luzeiro no Mundo e Sal da Terra.
Tenho me preocupado muito com a expressão: "Se o sal se tomar insípido para mais nada presta, a não ser para ser pisado pêlos homens".
Que Deus proteja a Igreja!
Seu compromisso para o futuro é o desfecho final do cumprimento das profecias, do fim dos tempos e a Dispensação da Igreja.
Verifique alguns acontecimentos que surgirão :
1. Ressurreição dos crentes;
2. Transformação dos crentes vivos na vinda do Senhor;
3. Arrebatamento;
4. Tribunal de Cristo (compensação);
5. Casamento da Igreja (bodas do Cordeiro);
6. Glorificação da Igreja;
7. E nos fez Reis e Sacerdotes para Deus seu Pai.
 
QUESTIONÁRIO: QUINTA E SEXTA DISPENSAÇÕES
1) Qual a duração da quinta Dispensação?
2) O que Deus representa quando institui a Páscoa? 
3) Qual a representação de Deus na Lei? 
4) Qual o tema do livro de Êxodo? 
5) Onde Moisés recebeu as tábuas de pedra? 
6) Qual a missão da Igreja frente ao mundo? 
7) Qual a duração desta Dispensação (Igreja)? 
8) Quando termina esta Dispensação?
9) Como se chama o Tribunal em que os crentes hão de comparecer? 
10) Apresente dois aspectos do futuro da Igreja. 
 

7. A SÉTIMA DISPENSAÇÃO (MILÊNIO)

ALIANÇA MILÊNICA
 
O plano redentor de Deus para com o homem termina com o cumprimento dos mil anos de paz sobre a Terra, que serão seguidos do Juízo Final e a volta à eternidade. Jesus Cristo descerá pessoalmente a terra e será REI. Ele denominou esta Dispensação de "Regeneração", Mt 19.28; é também chamada de "Tempo de_ Restauração", At 3.20,21.
A juntura destes "Séculos", presente e vindouro, forma um nítido exemplo de sobreposição das Dispensações, isto é, às vezes, a um tempo transitório entre um tempo e outro.
Sua duração, o próprio título indica, terá mil anos', seu início se dará com a manifestação (Parousia) de Cristo na segunda etapa de sua segunda vinda a terra, Ap 19.11-21, e findará com a instalação do grande Trono Branco, Ap 20.11-15.
O próprio Cristo voltará literalmente a terra, onde Ele esteve durante 33 anos e pessoalmente reinará sobre a mesma por um espaço de 1.000 anos, e terá ao seu lado a SUA IGREJA. Ela voltará dos céus para onde foi levada no Arrebatamento.
O Plano de Deus para com o mundo é fazer "Convergir" nele (em Cristo), na Dispensação e na plenitude dos tempos, Ef 1.10.
Havendo efetuado a redenção dos homens pelo seu sangue derramado na cruz, e Deus no século vindouro mostrará a suprema riqueza de sua graça.
A dupla revelação do Milênio será feita:
l. Pela presença pessoal de Jesus Cristo, que se sentará no trono de Davi, Lc 1.32,33;
2. O Sermão do Monte, pregado por Jesus no início de seu ministério terreno, Mt 5.6,7, é uma legislação que se tomará plena como plataforma do reino milenial. Ela será a Pedra Angular das atividades do Rei durante o Milênio. O Governo será um regime teocrático, isto é. Governo Pessoal de Deus, Is 52.7; Lc l .33; Dn 7.13.
A SEDE DO GOVERNO
A capital do mundo não será Washington, Londres, Tóquio e nem Paris, mas, sim, Jerusalém, a desprezada cidade tantas vezes pisada pêlos exércitos invasores. Ela será totalmente restaurada, vindo a realizar-se a visão do salmista que disse:
"Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, na cidade do nosso Deus. Seu santo monte, belo e sobranceiro, é a alegria de toda a terra; o monte de Sião, para os lados do Norte, a cidade do grande Rei. Nos palácios dela. Deus se faz conhecer como alto refúgio '\ SI 48.1-3; Is 2.2-4.
 
A BÍBLIA NO SEU TRANSCURSO MILENIAL
1. Será um reino literal e universal, Dn 2.34,35;
2. Jerusalém será a capital do reino, Jr 3.27; Is 24.23; Ez 48;
3. Os animais serão dóceis. Is 11.6-9; 65.25; Os 2.18;
4. Época de justiça e paz. Is 9.6,7; 11.4; Zc 9.10; SI 96.13;
5. A terra ficará mais fértil, Is 35. l; Am 9.3,6;
6. O prolongamento da vida humana. Is 65.20,22; Zc 8.4,5;
7. Satanás será amarrado, Ap 20.20,22,23.
 
Haverá duas classes de pessoas:
1. Glorificados e
2. Não-glorifícados.
Os glorificados são os crentes do AT e NT e os do período da Grande Tribulação e as não-glorificados são os judeus sobreviventes da Grande Tribulação, gentios remanescentes das nações e os nascidos no Milênio.
A cena final e a justificação do grande Trono Branco, quando comparecerão diante do Cordeiro e Rei todos os mortos de todas as épocas, ainda não ressuscitados. Esta é a Segunda Ressurreição.
 
O julgamento iniciará por ocasião da abertura dos livros de Deus, Ap 20.12:
7. Cada pessoa serei julgada',
2. Os inimigos do Rei serão punidos',
3. Os inimigos espirituais do Rei serão julgados: Satanás; o Anticristo; o Falso Profeta; os demônios; o Inferno e a morte.
Cristo colocará sob seus pés todos os seus inimigos, I Co 15.24,25. A Ele, toda honra, glória e louvor para sempre. Amém!