segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Como evangelizar meus filhos?


 Se voce esta preocupada com sua filha que é jovem e se recusa a ouvir você falar do evangelho. Ela está simplesmente seguindo a onda atual, que é querer mostrar independência e autossuficiência (inclusive nas coisas eternas). O jovem não tem senso de finitude como tem um idoso, pois acredita que a morte é a exceção, não a regra da vida. Na cabeça da maioria das pessoas, quem morre é sempre o outro. Por isso o jovem não se preocupa muito com as coisas eternas, pois a imagem que tem é que isso é coisa de velhos. Obviamente é, porque o idoso sabe que seu relógio está agora em contagem regressiva.



De qualquer modo não se desespere e nem considere sua filha um caso perdido. Lembre-se de que não faz muito tempo você mesma estava tão perdida e alheia às coisas de Deus quanto ela, talvez não de modo a verbalizar sua incredulidade, mas mesmo assim tão perdida quanto. Muitas esposas, esposos, pais e filhos crentes não terão a oportunidade de testemunhar a conversão de seus queridos enquanto estiverem vivos, mas acabarão encontrando-os no céu. Agarre-se à promessa feita por Paulo ao carcereiro de Filipos:

"E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar? E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa" At 16:30-31

Procure conversar com ela e falar do evangelho de forma clara e simples. O evangelho é basicamente o que você encontra nos primeiros versículos de 1 Coríntios 15, que Cristo morreu e Cristo ressuscitou. Muito cuidado para não despejar em sua filha um caminhão de versículos que possam até ser bonitos e motivadores, mas que não dão qualquer pista do caminho da salvação.

Por exemplo, um versículo campeão até entre incrédulos é "O Senhor e o meu pastor, nada me faltará" (Sl 23:1). Bíblias abertas na sala de casas ou escritórios costumam estar na página deste Salmo, pois muitos enxergam isso como um "pé de coelho", tipo um amuleto para dar sorte. O que a maioria das pessoas vê no versículo é apenas a parte que diz "nada me faltará", pois é o que agrada ao ser humano.

Mas poucos pensam nas implicações de se afirmar "o Senhor é o meu Pastor", pois não sabem que para Cristo realmente ser o Pastor de alguém é preciso que essa pessoa seja ovelha dele, tenha se reconhecido pecadora e se prostrado por fé aos pés do Salvador, arrependida de seus pecados e confiando que o seu sangue derramado na cruz foi suficiente para limpá-la, e sua ressurreição a provisão de Deus para justificá-la.

Afirmar meramente "o Senhor é o meu Pastor", sem realmente crer nele, é colocar-se de modo informal e exterior sob o senhorio de Cristo, ou seja, adotar para si todas as responsabilidades que recaem sobre aqueles que não ignoram os desígnios de Deus. Sabe aquelas frases de filmes policiais, "tudo o que você disser poderá ser usado contra você"?. Pois é, tal pessoa, mesmo que não se converta de verdade, ao afirmar "o Senhor é o meu Pastor" estará se colocando sob a responsabilidade da passagem que diz:

"E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites; Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado.E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá" (Lc 12:47-48).

Outra página campeã das Bíblias abertas na sala é o Salmo 91: "Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará". O Salmo segue com diversas promessas para aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, como proteção dos inimigos, das doenças, do medo e terror, da morte, do mal, da praga, além da sensação de poder que transmite frases como "mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegarão a ti", ou "pisarás o leão e a cobra, calcarás aos pés o filho do leão e a serpente".

Ou seja, se a pessoa não entender com clareza que "Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo" é o próprio Senhor Jesus, o Único que tem direito a essa posição, e que é somente estando nele que alguém pode ter tais promessas, acabará lendo esse Salmo como se fosse um mantra ou uma fórmula mágica não muito diferente das usadas em feitiçarias.

É preciso lembrar que, em se tratando de promessas bíblicas, "todas quantas promessas há de Deus, são NELE (em Jesus) sim, e por ELE (por Jesus) o Amém, para glória de Deus" (2 Co 1:20). A menos que a pessoa esteja pela fé em Cristo, salva e perdoada por ele, não poderá contar com quaisquer promessas bíblicas, por mais bonitas e motivadoras que possam parecer.

Conheco filhos de pastores  que nao querem  nem ouvir falar de Jesus, mas não se deixe levar por aquilo que uma pessoa incrédula diz, porque obviamente nenhum de nós queria ouvir falar de Cristo antes de nossa conversão. Se parecíamos querer, isso nada mais era do que educação, curiosidade ou alguma influência religiosa que via a Jesus como mais um dentre os muitos "gurus", "santos" e "iluminados" da história, como era o meu caso antes de minha conversão.

Alguém sugeriu (dizem ter sido São Francisco de Assis): "Pregue o evangelho e, se precisar, use palavras". Com isto ele quis dizer que em alguns casos, e principalmente quando as palavras parecem não fazer mais efeito, o testemunho de uma vida cristã pode falar mais alto do que muito falatório. Isto é o que ensina Pedro em sua carta ao falar das mulheres crentes casadas com homens incrédulos, que obviamente não gostam muito de ouvir da Palavra de Deus:

"Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra; Considerando a vossa vida casta, em temor. (1 Pe 3:1-2)

Mas eu entendo que neste caso essa mulher provavelmente já tenha falado de Cristo para seu cônjuge, porém para evitar atritos acabe "pregando" depois com seu modo de proceder.

Lembre-se sempre de que o evangelho (as boas novas de que Cristo morreu para pagar nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação) "é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê" (Rm 1:16) e "a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar" (Rm 4:12-13).

Portanto, é importante que em algum momento a pessoa tenha escutado a Palavra, pois o poder não está em quem prega a Palavra, mas na própria Palavra. É um poder sobrenatural e colocado em ação numa alma por meio do Espírito Santo, como a espada que tudo penetra e deixa evidente cada detalhe das vísceras do pecador. Ao entrar em contato com a Palavra a consciência do pecador não fica imune a esse contato. Apesar de Deus ter entregue a seres humanos a tarefa de divulgar as boas novas, todo o processo de conversão vem de Deus, não do homem, para que toda a glória também seja dada a Ele.

Existem algumas dicas práticas para se levar alguém da família a ter contato com a Palavra de Deus. Uma é sutilmente introduzir alguns versículos evangelísticos na decoração de sua casa, colocar um calendário de versículos evangelísticos na parede da cozinha, "esquecer" algum folheto ou livro em algum lugar da casa (o banheiro é ótimo para isso) e sempre regar todas essas estratégias com muita oração.

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