domingo, 28 de outubro de 2012

Porque Deus permite enfermidades?


Deus trabalha de estranhas maneiras, não é mesmo? Primeiro Ele coloca você num beco sem saída, e esta é uma das maneiras de Ele agir. Sua enfermidade parece ter tirado você de circulação, considerando que sua vida era bem agitada com "baladas, noitadas, mulheres e bebedeiras".

Antes da nossa conversao adquirimos  certa curiosidade por assuntos espirituais , e certo de que quanto mais ficamos modernos e tecnologicos tambem ficamos mais insatisfeitos e percebemos a necessidade de nos  envolver com o mundo espiritual.

A doença  tambem nos faz questionar a razão da nossa existência, por isso muitos tem frequentado a igreja evangélica que, embora seja eleita por Deus tem decepcionado muitos com a obcessão dos pregadores por dinheiro, dízimos e ofertas. Quando não estao pedindo diretamente, estão ministrando passagens e mensagens que induzem as pessoas a contribuírem.

No capítulo 12 de Êxodo Deus avisa os israelitas que iria livrá-los das mãos de faraó, rei do Egito. Naquela noite Deus passaria sobre o Egito e todos os primogênitos de todas as famílias seriam mortos. Haveria luto em todas as casas, menos nas dos israelitas que matassem um cordeiro ou cabrito e passassem o sangue no batente da porta da casa. Quando Deus visse o sangue, passaria por cima daquela casa sem ferir seu primogênito. Aquele sangue significava que uma vítima inocente já tinha morrido no lugar do primogênito. Depois disso eles estariam livres para viajar para fora da terra da escravidão.

Mas se você ler o capítulo 14 de Êxodo, verá que Deus tirou os israelitas da escravidão do Egito apenas para colocá-los em um beco sem saída.

Êxo 14:1-2 Disse o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel que se voltem e se acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente dele assentareis o acampamento junto ao mar. 

Quando diz "voltem" quer dizer que eles já tinham passado pelo beco e estavam rumando a algum lugar que permitisse fugir de Faraó. Mas Deus os faz voltar para acamparem entre duas montanhas (Pi-Hairote e Migdol) e o mar vermelho. Agora só havia uma saída, mas por ela vinha o exército de faraó para matá-los.

Êxo 14:10 Quando Faraó se aproximava, os filhos de Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios marchavam atrás deles; pelo que tiveram muito medo os filhos de Israel e clamaram ao Senhor. 

Um beco sem saída mesmo, não? Creio que Deus fez isso porque era a única maneira de realmente salvá-los. É ali naquele beco que eles devem ficar quietos para poderem ver a mão de Deus agir. Não é muito diferente da situação em que Deus nos coloca, pois parece que com toda a agitação de sua vida você não teria parado para escutar o que Ele estava querendo lhe dizer.

Êxo 14:13-14 Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que ele hoje vos fará; porque aos egípcios que hoje vistes, nunca mais tornareis a ver; o Senhor pelejará por vós; e vós vos calareis. 

Como você deve saber, Deus realmente os livrou, abrindo o mar e permitindo que atravessassem antes que os exércitos de faraó perecessem sob as águas. Então, depois de salvos, eles se viram em um deserto. Ali, enquanto Moisés recebia de Deus a Lei sobre uma montanha que tremia e fumegava, o povo se dedicava a construir ídolos de ouro, mostrando que o homem é religioso por natureza, mas nem sempre do jeito que Deus quer.

Se voce tem ficado com a pulga atras da orelha com o  discurso de pastores ávidos por dinheiro. Você já deve ter percebido que nesse terreno das coisas espirituais existe uma competição acirrada. Quando o inimigo de nossas almas não consegue nos enganar com as baladas deste mundo, ele envia seus obreiros travestido de "ministros da justiça".

2 Co 11:13-15 Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras. 

Você só encontrará segurança, seja para escapar das artimanhas deste mundo, seja para não ser pego pelas artimanhas do mundo espiritual, se buscar a Jesus, e só a ele, como Salvador e Senhor de sua vida.

Rom 10:11 Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido. 

Você disse que já está meio desconfiado com os pastores que vivem pedindo dinheiro, e faz bem de desconfiar. Aliás, desconfie de todo homem, inclusive de mim, e coloque sua confiança apenas naquele que morreu por você numa cruz. Ninguém mais fez isso por você. Se você seguir um sistema religioso (como os Testemunhas de Jeová, que negam a divindade de Jesus), ou seguir pregadores (como os que pedem dinheiro), você corre o risco de ser enganado. Até mesmo se colocar sua confiança em mim e no que eu escrevo (pois posso enlouquecer ou me desviar dos caminhos do Senhor) você corre esse risco.

Portanto, concentre-se agora em sua necessidade de salvação, e ela só será possível se crer em Jesus como seu Salvador. Na cruz ele morreu para salvá-lo e essa salvação ele oferece de graça (inclusive sem o pagamento de dízimos, ofertas ou contribuições). A mensagem do evangelho é resumida assim:

1 Co 15:1-4 Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado, o qual também recebestes e no qual também permaneceis; pelo qual também sois salvos, se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão. Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras".

Isto é tudo o que você precisa saber para ser salvo. É claro que aos poucos irá querer conhecer mais, não de uma religião, mas da Pessoa bendita daquele que morreu por você, e para isso você tem sua Bíblia. Deus te abencoe.

domingo, 14 de outubro de 2012

Amor de Deus.

Certa manhã bem cedo estava lendo o capítulo 9 de 2 Samuel. Depois de lê-lo uma vez, pensei, "Que capítulo estranho, acerca de um jovem aleijado de ambos os pés". Li-o novamente, e ainda não podia ver nada nele. Depois de lê-lo pela terceira vez, meus olhos pararam nestas palavras: "Decerto usarei contigo de beneficência por amor de Jônatas, teu pai" (2 Sm 9:7). Um pensamento brilhou de repente em minha mente: "Ah! esta é uma figura da bondade de Deus, por meio de Jesus Cristo". 



À medida que o tempo vem passando , a beleza dessa passagem  tem aumentado cada vez mais em minha mente. Isto me encoraja a discorrer, em fé, sobre esta interessante porção da Palavra de Deus , confiando que Deus irá usá-la para bênção de muitas almas. Nesta figura da bondade de Deus, há dois personagens - Mefibosete, no caráter de filho da graça; e Ziba, como o homem de justiça-própria. A condição de Mefibosete ilustra de forma notável o estado em que se encontra o pecador quando é colocado diante de Deus.

O homem conclui que Deus é seu inimigo

Se você abrir no quarto versículo do quarto capítulo do mesmo livro, encontrará que ele era o filho de Jônatas, o filho de Saul, ambos já mortos nessa ocasião. Você verá que Mefibosete caiu e tornou-se aleijado, e que desde sua queda esteve escondido, aleijado de ambos os pés, em Lo-Debar que, em hebraico, significa um lugar "sem pasto". Por ser da casa de Saul, que era inimigo de Davi, Mefibosete concluiu que Davi, sem dúvida, seria seu inimigo escondendo-se, por isso, de sua presença.

Com que perfeição isto ilustra a condição do homem caído. Tão logo o pecado cegou a mente de Adão, nós já o encontramos escondendo-se da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim (Gn 3:8). E porventura não é exatamente esta a condição do homem até hoje? Ah, ele não conhece a Deus. Estando em inimizade contra Deus, o homem conclui que Deus é seu inimigo, e teme Sua presença. O pensamento de se entrar hoje na presença de Deus seria por demais aterrorizante. Acaso este pensamento o amedronta, meu leitor? Ah, é porque você não conhece a Deus. Talvez você possa dizer: "Eu pequei, e isto me faz ter medo de Deus". É verdade que você pecou; e eu também pequei; e todos pecaram. Mas se você soubesse o preço que Ele já pagou - se soubesse que Ele não poupou nem mesmo a Seu Filho querido - então você entenderia que Deus é o único a Quem você pode ir como um pecador - e ficar assegurado de que "o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 Jo 1:7).

Mas vamos seguir com nosso capítulo. "E disse Davi: Há ainda alguém que ficasse da casa de Saul, para que lhe faça bem por amor de Jônatas?" (2 Sm 9:1). Será que não é esta também a presente obra do Espírito de Deus? Demonstrando aos filhos e filhas caídos de Adão a bondade de Deus, não importa quão profundamente tenham caído; não importa que estejam aleijados, aleijados de ambos os pés, e verdadeiramente no lugar onde não encontram pasto? Ah, pobre pecador caído, onde quer que você esteja tentando se esconder de Deus, não há nada neste mundo de miséria e pecado que possa fazer você feliz. Ou você pensa que há? Por acaso você já não tomou posse das ilusões de Satanás, ou colocou sua confiança nas vãs promessas deste mundo, até que seu pobre coração ficasse despedaçado em amargo desapontamento, e tudo tenha se transformado em triste vaidade? Escute, então, pois vou falar-lhe dAquele que não irá desapontá-lo.

Ziba, o homem de justiça-própria, informou ao rei que Jônatas tinha ainda um filho, que era aleijado de ambos os pés, na casa de Maquir, filho de Amiel, em Lo-Debar. "Então mandou o rei Davi, e o tomou." (v.5) Este "tomou" é algo maravilhoso. Isto nos fala da graça que é inteiramente de Deus. O homem mostra sua bondade àqueles que, conforme pensa, a merecem. Ou então espera receber em troca algo digno de sua bondade. Não é assim com Deus. Mefibosete não fez coisa alguma para merecer a bondade. Ele não teve que fazer sua parte primeiro, como dizem alguns. Não! A graça foi buscá-lo em Lo-Debar, no próprio lugar onde estava. E acaso não veio o Filho de Deus encontrar os pecadores bem onde estes estavam? Ele veio para buscá-los, e os encontrou mortos em suas ofensas e pecados. E porventura Ele não ocupou o próprio lugar de juízo, e morreu, o Justo pelo injusto, para nos levar a Deus? Que caia eterna vergonha sobre cada fariseu orgulhoso que, depois de tudo isso, ainda venha a dizer: "O homem precisa fazer sua parte primeiro".

Uma figura do vacilante pecador

Mefibosete era aleijado demais para fazer sua parte primeiro. Ele tinha que ser levado. Ah! se não fosse por esta graça que leva, todos nós teríamos perecido em nossos miseráveis esforços para nos esconder de Deus. E então, quando Mefibosete foi levado "a Davi, se prostrou com o rosto por terra" (2 Sm 9:6). Que imagem de receio e temor. Sendo descendente de Saul, que caçava a vida de Davi, o que poderia Mefibosete esperar? Que no momento seguinte a voz de austera justiça exigisse sua vida. Aqui ele se prostra - uma figura do trêmulo pecador, colocado na presença de Deus, com o terrível fardo de culpa e pecado; ele não conhece a Deus - ele não sabe o que o espera.

Antes de ouvirmos as palavras de Davi, vamos voltar à aliança de amor, conforme é revelada em 1 Samuel 20:14-17. Jônatas, o pai daquele jovem caído aos pés de Davi, fala assim no versículo quatorze: "E, se eu então ainda viver, porventura não usarás comigo da beneficência do Senhor, para que não morra? Nem tão pouco cortarás da minha casa a tua beneficência eternamente... E Jônatas fez jurar a Davi de novo, porquanto o amava; porque o amava com todo o amor da sua alma".

Você já voltou a visitar o lugar onde passou sua infância, e aí viu pela primeira vez o filho de algum amigo já falecido? Então você poderá ter uma vaga idéia do que Davi sentiu quando olhou para Mefibosete, o filho de Jônatas, caído aos seus pés. Quem poderá descrever a terna doçura daquela voz que falou do mais profundo do seu coração: "Mefibosete!"? "Eis aqui teu servo", é a trêmula resposta. Quão pouco ele esperava a graça incondicional que estava a ponto de ser mostrada a ele. "Eis aqui teu servo", é o pensamento mais elevado que pode ter o homem caído. Ele tenta se oferecer como um servo para Deus, e espera ser salvo ao menos por seu serviço. Esta é a religião de cada coração humano que não conhece a Deus.

Não temas, porque decerto usarei contigo de beneficência

Mas escute agora as palavras de Davi. Como o pai, na parábola do filho pródigo, ele interrompe Mefibosete. "Não temas, porque decerto usarei contigo de beneficência por amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai, e tu de contínuo comerás pão à minha mesa." (v.7). Ah! Deus é assim - sem condições, sem barganha. Não é nada do tipo 'se você fizer isto', ou 'se você não fizer aquilo'. Oh, não; é tudo pura graça! A bondade de Deus! "Usarei de bondade para contigo" (Versão Almeida Atualizada), e isto inteiramente por causa de outra pessoa. "E tu de contínuo comerás pão à minha mesa." Acaso não foi assim na parábola em que Jesus revelou a desconhecida e ilimitada graça do coração do Pai? Houve alguma repreensão? Houve alguma condição? Não, ele se lançou ao pescoço do filho e o beijou (Lc 15). E porventura não é assim também a bondade de Deus? Estarei eu deturpando a verdade ou, como Cristo fez, estarei revelando o verdadeiro caráter de Deus? Será assim que Ele recebe o pecador perdido? Pergunto: serão também estas as palavras que Ele tem para o trêmulo e miserável pecador, que só merece a perdição do inferno? Poderá Deus, apontando para a cruz de Cristo, dizer: "Não temas, porque decerto usarei contigo de beneficência por amor de..." Jesus? Tudo isto é, também, sem uma única condição. É tudo pura graça, fluindo de Seu próprio coração transbordante de amor.

Oh, meu leitor, você conhece a Deus assim? "Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo Seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com Ele e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus." (Ef 2:4-7). Será que você pode dizer que é esta a sua porção? Os homens teriam enviado um livro de instruções ao jovem paralítico, para dizer-lhe como curar seus pés, como se apresentar melhor e fazer nem sei mais o quê. Mas não há nem uma só palavra assim aqui. Não, Mefibosete vem como está; nada mais é exigido. E como é que poderia ser, quando se tratava de Davi tratando em conformidade com aquilo que havia em seu coração? Mais do que todas as outras coisas, Satanás irá empenhar-se em esconder do pobre pecador esta bondade de Deus. É quando Deus é verdadeiramente conhecido, que se entende que não há necessidade de homem algum sobre a terra, ou santo no céu, para abrandar Seu coração para comigo. Ele já está cheio de indizível amor.

Estará você, querido leitor, sentindo o fardo do pecado? E será que você tem se encontrado perplexo com os grossos volumes de instruções escritos pelos homens dizendo como você deve se sentir, e como você deve agradar a Deus e fazer com que Ele o salve? Talvez um diga que guardando as ordenanças e os sacramentos que você poderá ter a esperança de ser salvo. Outro, com um efeito igualmente mortífero, é provável que diga que você deve passar por esta ou aquela experiência antes que Deus o receba. Isto é, eles de bom grado irão querer persuadi-lo de que você não está tão completamente caído; que você é apenas aleijado um pouco de um pé, e que você tem que tão somente fazer de Cristo uma muleta e, com Sua ajuda, você vai poder seguir em frente até que razoavelmente bem. Na verdade, o ponto onde querem chegar é que você pode, de alguma forma, merecer o céu.

Ponha sua confiança em Deus

Portanto se você estiver de tal modo desnorteado e perturbado, deixe-me rogar-lhe que dê ouvidos a Deus e abandone todos os meios de salvação indicados pelos homens. Ponha sua confiança em Deus; naquilo que foi revelado na cruz de Cristo. Será que ali - enquanto você O contempla em Seus sofrimentos por você e por seus pecados, fazendo, por amor, a expiação por causa desses mesmos pecados a fim de que você possa se ver livre - você poderá fazer algo mais além de odiar seus pecados, e arrepender-se deles, e odiar a si mesmo por havê-los cometido? Ah, não há nada como a contemplação da cruz de Cristo para produzir arrependimento em um pobre pecador.

Tão logo aquela torrente de graça incondicional foi derramada dentro do temeroso coração de Mefibosete, ele "se inclinou, e disse: Quem é teu servo, para tu teres olhado para um cão morto tal como eu?" (v.8). É assim que a bondade de Deus conduz ao arrependimento. O pecador é introduzido na presença de infinita graça, e também de infinita santidade. O verdadeiro caráter de Deus é revelado ao pecador em Cristo Jesus. Então ele escuta as mais doces palavras de divino amor: "Não temas, porque decerto usarei contigo de beneficência" (v.7). E o efeito disso é inclinar-se até o pó, sensibilizado por essa irresistível graça. É este o "arrependimento para a vida" (At 11.18).

Se não estou enganado, há muitos que entendem como arrependimento um tipo de reerguimento de si próprio; uma melhoria de si mesmo por meio da qual você consegue fazer com que Deus mude de idéia a seu respeito, como se Ele fosse nosso inimigo e necessitasse de nossas boas obras para ficar de bem conosco. Acaso foi necessário alguma mudança no pensamento de Davi? Não; seu coração estava cheio de amor. E para que seria necessário alguma mudança no pensamento de Deus? O que é a cruz de Cristo, além da expressão do amor de Deus para com os pecadores perdidos? Agora, querido leitor, se você conhecesse a bondade de Deus para com você, como foi demonstrada em Seu Filho Jesus Cristo e em Sua morte expiatória, isto produziria instantaneamente uma completa mudança de pensamento em você. E quanto mais você conhecesse a gratuidade desse precioso amor, mais você se humilharia, se inclinaria até o pó, diante de dEle. Aquilo que você talvez esteja tentando em vão produzir em si próprio, como algo preliminar à salvação, ou como algo para merecê-la, seria produzido no momento em que cresse no tremendo amor de Deus.

E note agora o contraste entre estes dois homens - Ziba, o servo, e Mefibosete, o filho - Davi chama a Ziba, e lhe dá mandamentos, os quais ele concorda guardar. "Conforme a tudo quanto meu senhor, o rei, manda a seu servo, assim fará teu servo." (v.11). A mesma coisa que Israel tão tolamente se comprometeu a fazer no Sinai - e a mesma coisa que milhares estão se comprometendo a fazer em nossos dias, os quais abandonaram o cristianismo, voltando a uma forma de judaísmo - sim, e temo que nove em cada dez que lêem esta página, pertençam à religião do servo, e não do filho.

Que contraste pode ser visto nas palavras de Davi dirigidas ao filho em pura graça. "Tudo... tenho dado." (v.9). "Mefibosete... de contínuo comerá pão à minha mesa." (v.10). "Mefibosete comerá à minha mesa como um dos filhos do rei." (v.11); "Morava pois Mefibosete em Jerusalém, porquanto de contínuo comia à mesa do rei, e era coxo de ambos os pés." (v.13). Nenhuma palavra de graça dirigida ao servo, e nenhum mandamento dirigido ao filho. Um mostra o serviço de uma servidão pela lei; o outro, a adoração da mais profunda afeição do coração.

Feliz é a sua porção, filho da graça! Deus deu a você vida eterna. Não mais um servo, mas um filho nobre, real, à mesa de seu Senhor. Nem sequer um sacramento para ajudar a salvá-lo, mas o sentar-se de contínuo à mesa de seu Senhor, partindo e comendo daquele pão, e bebendo daquele cálice, que o faz recordar do corpo ferido e do sangue derramado de Cristo, pelo que você é salvo. Sim, Deus lhe deu o Pão da Vida, do qual você deverá sempre se nutrir. Você é um filho; seu lugar nunca pode ser o de um servo. "Mas, a todos quantos O receberam [receberam a Cristo], deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no Seu nome." "E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo." (Jo 1:12; Rm 8:17).

De quão imensa importância é compreender este extraordinário parentesco. Certamente você deve ver que existe uma grande diferença entre o relacionamento de um servo e o de um filho. Um servo não permanece assim para sempre, mas o filho será sempre filho. Dessa forma a graça foi o que tirou Mefibosete de seu lugar de temor e inimizade, dando-lhe, de uma só vez, todos os privilégios de filiação, sem uma única condição. Vimos o efeito disso nele, demonstrado numa total rendição do seu eu, e encontraremos seu coração apegando-se a Davi para sempre.

A fria incredulidade diria: "Sim, é verdade, ele era um pobre e coitado aleijado antes de ser levado a Davi e tornado um filho do Rei. Mas certamente ele nunca poderia desfrutar do privilégio de sentar-se à mesa real, e continuar a ser um pobre e coitado aleijado". Este argumento existe porque não são poucos os que admitem que é a graça que leva um pobre pecador, perdido e aleijado, a Cristo, mas que no entanto imaginam que, depois de levado a Cristo, a continuidade desta condição e a salvação final dependem, de algum modo, de seu próprio andar e de sua obediência. Este é um dos mais terríveis e desnorteantes enganos. Se fosse verdade (ai de nós!), quem poderia ser salvo? Todo crente que conhece seu próprio coração responderá: "Eu é que não!" Se minha salvação final dependesse de mim por apenas uma hora, eu não ousaria ter sequer esperança de ser salvo. Você ousaria? Porém, o que vemos nesta figura divinamente inspirada da bondade de Deus? "De contínuo comia à mesa do rei, e era coxo de ambos os pés." (v.13). Preciosa graça!

A graça me buscou, achou, e quis salvar;
Me guarda, levará, e manterá no Lar.

O crente fica, com freqüência, demasiadamente espantado quando descobre que, apesar de toda a força própria que pensa possuir para manter-se firme na hora da tribulação, é tão fraco agora como antes. E basta que ele, por um momento, esqueça a posição que em graça tem como filho, e comece a tentar andar como servo, para acabar ocupado com seus pobres pés aleijados. Ao descobrir que, como um servo debaixo da lei, não pode agradar a Deus, ele acaba se desiludindo e desistindo de tudo. Querido leitor, talvez você tenha insistido neste caminho a duras penas. Talvez você tenha olhado para o seu pobre andar aleijado até haver chegado a dizer em seu coração: "Na certa eu não posso ser mesmo um filho de Deus!" Ah, você nunca poderá achar descanso olhando para seus pés aleijados. Coloque-os debaixo da mesa, e olhe para aquilo que Deus, em Sua infinita graça, tem colocado sobre a mesa. Ele coloca diante de nós a recordação de Cristo. Tudo o que somos em nosso pobre, desventurado e aleijado ser, foi julgado e posto de lado pela cruz. E Deus considera nosso velho ser morto e sepultado fora do alcance de Sua vista. Ele nos vê agora ressuscitados com Cristo; sim, nEle próprio, sentados nos lugares celestiais.

Oh, sim, é bem verdade que o crente continua, em si mesmo, tão aleijado depois de sua conversão quanto ele era antes. No entanto ele tem uma nova vida - tem agora uma nova natureza, a qual não tinha antes; e tem o Espírito Santo habitando em si. Mas ainda sua velha natureza, chamada carne, continua sendo o que sempre foi. O que deve fazer então? Não ter absolutamente nenhuma confiança na carne; mas reconhecer a graça que o fez ser de Cristo, e que o manterá sendo dEle para sempre. Coloquemos, portanto, nossos pés debaixo da mesa, e alegremo-nos com as riquezas da divina graça que estão dispostas diante de nós. É quando chegamos no final de toda a esperança em nós mesmos, e quando reconhecemos a completa ruína do velho homem, que passamos a uma tranquila dependência em Cristo, em comunhão de Quem encontramos o poder para uma vida santa. Porém a carne, em sua justiça-própria, vai dar um bocado de trabalho antes de se deixar considerar morta (Rm 7).

A bondade de Deus para com um mundo culpado

O assunto do capítulo seguinte (2 Sm 10), é a bondade sendo demonstrada e sendo rejeitada, com o conseqüente juízo que se segue. Trata-se do grande pecado que é digno de condenação. A bondade de Deus para com um mundo culpado tem sido demonstrada. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo 3:16). Que bondade! Mas ouça estas solenes palavras: "Quem não crê já está condenado". (Jo 3:18). Se você que lê estas linhas for alguém que rejeita a bondade de Deus demonstrada na dádiva de Seu filho, pense bem; oh, pense bem em sua condenação eterna!

Gostaria de prosseguir rapidamente com a história desses dois homens - tipos, como foram, de todos aqueles que, nos dias de hoje, ou encontram a graça e a salvação em Deus, ou estão tentando ser salvos pela guarda de Seus mandamentos.

No capítulo 15 temos registrada a rebelião de Absalão. Davi, o verdadeiro rei, é rejeitado; e quando abandona Jerusalém, é notável observarmos que ele atravessa o mesmo riacho que o rejeitado Jesus cruzou anos depois. "E toda a terra chorava a grandes vozes, passando todo o povo: também o rei passou o ribeiro de Cedrom." (2 Sm 15:23). Quando Jesus passou por aquele ribeiro na noite de Sua rejeição, os poucos que passaram com Ele não puderam vigiar nem uma hora. E no versículo 30, "subiu Davi pela subida das Oliveiras, subindo e chorando". Foi a esse monte que Jesus levou Seus discípulos, quando, havendo sido rejeitado por aqueles por quem viera e tendo morrido, havendo Deus O ressuscitado dentre os mortos, subiu ao céu - rejeitado pelo mundo, mas recebido em glória nas alturas.

É aqui, quando Davi é assim rejeitado, e após haver passado pelo Monte das Oliveiras, que encontramos exposto o caráter de Ziba, o servo (Leia o capítulo 2 Sam 14:1-4. A primeira coisa que vemos é uma grande exibição de serviço ao seu rei - jumentos carregados de pão, frutas e vinho. "Que pretendes com isto?", pergunta o rei. Onde está Mefibosete? Ziba diz ao rei que Mefibosete ficou em Jerusalém para tentar tomar posse do reino. Realmente, aquilo tudo dava uma aparência de que Ziba, o homem de justiça-própria, tinha a melhor religião. Sim, e é isto o que sempre tem parecido ser à vista. Mas Deus conhece os segredos de todos os corações. Para todas as aparências exteriores parecia existir um grande zelo e devoção em Ziba; e ele tinha uma boa oratória. Mas, por dentro, tudo não passava de hipocrisia.

Por fim chega o dia da volta de Davi, o rejeitado (capítulo 19.24-30), e Mefibosete sai para encontrá-lo. Sim, e o dia da volta do Senhor Jesus, o rejeitado logo chegará; e todo o que é filho da graça, esteja ele dormindo no pó, ou vivo quando Ele vier, sairá para encontrá-Lo nos ares (1 Ts 4:15-18).

Mas a vossa tristeza se converterá em alegria

E agora, o verdadeiro caráter de ambos é revelado. Mefibosete "não tinha lavado os pés, nem tinha feito a barba, nem tinha lavado os seus vestidos desde o dia em que o rei tinha saído até ao dia em que voltou em paz" (v.24). A bondade de Davi havia conquistado seu coração. Aquele coração pulsava de afeição para com o rei rejeitado; e sua afeição era por demais profunda para permitir que ele ocupasse na terra qualquer outro lugar que não fosse o de um triste enlutado, esperando pela volta daquele a quem amava. E porventura não foi com isto que Jesus contava na noite de Sua rejeição? "Um pouco, e não Me vereis, e outra vez um pouco, e ver-Me-eis. Na verdade, na verdade vos digo que vós chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará, e vós estareis tristes; mas a vossa tristeza se converterá em alegria." (Jo 16.20). Oh, quão pouco temos correspondido ao coração de nosso rejeitado Senhor! A nada posso culpar, senão ao meu próprio esquecimento de Cristo, se me coloco em qualquer outro lugar que não seja aquele em que Mefibosete se colocou - o lugar de um triste enlutado, esperando pela volta dAquele a Quem amo.

Mas o que dizer das frutas, do pão e do vinho? "Por que não foste comigo, Mefibosete?" E agora a verdade é tornada manifesta. Foi ele quem havia providenciado os jumentos carregados de frutas. Porém, por Mefibosete ser aleijado, Ziba adiantou-se a montar o jumento, tomando, assim, e com hipocrisia, o lugar de Mefibosete. E note agora o profundo efeito da graça. Mefibosete diz: "Faze pois o que parecer bem aos teus olhos. Porque toda a casa de meu pai não era senão de homens dignos de morte diante do rei meu senhor; e contudo puseste a teu servo entre os que comem à tua mesa" (vs.27-28). Quão doce é a confiança que a graça dá! Acaso você, leitor, tem a firme confiança de que Deus deu a você, em pura graça, um lugar em Sua própria mesa? Se assim for, como você poderia deixar de almejar, com puro gozo, pela vinda de Jesus?

"E disse-lhe o rei: Por que ainda falas mais de teus negócios? já disse eu: Tu e Ziba reparti as terras." (v.29). É maravilhosa a resposta de Mefibosete: "Tome ele também tudo: pois já veio o rei meu senhor em paz à sua casa" (v.30). Não era a terra que ele queria; não, seu maior desejo havia sido realizado. Era a pessoa daquele que lhe havia demonstrado tamanha bondade.

E acaso não é assim que sucede, onde quer que a graça tenha verdadeiramente conquistado o coração a Cristo? O desejo não permanece nas coisas da Terra. "E, na verdade", diz o apóstolo, "tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor" (Fp 3:8). Oh, que possamos ser mais como Mefibosete - mais como os santos em Tessalônica - esperando pelo Filho de Deus vindo do céu. Mefibosete havia recebido a bondade de Davi com a mais completa confiança; a despeito de sua condição de aleijado, ele nunca duvidara da realidade do amor de Davi, mas havia aguardado pacientemente por seu retorno, suportando cada afronta, até que chegasse o tempo. Os tessalonicenses também haviam recebido as boas novas da graça de Deus em poder e no Espírito Santo, e em muita confiança - e por isso suportavam com paciência, e mesmo com gozo, todo insulto e aflição proveniente das mãos de seus inimigos. E qual era o secreto poder disso? Eles esperavam por Jesus vindo do céu. Os verdadeiros filhos de Deus sempre foram odiados e caluniados.

Mas que dia esse que vai chegar! Quem poderá dizer quão cedo chegará Aquele a Quem esperamos? Suas derradeiras palavras foram: "Certamente cedo venho". "Amém. Ora vem, Senhor Jesus." (Ap 22:20). Davi voltou; acaso não voltaria o Senhor de Davi? Sim, nossos olhos irão vê-Lo em breve. Oh, bendita e brilhante esperança! Não esperamos pelo Milênio. Não esperamos pelo cumprimento das profecias. Todas estas coisas são benditas em seu próprio lugar - mas é o próprio Jesus que o crente, que foi lavado em Seu salgue, almeja ver.

Esta belíssima ilustração se estende ainda mais no capítulo 21 - o dia do julgamento da casa de Saul. "Porém o rei poupou a Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, por causa do juramento do Senhor, que entre eles houvera, entre Davi e Jônatas, filho de Saul." (v.7). Isto encerra a história deste filho da graça. E então - depois que Jesus tiver retornado e Seu reino tiver sido estabelecido; depois que a Igreja de Deus já estiver há muito desfrutando da glória celestial de Cristo, e Israel tiver desfrutado da glória do reino sobre a Terra; sim, mesmo depois que o grande trono branco tiver sido estabelecido, diante do qual os filhos caídos de Adão tiverem que permanecer - nenhum dos que foram contados na família da graça, nos conselhos da eternidade, nenhum, nem mesmo um único, se perderá.

Mas onde estarão, naquele dia, os indiferentes pecadores, e aqueles que tentam fazer algo pela sua própria salvação? Mostre-me algum homem que professe ser um guardador da lei, e que não seja um transgressor da lei. Porventura, prezado leitor, poderia algum de nós permanecer diante daquele trono apoiado em nossas próprias obras? Impossível. Com certeza, o homem que pretende parecer melhor que seu vizinho deve ser um hipócrita, pois Deus diz: "Não há diferença" - "todos pecaram" (Rm 3:22-23). Não, não! não é pelas obras que qualquer pecador pode ser salvo. Se você puder encontrar um homem que não seja pecador, bem, deixe que ele tente. Porém um pecador necessita de perdão. "E sem derramamento de sangue não há remissão." (Hb 9:22). Bendito Jesus, Tu suportaste a ira, a maldição, o juízo, pelos pecados do Teu povo; e agora a bondade, que flui sem impedimento algum, e a paz eterna, formam a porção de cada alma que repousa em Ti. Olhe para a cruz, querido leitor, e ouça. Acaso Deus não está lhe dizendo algo ali? "Decerto usarei contigo de beneficência."

O fruto de uma fé salvadora

Mas será que em troca disso não haverá obras? Oh, sim, haverá um serviço verdadeiro, profundo, de coração - que é o fruto de uma fé salvadora. Quantas são as obras que parecem boas diante dos homens e são, na realidade, nada aos olhos de Deus! Os homens se sobrecarregam com pesados fardos de obras de justiça-própria; e, no entanto, que mais são essas mesmas obras além da mera rejeição da imerecida bondade de Deus?

Quanto mais profunda for sua certeza da imutável bondade de Deus demonstrada a você, um indigno pecador, mais profunda será sua aversão ao pecado, e mais completo o seu gozo em um serviço devotado de todo o coração a Cristo; e mais ansiosamente, embora pacientemente, você irá aguardar por Sua volta vindo do céu.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A adoracao Crista e em " Espirito e Verdade ".


Esta mudança na forma de se aproximar de Deus em adoração foi primeiramente anunciada pelo Senhor Jesus à mulher samaritana à beira do poço de Sicar. Ele indicou a ela que cessaria aquela ordem terrenal de adoração. "Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai" (João 4:21). Aquele "monte" (Gerizim) era o lugar onde os samaritanos adoravam, e"Jerusalém" era o lugar onde Israel adorava a Jeová.


Mas agora tudo aquilo daria lugar a uma forma totalmente nova de adoração e de se achegar a Deus. (Em outras passagens aprendemos que, após a igreja ser chamada para habitar no céu na vinda do Senhor -- no Arrebatamento --, o judaísmo voltará a ser praticado na terra por Israel e pelos gentios convertidos, pois é esta a maneira adequada para o povo terrenal adorar a Deus. Veja Ezequiel 40-48. Isto mostra que o judaísmo não é ruim, mas que apenas foi colocado de lado temporariamente enquanto Deus chama para si um grupo celestial -- a igreja).

O Senhor também disse à mulher samaritana que outra mudança iria ocorrer. Enquanto Israel adorava a Jeová, os cristãos agora adorariam "o Pai". Trava-se de algo novo e de uma revelação claramente cristã, pois aproximar-se de Deus como Pai era algo desconhecido no Antigo Testamento.

Além disso, o Senhor também mostrou à mulher que haveria uma mudança no caráter da adoração. Ele disse: "Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade". (João 4:23-24). A adoração "em espírito e em verdade" é uma adoração espiritual que está em conformidade com a revelação cristã da verdade. Uma adoração assim não era a característica da adoração de Israel, pois o Senhor indicou claramente que se tratava de algo que estava para começar; não era algo praticado por Israel naquela ocasião. A adoração que Israel prestava a Jeová era por meio de ritual e cerimônia. O povo tinha uma religião que havia sido designada -- como se isso fosse possível -- a induzir o homem na carne a adorar a Deus. Precisava ser assim, pois o homem naquele tempo ainda estava sendo provado (de Adão até a cruz de Cristo são 40 séculos -- 40 é o número que nos fala de prova). Por esta razão praticamente todos os meios externos eram empregados em nome da religião para se atingir tal fim.

Mas os cristãos não precisam de uma religião ritualística e cerimonial para adorar a Deus como era o caso de Israel, pois agora temos acesso pelo Espírito à própria presença de Deus (Ef 2:18; 3:12; Hb 10:19-22). No cristianismo a adoração é auxiliada pelo fato de o Espírito Santo habitar no crente, e não pelos esforços de mãos humanas (Fp 3:3; At 17:24-25). Israel não possuía tal privilégio. A adoração cristã é o "novo e vivo caminho" (Hb 10:20). Ele é"novo" porque não é uma reciclagem do judaísmo, e é "vivo" porque é necessário que o adorador possua uma nova vida (que seja nascido de novo) para se aproximar de Deus desta maneira celestial.

Um desafio ao fundamento biblico do Cristianismo denominacional.



1) Que autoridade nos dá a Palavra de Deus para estabelecermos igrejas denominacionais ou não denominacionais em meio ao testemunho cristão, quando as Escrituras condenam a criação de seitas e divisões entre os crentes? (1 Co 1:10; 3:3; 11:18-19)
2) Com que autoridade vinda de Deus os cristãos denominam suas assim chamadas "igrejas" como Presbiteriana, Batista, Pentecostal, Aliança, Cristã Reformada, Anglicana etc., quando não há na Bíblia instruções para nos reunirmos em qualquer outro nome além do nome do Senhor Jesus Cristo? (Mt 18:20; 1 Co 5:4)

3) Com que autoridade os cristãos denominam seus grupos eclesiásticos em honra de proeminentes e dotados servos do Senhor, como Luterana (Martinho Lutero), Menonita (Menno Simons), Metodista-Wesleyana (John Wesley) etc., quando as Escrituras denunciam a formação de grupos de cristãos em torno de um líder na igreja? (1 Co 1:12-13; 3:3-9)

4) Que autoridade os homens receberam de Deus para estabelecerem essas igrejas segundo distinções nacionais, como "Igreja da Inglaterra", "Irmãos Menonitas Chineses", "Igreja Ortodoxa Grega", "Batista Filipina", "Igreja de Deus Alemã" etc., quando as Escrituras nos dizem que não existem distinções nacionais ou sociais na igreja de Deus? (Cl 3:11)

5) Que autoridade têm os cristãos para ornamentarem seus lugares de adoração à semelhança do tabernáculo e do templo da ordem judaica do Antigo Testamento? Muitas desses edifícios, chamados de "igrejas", são ornamentados com ouro e outros materiais preciosos. Muitos desses edifícios, chamados "igrejas", têm um altar. Outros têm partes do prédio destacadas como sendo mais sagradas do que outras. Que autoridade têm os cristãos para emprestarem coisas assim do judaísmo, quando a Bíblia indica que o cristianismo não é uma extensão da ordem judaica, mas possui um caráter totalmente novo de aproximar-se de Deus? (Hb 10:19-20; 13:13; Jo 4:23-24)

6) Acaso existe qualquer fundamento na Palavra de Deus para a existência de campanários, cruzes e outras coisas que são construídas nessas assim chamadas "igrejas"?

7) Será que existe qualquer base na Palavra de Deus para chamar esses edifícios de "igrejas"? A definição bíblica de "igreja" é de uma reunião de crentes que, pelo evangelho, foram chamados para fora, tanto dentre os judeus como dentre os gentios, e são unidos em um único corpo a Cristo, sua Cabeça no céu, pela habitação do Espírito Santo. (At 11:22; 15:14; 20:28; Rm 16:5; 1 Co 1:2; Ef 5:25)

8) Que autoridade as Escrituras dão para se colocar um homem na igreja (chamado de Ministro ou Pastor) para "conduzir" a adoração? As Escrituras ensinam que o Espírito de Deus foi enviado ao mundo para guiar a adoração cristã (Fp 3:3; Jo 4:24; 16:13-15). A Bíblia indica que é o Senhor, por intermédio do Espírito, quem preside na assembleia dos santos e dirige os procedimentos do modo como Lhe apraz. (1 Co 12:11; Fp 3:3)

9) Com que autoridade das Escrituras os cultos de adoração nessas igrejas são organizados com antecedência? Em algumas se costuma distribuir um programa descrevendo a ordem como se dará a adoração naquele dia em particular.

10) Com que autoridade das Escrituras esses cultos nas igrejas são chamados de "adoração", quando eles geralmente constituem de apresentações musicais e de um homem ministrando um sermão?

11) Que autoridade o Novo Testamento dá para se utilizarem instrumentos musicais na adoração cristã? A adoração cristã é aquela produzida no coração pelo Espírito de Deus, e não por meios mecânicos através de mãos humanas. (At 17:24-25)

12) Com que autoridade das Escrituras são repetidas orações escritas previamente e impressas em livros de oração durante as reuniões da igreja? A Bíblia diz que não deveríamos usar de vãs repetições em nossas orações, mas que estas deveriam ser nossas próprias palavras saídas do coração. (Mt 6:6-8; Tg 5:16; Sl 62:8)

13) Que autoridade há para se ensaiar os Salmos nos chamados "cultos de adoração", quando os Salmos expressam os sentimentos de pessoas que nãoestavam sobre um fundamento cristão e nem conheciam os privilégios cristãos?

14) Por que a maioria das igrejas celebra a ceia do Senhor uma vez por mês ou a cada 3 meses, quando o costume da igreja nas Escrituras, inicialmente estabelecido pelo ministério de Paulo, era de se partir o pão a cada dia do Senhor? (At 20:7)

15) Que autoridade há nas Escrituras do Novo Testamento para se designar um coro de cantores treinados para ajudar na adoração cristã?

16) Que autoridade há nas Escrituras para o uso de vestimentas especiais durante os cultos de adoração cristã? Os corais costumam estar vestidos assim e dependendo do lugar o Ministro também usa uma vestimenta característica.

17) Que autoridade têm essas igrejas para permitir que mulheres preguem e ensinem publicamente, quando a Bíblia diz que o papel das irmãs não é uma atuação pública na igreja, seja na administração, seja no ensino e pregação? As Escrituras dizem que elas devem permanecer em silêncio na assembleia. (1 Co 14:34-38; 1 Tm 2:11-12)

18) Que autoridade há para as mulheres dessas igrejas orarem e profetizarem (ministrarem a Palavra) com suas cabeças descobertas, quando a Palavra de Deus diz que deveriam cobrir a cabeça? (1 Co 11:1-16)

19) Que autoridade as Escrituras dão para permitir que apenas certas pessoas (como o Pastor ou Ministro) se ocupem do ministério da Palavra de Deus? Por que não há liberdade nessas igrejas para todos os que forem capacitados ministrarem guiados pelo Espírito? A Bíblia ensina que quando os cristãos se reúnem em assembleia, todos (os varões) devem ter liberdade para ministrar conforme o Senhor guiá-los por intermédio do Espírito. (1 Co 12:6, 11; 14:24, 26, 31)

20) Que autoridade as Escrituras dão para apoiar a ideia de que uma pessoa precisa ser ordenada para estar no ministério? Não existe na Bíblia um pastor, mestre, evangelista, profeta ou sacerdote que tenha sido ordenado para pregar ou ensinar! As Escrituras ensinam que o simples fato de uma pessoa possuir um dom espiritual é sua garantia para usá-lo! (1 Pd 4:10-11)

21) Que autoridade as Escrituras dão para fundamentar a ideia de que existem hoje no mundo homens que teriam poder para ordenar outros? Onde eles conseguiram tal poder?

22) Acaso existe qualquer autoridade para dar a pessoas títulos de "Pastor" (por exemplo, "Pastor João"), quando nas escrituras esse dom nunca foi atribuído a alguém como um título?

23) Onde nas Escrituras existe autoridade para se fazer de um homem um Pastor de uma igreja local quando as Escrituras nunca falam do dom de pastor como um ofício local? (Ef 4:11)

24) Com que autoridade das Escrituras os assim chamados Ministros se denominam a si mesmos "Reverendo", quando a Bíblia diz que "Reverendo" é o nome do Senhor? (Sl 111:9 - versão inglesa) Alguns clérigos adotam o nome "Padre" ("Pai"), apesar de as Escrituras deixarem claro que não deveríamos chamar ninguém de "Pai"! Outros adotam o título de "Doutor" (que significa'mestre' ou 'instrutor' em latim) quando as Escrituras também dizem para não procedermos assim. (Mt 23:8-10)

25) Seria a escolha de seu "Pastor" ou "Ministro" por uma igreja uma prática com base nas Escrituras? O procedimento usual é que o candidato a "Pastor" seja convidado por uma igreja para ter a oportunidade de provar que é qualificado para o posto ministrando alguns sermões. Se a sua pregação for aceitável, então a igreja (geralmente através de um corpo de diáconos) irá elegê-lo para ser seu "Pastor" local. Estaria este procedimento de acordo com a Palavra de Deus?

26) Onde nas Escrituras há autoridade para essas igrejas escolherem seus anciãos? Não existe na Bíblia uma única igreja que tenha escolhido seus anciãos.

27) Com que autoridade das Escrituras as igrejas tornam alguns dias "santos" e observam festas cristãs como Sexta Feira Santa, Dia de Todos os Santos, Quaresma, Natal etc.? As Escrituras dizem que o cristianismo não tem nada a ver com épocas e dias especiais. (Gl 4:10; Cl 2:16)

28) Que autoridade das Escrituras têm aqueles que ministram nos púlpitos dessas igrejas para ensinar doutrinas erradas como Teologia do Pacto, Amilenialismo, Segurança Condicional, Purgatório, Absolvição, Guarda da Lei etc.?

29) Acaso existe autoridade das Escrituras para se promover reuniões de "Testemunho", onde um homem se levanta e diz para a audiência como ele foi salvo, geralmente descrevendo sua vida passada de pecados?

30) Que autoridade há no Novo Testamento para se recolher dízimo (10% de nossa receita) da audiência, quando o dízimo é claramente uma lei Mosaica dada para Israel? (Lv 27:32, 34; Nm 18:21-24)

31) Onde há nas Escrituras base para campanhas para se levantar fundos e pedir doações de audiências mistas de salvos e perdidos nessas igrejas? A Bíblia indica que os servos do Senhor não tomavam "coisa alguma" das pessoas deste mundo que não eram salvas, quando pregavam o evangelho a elas. (3 Jo 7)

32) Seriam os seminários e escolas bíblicas o modo de Deus preparar um servo para o ministério? Conceder e receber diplomas e títulos (como Doutor em Divindade) seria uma prática fundamentada nas Escrituras? A Bíblia diz que não devemos dar títulos honoríficos uns aos outros. (Jó 32:21-22; Mt 23:7-12)

33) Será que existe qualquer fundamento na Palavra de Deus para essas igrejas enviarem Ministros e Pastores para um determinado lugar para executarem uma obra para o Senhor? Costumamos ouvir comentários como, "o Pastor fulano foi enviado por tal organização". As Escrituras mostram que Cristo, a Cabeça da igreja e Senhor da seara, é quem envia os Seus servos para a obra que preparou para eles, por meio da direção do Espírito, e que a igreja deve tão somente reconhecer isso estendendo ao servo a destra à comunhão. (Mt 9:38; At 13:1-4; Gl 2:7-9).

34) Onde nas Escrituras vemos a ideia da igreja ser uma organização que ensina? Costumamos ouvir pessoas dizendo, "Nossa igreja ensina que..." Na Bíblia não vemos a igreja ensinando, mas sendo ensinada por indivíduos que são levantados pelo Senhor. (At 11:26; Rm 12:7; Ap 2:7, 11, 17, 29; 3:6, 13, 22; 1 Ts 5:27).

"Nao devemos julgar outros cristaos?"


Às vezes as pessoas dirão: "Eu não me separaria de minha igreja mesmo que visse algumas coisas que não estão corretas, pois se me separasse estaria julgando os que praticam essas coisas, e a Bíblia diz que não devemos julgar uns aos outros".


Percebo que, para alguns, meus  comentários parecem estar carregados com um espírito de farisaísmo, como se estivesse julgando outros cristãos. De boa consciência diante de Deus, creio que não estou  julgando os motivos dos outros, pois somente Deus é o Juiz dos motivos (Mt 7:1; 1 Sm 2:3; 1 Co 4:4-5), mas somos instruídos pelas Escrituras a julgar as doutrinas de uma pessoa (1 Co 10:15; 14:29), suas ações (1 Co 5:12-13), e seus frutos (Mt 7:15-20).

Com a ajuda do Senhor, vou  demonstrar a partir das Escrituras que a atual ordem de coisas praticadas em todos os lugares da cristandade, para a adoração e o ministério da Palavra, não está de acordo com a Palavra de Deus, e que ela (a Palavra de Deus) julga essa ordem de coisas e a considera errada. Como cristãos, somos exortados a exercer juízo sobre aquilo que a Palavra de Deus exerce juízo. O princípio é claramente apresentado em Apocalipse 18:20: "Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos e apóstolos e profetas; porque já Deus julgou o vosso juízo quanto a ela" (Versão J. N. Darby). Depois que os verdadeiros crentes são tirados dessa cristandade no Arrebatamento, toda a ordem humana de coisas nela culminará na falsa igreja do livro de Apocalipse (apresentada como"Mistério, a grande Babilônia"). Deus executará o Seu julgamento sobre ela -- Ele utilizará a Besta para fazê-lo, e ela terminará para sempre (Ap 17:16).

Quando isso acontecer, o céu todo se regozijará em uma celebração, e aos santos de Deus será dito: "Deus julgou o vosso juízo quanto a ela" (Ap 18:20 - Versão J. N. Darby). Isto demonstra que antes daquele tempo, os crentes sensatos já fizeram o seu juízo dela. Naquele dia vindouro Deus fará com que o julgamento que eles fizeram seja publicamente reconhecido, ao executar o Seu julgamento sobre ela. Isto mostra claramente que os cristãos devem julgar aquilo que não é bíblico na cristandade e separar-se disso.

O Antigo Testamento traz uma figura que ilustra este ponto. Jeroboão introduziu em Israel um novo sistema de adoração que não passava de uma invenção sua. Ele não tinha qualquer autorização de Deus para fazê-lo. Todavia, ele criou dois novos centros de adoração em Israel, um em Betel e outro em Dã. Ele também estabeleceu uma nova ordem sacerdotal nesses lugares, a qual era "como" a ordem instituída por Deus em Jerusalém. Ele fez tudo isso para dar ao povo a sensação de que essa nova ordem de coisas vinha de Deus, pois era parecida com a ordem instituída por Deus em Jerusalém. Mas com isso ele levou Israel a pecar, ao encorajar o povo a adorar ali (1 Reis 12:28-33). Nem precisaria ser mencionado que isso desagradou ao Senhor.

Não muito tempo depois, o Senhor enviou um profeta a Betel para clamar contra o altar que Jeroboão havia construído ali. O profeta "clamou contra o altar por ordem do Senhor, e disse: Altar, altar! Assim diz o Senhor... E deu, naquele mesmo dia, um sinal, dizendo: Este é o sinal de que o Senhor falou: Eis que o altar se fenderá, e a cinza, que nele está, se derramará" (1 Reis 13:1-3). Repare com atenção: o profeta clamou contra o altar, não contra as pessoas que adoravam ali! O altar, com seu bezerro, era o ponto focal da adoração em Betel, representada por todo um sistema de coisas que Jeroboão havia estabelecido. Isso ilustra nosso ponto. Não julgamos ou clamamos contra nossos irmãos que estão misturados com a confusão existente na casa de Deus, mas contra o sistema, pois ele não é de Deus.

A mensagem do profeta deixou Jeroboão muito aborrecido, e ele estendeu sua mão contra o profeta, mas ao fazê-lo, sua mão secou-se. Mesmo assim, o profeta rogou pela recuperação da mão de Jeroboão. Isto prova que o profeta não tinha intenção de atacar Jeroboão ou o povo, mas desejava apenas o bem e a bênção deles. Do mesmo modo, quando o assunto da separação da confusão na casa de Deus é mencionado, muitos cristãos que desejam seguir adiante com esse sistema de coisas sentem-se pessoalmente ofendidos, como ocorreu com Jeroboão. Todavia, não é nossa intenção atacar quem quer que seja, mas sim revelar a verdade de Deus em amor (Ef 4:15). Jamais deveríamos fazer ofensas pessoais, mas quando a verdade atinge alguém que não a deseja, essa pessoa poderá sentir-se ofendida pela verdade (Mt 15:12; Gl 4:16). Se for este o caso, devemos deixar que o Senhor trate com ela.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Como os Salmos se aplicam ao Cristao?


Os Salmos são uma excelente fonte de inspiração para qualquer cristão, e fazemos bem quando os lemos. Porém é preciso entender que eles têm dois aspectos importantes: Primeiro, que foram escritos para Israel, ou seja, em uma ordem de coisas totalmente diferente daquelas que são para a Igreja, e segundo, que em grande parte eles falam dos sentimentos de Cristo.


Por isso você encontra nos Salmos coisas como o salmista pedindo a Deus o sofrimento, morte e destruição de seus inimigos, coisa que um cristão jamais pediria. Sendo cristão, você não seria capaz de fazer a oração do salmista abaixo:

Slm 71:13 Sejam confundidos e consumidos os que são adversários da minha alma; cubram-se de opróbrio e de confusão aqueles que procuram o meu mal.

Slm 143:12 E por tua misericórdia desarraiga os meus inimigos, e destrói a todos os que angustiam a minha alma; pois sou teu servo.

Slm 139:22 Odeio-os com ódio perfeito; tenho-os por inimigos.

Tudo isso podia fazer sentido para um povo que tinha por esperança habitar na terra e estava cercado de inimigos humanos, como faz sentido para muitos radicais muçulmanos explodirem seus inimigos, já que boa parte dos preceitos do islamismo foram tirados do Antigo Testamento. Mas não faz sentido para aqueles que creem em Jesus, que são cidadãos do céu, e foram ensinados de outra maneira pelo próprio Senhor:

Mat 5:44 Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;

Mat 5:40 E, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa;

Joã 16:33 Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.

Efs 6:12  Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.
Outro ponto é entender que os Salmos são muitas vezes a expressão dos sentimentos de Cristo. Você não poderia, honestamente, jamais afirmar o que diz o salmista nos versículos abaixo, porque você sabe muito bem que é falho e pecador:

Slm 18:21 Porque guardei os caminhos do SENHOR, e não me apartei impiamente do meu Deus.

Slm 18:23 Também fui sincero perante ele, e me guardei da minha iniqüidade.

Slm 119:22 Tira de sobre mim o opróbrio e o desprezo, pois guardei os teus testemunhos.

Slm 119:93 Nunca me esquecerei dos teus preceitos; pois por eles me tens vivificado.

Slm 119:56 Isto fiz eu, porque guardei os teus mandamentos.

Somente o Homem perfeito poderia ter dito tais coisas, e o único Homem perfeito é Cristo. Se ler com atenção os Salmos 22, 23 e 24 (na Bíblia católica a numeração é outra) verá que todos eles falam de Cristo em sequência: primeiro o Cordeiro é morto, depois Ele aparece identificado com as ovelhas do rebanho de Deus e é ao mesmo tempo Pastor, e por fim é Senhor de toda a terra, quando vier para reinar.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Como a sua congregacao interpreta 1 Corintios?


Muitos tentam  interpretar 1 Coríntios sempre do ponto de vista da evangelização. Não é este o assunto ali. Entenda que a atividade maior do crente não é pregar o evangelho, mas adorar a Deus. Deus busca adoradores; evangelistas ele dá (Jo 4:23Ef 4:11). Portanto, a carta aos Coríntios é uma carta a crentes, à igreja, dizendo como devemos nos comportar principalmente para a edificação uns dos outros. Em algumas partes Paulo menciona o testemunho aos incrédulos, ou mesmo como os próprios Coríntios foram evangelizados no princípio (1 Co 15), mas não é o assunto principal da carta.


Quando você está numa denominação, é dada uma ênfase enorme na pregação do evangelho porque as pessoas simplesmente não sabem o que fazer se não estiverem pregando o evangelho. Há lugares em que o pregador se sente frustrado quando não vê incrédulos na audiência. Nesses lugares todos são o tempo todo exortados a saírem pregando, são feitas campanhas missionárias (não que essas coisas não sejam boas) e até mesmo quando estão reunidos, dependendo do dom daquele que ministra, tudo o que ouvem é o evangelho. Em muitos lugares onde o que prega tem o dom de evangelista, as pessoas padecem de desnutrição ou não saem nunca do leite para o alimento sólido (1 Co 3:2).

Mas veja que quando celebramos a ceia do Senhor, não estamos pregando o evangelho a incrédulos, mas adorando a Deus e recordando a morte de Cristo. Se podemos chamar assim, trata-se de uma atividade vertical, de baixo para cima, dos homens para Deus, pois é adoração e louvor (aqui alguns terão dificuldade de entender a que estou me referindo porque as palavras "adoração" e "louvor" ganharam o significado de shows de bandas evangélicas).

Quando estamos orando em assembleia, não estamos pregando o evangelho, mas falando com Deus e colocando diante dele nossas necessidades. Mais uma vez temos uma atividade com sentido vertical, de nós para Deus quando nossas orações sobem à presença do Pai.

Quando estamos pregando ou ouvindo o ministério da doutrina dos apóstolos, não estamos pregando o evangelho porque nossos irmãos já são convertidos, e quem está ministrando não está pregando a incrédulos, mas a crentes. Trata-se de uma atividade também vertical, pois é a Palavra que o Espírito Santo de Deus traz através dos irmãos que ministram que será distribuída entre os santos, como os pães que o Senhor multiplicou e depois deu aos discípulos para que distribuíssem entre a multidão. Numa reunião assim não existe o apelo para que o pecador se converta, pois a Palavra é dirigida a crentes.

Obviamente em todas essas atividades a obra de Cristo é colocada sob os holofotes, porque tudo começa ali, e a Palavra de Deus continuará sendo o poder de Deus para a salvação de todo o que crê. Se um incrédulo escutá-la poderá ser convencido pelo Espírito Santo e se converter. Mas não é o incrédulo a ocupação dos crentes que ministram na assembleia, e sim Deus, na adoração, e nossos irmãos, pelos quais intercedemos em oração, e no ministério da Palavra para edificação exortação e consolação dos crentes.

Repare que os primeiros cristãos não se reuniam em assembleia ou igreja para pregar o evangelho; eles se reuniam para adorar a Deus, ter comunhão, orar e aprender da Palavra. A evangelização não é uma atividade da igreja ou assembleia, mas da pessoa que evangeliza. Até mesmo o batismo é uma responsabilidade e atividade de quem prega o evangelho, e não da igreja ou assembleia, como se fosse uma responsabilidade institucional.

Ats 2:42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. (percebe que o evangelismo não aparece aqui?)

Ats 8:38 E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipecomo o eunuco, e o batizou

Lucas 8:17-18





"Não há nada oculto que não venha a ser revelado, e nada escondido que não venha a ser conhecido e trazido à luz. Portanto, considerem atentamente como vocês estão ouvindo. A quem tiver, mais lhe será dado; de quem não tiver, até o que pensa que tem lhe será tirado" (Lc 8:17-18). O Senhor Jesus conclui assim a parábola do Semeador. Aos olhos de Deus a nossa vida é um livro aberto. Você pode guardar um segredo aqui e ali, mas cedo ou tarde ele virá à tona. Deus traz tudo à luz, tanto para nossa bênção, como para nossa disciplina e correção. 

Nas cartas às sete igrejas de Apocalipse, aquele cujos olhos são como "chama de fogo" (Ap 1:14) declara a cada igreja: "Conheço as suas obras... Conheço as suas aflições... Sei onde você vive... Conheço... o seu amor, a sua fé, o seu serviço, a sua perseverança..." (Ap 2-3). O mesmo princípio pode ser se aplica a cada indivíduo, tanto aos que já creem em Cristo, como àqueles que fingem interesse na Palavra de Deus. "Não há nada oculto que não venha a ser revelado, e nada escondido que não venha a ser conhecido e trazido à luz". 

Por isso Jesus exorta cada ouvinte da Parábola do Semeador a considerar, não apenas o que está ouvindo, mas como está ouvindo. O simples ouvir já coloca você numa posição de responsabilidade diante de Deus. Mas como você ouve? Alguns ouvem por curiosidade e outros por educação, mas há quem ouça para colocar em prática. Deus irá cobrar de você o como ouviu a sua Palavra. 

Na Parábola do Semeador todos ouviram a Palavra. Apesar de ter sido comida pelas aves, a semente que caiu à beira do caminho ficou ali por algum tempo. A que caiu em solo rochoso chegou a germinar e a deixar uma aparência de vida, ainda que fosse uma plantinha morta e esturricada pelo sol. A que caiu entre os espinhos cresceu o suficiente para parecer que aquela pessoa tinha algum cristianismo em si. Em todas as situações, quem ouviu será tido por responsável diante de Deus. "A quem tiver, mais lhe será dado; de quem não tiver, até o que pensa que tem lhe será tirado" (Lc 8:18). 

Quando o rei Davi pecou, adulterando com a mulher de Urias e levando o marido traído à morte para esconder seu pecado, Deus o advertiu por intermédio do profeta Natã: "De sua própria família trarei desgraça sobre você... você fez isso às escondidas, mas eu o farei diante de todo o Israel, em plena luz do dia" (2 Sm 12:11-12). Se você ainda não confessou o seu pecado a Deus; se ainda não resolveu sua questão eterna, faça isso agora. "Não há nada oculto que não venha a ser revelado". E se você apenas finge ser cristão para agradar aos homens, à família, lembre-se de que "quem não tiver, até o que pensa que tem lhe será tirado".

O que voce acha desses pregadores da prosperidade?


Eu estou me referindo aos programas de rádio e TV e igrejas que vivem cheias de gente atrás de realizar os sonhos que viram nos testemunhos: falidos que viram milionários, joãos-ninguéns que viram empresários, corrente disso, água santa daquilo, azeite ungido daquilo outro, dinheiro, dinheiro, dinheiro... É claro que tudo pode ser usado por Deus para os Seus propósitos, mas o fato de algo ser usado não significa que é bom. Deus usou uma mula para falar com Balaão, mas não acredito que a gente possa parar de pregar o evangelho se Ele pode usar mulas para fazê-lo.

Vemos muitos errando na Bíblia e esses erros às vezes sendo transformados em algo para a glória de Deus, porém o que errou continua sendo responsável. Lembro-me de José falando a seus irmãos, quando se revela a eles como governador do Egito: "E José lhes disse: Não temais; porventura estou eu em lugar de Deus? Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida." Gn 50:19, 20

Não podemos nos esquecer de que vivemos numa época de apostasia (abandono da Verdade) e isso irá piorar muito após o arrebatamento da igreja, o que pode acontecer a qualquer momento. Procure ler as cartas de Timóteo no contexto profético de tempo. Ambas falam da "casa de Deus" (o aspecto governamental da igreja, ou a parte que cabe aos homens cuidarem).

Na primeira são dadas instruções... "...para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade." I Timóteo 3:15 Esta fala de como a casa de Deus deveria ser.

Na segunda fala de como ela ficou. "Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra." II Timóteo 2:20 É uma casa onde há de tudo e a responsabilidade dos que buscam a Verdade é se afastarem do erro (leia o contexto) para se reunirem com aqueles que o fazem de coração puro (ou purificado desses erros). O trecho fala de separação.

A primeira fala ainda, em seu contexto histórico, dos "últimos tempos", um período mais extenso: "MAS o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios;" I Timóteo 4:1 Isso já acontece há muitos séculos.

A segunda fala dos "últimos dias", um período breve e final. "SABE, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos." II Timóteo 3:1 Na continuação é dado o estado dos cristãos (é importante entender que não está falando de pagãos ali, mas de cristãos nominais:

"Porque haverá homens... 

[1] amantes de si mesmos, avarentos
[2] presunçosos
[3] soberbos
[4] blasfemos
[5] desobedientes a pais e mães
[6] ingratos

[1] profanos
[2] Sem afeto natural
[3] irreconciliáveis 
[4] caluniadores
[5] incontinentes
[6] cruéis

[1] sem amor para com os bons
[2] Traidores
[3] obstinados
[4] orgulhosos
[5] mais amigos dos deleites do que amigos de Deus
[6] Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. "

Se observou, temos 3 grupos de 6 características (666) que levam para o homem que tem aparência de piedade (parece um carneiro), mas nega a eficácia dela (fala como um dragão Apocalipse 13:11). É preciso entender que a oposição maior aos convertidos no final virá da própria cristandade organizada, "a mulher" de que nos fala o Apocalipse.

É interessante como neste trecho de II Timóteo Paulo fala de pessoas levadas por concupiscências (desejos) por homens com as características acima. É o que vemos aos montes hoje nas ditas igrejas que oferecem curas, milagres, dinheiro, romance e tudo o que o ser humano mais deseja, com segundas intenções. Note também que ésta foi a última carta que Paulo escreveu e ele termina dizendo que foi abandonado por todos. Vivemos num tempo de abandono da Verdade (apostasia), principalmente da Verdade revelada a Paulo (que você não encontra em outros lugares das Escrituras).

"A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus" (Efésios 3:8-10)

Porque Simao nao recebeu o Espirito?


Simão, o mago, de Atos 8 é o caso de uma pessoa que entrou na "grande casa" mas não entrou na igreja, o corpo de Cristo. Ele creu exteriormente, mas não foi salvo. Não tinha o Espírito, e quem não tem o Espírito de Cristo não é dele (Rm 8:9). A conversão de Simão, o mago, não foi real. Era apenas um professo, como são muitos que hoje aceitam o cristianismo, sem nunca terem se convertido.




Ats 8:9-11  E estava ali um certo homem, chamado Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica, e tinha iludido o povo de Samaria, dizendo que era uma grande personagem; Ao qual todos atendiam, desde o menor até ao maior, dizendo: Este é a grande virtude de Deus.  E atendiam-no, porque já desde muito tempo os havia iludido com artes mágicas.


Simão foi batizado, entrando assim na esfera do reino de Deus, como muitos são batizados hoje a Cristo, sem terem crido de verdade. São cristãos? Sim. São salvos? Não, a menos que venham a nascer de novo. Se aplicarmos a parábola do joio e do trigo, Simão era joio no meio do trigo.

Ats 8:12-19 Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus, e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres. E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe; e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito. Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João. Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo (Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido; mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus). Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo. E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, Dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo

Existem três casos em Atos de pessoas batizadas, porém que revelam intenções espúrias quando colocadas à prova. O primeiro foi o de Ananias e Safira (Atos 5), que acabaram mortos por terem mentido ao Espírito. Eu particularmente acredito que eles eram realmente salvos, daí terem recebido uma disciplina tão severa de Deus. É o que a Bíblia chama de "pecado para a morte", algo que um crente faz que o torna inidôneo para continuar no mundo como testemunha de Cristo.

O segundo caso foi o dos gentios que murmuravam contra os hebreus convertidos porque as viúvas dos que eram gentios estavam sendo negligenciadas no recebimento de recursos (Atos 6). Embora a murmuração deles possa parecer legítima, nunca vemos ser esta uma atitude que é segundo a piedade que encontramos em Cristo. O terceiro caso foi o de Simão, o mago. O que há de comum nos três casos? Dinheiro.

Simão quis pagar pelo poder de conceder o Espírito a quem ele bem entendesse, obviamente cobrando por isso como costumava fazer com sua prática de mago. Enquanto o pecado de Ananias e Safira envolviam o orgulho, por desejarem parecer mais generosos do que eram, o de Simão foi a primeira tentativa de transformar o cristianismo em um negócio lucrativo.

Em poucos séculos esse negócio estaria arraigado no cristianismo por meio do catolicismo, depois pelo protestantismo e mais recentemente pelas religiões neo-pentecostais. O elemento comum em todos os casos é o desejo do homem em transformar em algo pago -- seja por dinheiro, boas obras ou penitências -- aquilo que Deus concede de graça. Para os mercadores da fé da atualidade continua valendo a forte repreensão feita a Simão:

Ats 8:20-21 O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus. 

Perceba que Simão nem chegou a agir para ser considerado iníquo aos olhos de Deus. Aqui foram as suas intenções que foram detectadas por Pedro.

Ats 8:22 Arrepende-te, pois, dessa tua iniquidade, e ora a Deus, para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração;

Mesmo assim as palavras de Pedro mostram que ainda havia chance de Simão se arrepender e crer de verdade no evangelho, o que aparentemente ele não faz, preferindo manter-se fora de qualquer confissão de pecado e arrependimento diante de Deus. Por isso ele não roga a Deus por perdão, mas pede a Pedro que faça isso. Simão é um típico caso de alguém que tenta "terceirizar" sua salvação esperando que algum homem (como Pedro) interceda por ele para ser salvo.


Ats 8:24  Respondendo, porém, Simão, disse: Orai vós por mim ao Senhor, para que nada do que dissestes venha sobre mim. 


Desde então muitos têm apelado a intercessores humanos, como Pedro, Maria etc. ao invés de irem diretamente a Deus por intermédio de Cristo, o único Mediador entre Deus e os homens.

1Tm_2:5 Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Usar drogas e pecado?


A vida do cristão não é uma vida que siga algum tipo de lista de regras. O cristão é guiado pelo Espírito, o qual obviamente nunca agirá em desacordo com a Palavra de Deus, mas nela você não irá encontrar coisas do tipo "não falarás ao celular" ou "não tomarás drogas". Que as drogas são prejudiciais, todos sabemos, e que podem destruir o corpo que é o templo do Espírito, também. Mas tomamos drogas quando estamos doentes, algumas com maior ou menor poder de nos prejudicar em outras áreas de nosso organismo. Então, qual a diferença?



Bem, os medicamentos ou drogas que tomamos quando estamos doentes têm por objetivo preservar o corpo, que é o templo do Espírito, enquanto as drogas que têm o objetivo de diversão ou de levar à embriaguez e perda de noção da realidade acabam prejudicando esse templo ou nos tirando do controle de nossas faculdades mentais, o que é igualmente nocivo.

Então tudo é uma questão de princípios bíblicos (princípios são conceitos e não propriamente regulamentos) e também de discernimento e bom senso. Comer carne é pecado? Sim, se você comer de forma a escandalizar alguém, e aí entra a glutonaria, um pecado arrolado na lista das obras da carne junto com "adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices" (Ef 5:19-21). Todavia, não são poucos os cristãos que promovem enormes churrascos e ainda ficam se gabando do quanto comeram. Mas não é pecado se comer sem escandalizar. Então adote o mesmo para tudo o que fizer.

Por exemplo, sexo é pecado? Não se feito dentro dos limites estabelecidos por Deus, isto é, na relação matrimonial. Fora do casamento o sexo é pecado, e o versículo de Efésios aponta isso. Mas mesmo dentro do casamento o sexo pode se tornar um vício de um ou ambos os cônjuges e passar a dominar a vida do casal (ou a destruí-la). Então um cristão deve sempre estar atento se algo não o está tornando escravo daquilo, e pode ser sexo, comida, bebida, diversão, moda, hobby etc. Qualquer coisa que assuma o controle de nós mesmos e não seja o Espírito de Deus é um pecado que deve ser rechaçado.

No caso das drogas, eu diria que é pecado sim porque, além de não trazerem qualquer benefício ao organismo ou à vida da pessoa, elas viciam, ou seja, o limite entre o experimentar e o ficar dependente é muito próximo, ao contrário da bebida alcoólica, que mesmo na Bíblia era usada como parte da alimentação. Mas, apesar de não condenar diretamente o vinho (a Bíblia condena a embriaguez), Deus nos alerta para o uso de estimulantes quando estes passam a nos dominar, sejam eles vinho ou azeite (veja que este é colocado na categoria do vinho quando se torna um vício).

Prv_20:1; 21:17  O vinho é escarnecedor, a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio... O que ama os prazeres padecerá necessidade; o que ama o vinho e o azeite nunca enriquecerá... 

Os versículos abaixo também nos ensinam algo, mas cuidado para não colocá-los fora do contexto. Eles estão falando das coisas lícitas que podem ser lícitas para o cristão desde que não o dominem. Não tente aplicar estes versículos para tudo ou você cairá no erro de achar que pode matar alguém desde que não se torne um serial killer.

1Co_6:12 Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.

1Co_10:23 Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam.

Leia os capítulos 14 e 15 de Romanos para ver como coisas lícitas podem se tornar em pecados se forem praticadas perto de pessoas sensíveis, fazendo quem que se escandalizem ou caiam em pecado.